Nayara.Rafaelly 03/09/2020
O ensaio faz uma reflexão a respeito das muitas interrogações que ocorreram a partir dos anos de 1970, com o objetivo de debater a suposta “crise da história”, é fundamentado nas questões postas por Hayde White, Paul Veyne e Michel de Certou. Por um lado era defendida a idéia da história enquanto ciência comprovada, e o outro, o conflito presente entre a forma retórica e a narrativa da história, dividida com a ficção.
Chartier faz uma introdução aos conceitos base de representação, temporalidade e as formas de se pensar e escrever a história. A partir dessas questões, o ensaio enfatiza três problemas mais recentes: primeiro a provável concorrência entre história, literatura e memória, como representação do passado. Segundo, os efeitos que a comunicação e publicidade eletrônica podem gerar nas investigações e escrita da história. E por fim, a relação entre as experiências do tempo e a do relato histórico.
Em seus estudos, Paul Ricoeur diferencia memória e história usa como exemplo testemunho e documentos, reconhecimento e representação do passado. Segundo ele a historiografia tem o compromisso com a busca da veracidade, já a memória geralmente é entendida como se fosse naturalmente verdadeira.
Em A memória, a história, o esquecimento, Ricoeur diferencia o trabalho historiográfico em três fases: o estabelecimento da prova documental, a construção da explicação, e a apresentação em forma literária. Mas, chama atenção para o fato de historia e memória serem incomensuráveis, por existir ligação entre elas. Ainda salienta que em meio a construções de identidades é preciso instituir um critério de verdade histórica, para que não aconteça distorções e construções ficcionais.
Sobre as relações entre a cultura popular e a cultura letrada e suas diferenças, Chartier compara metaforicamente a cultura a uma fênix. O historiador diz que a legitimidade e o como pensar a articulação entre os discursos e as práticas é o principal desafio que se apresenta a história cultural.
Ainda enfatiza a importância do conceito de representação para a história cultural, porque por meio dele é possível vincular as costumes e analogias sociais com o modo como os indivíduos percebem a si mesmos e aos outros.