Rodrigo 09/12/2009Sou suspeito pra falar de ‘Os mortos-vivos’ pois sou fã de estórias com zumbis. Pra quem também é fã do gênero, não tem nem que pensar duas vezes: Se topar com esse encadernado por aí, pode gastar seus vinte e sete reais e noventa centavos sem medo de ser feliz. Pra quem não é fã, saiba que “Os Mortos Vivos” tem mais a oferecer do que apenas miolos e sangue. É um ótimo drama, além de uma boa ação também.
O trabalho da editora HQM foi muito bem feito. A edição está luxuosa, com uma capa muito bonita e papel de ótima qualidade, tanto na capa quanto internamente. A capa foi feita de forma muito cuidadosa, coisa rara de ser ver. Cheguei a estranhar tamanha qualidade por apenas R$27,90.
Kirkman, como ele mesmo se descreve na (ótima) introdução, é um fã do gênero, e como fã ele queria escrever algo novo e de qualidade no universo das estórias de zumbis. O enrendo mostra o policial Rick Grimes acordando num hospital após ficar um mês em coma. Não demora muito pra ele perceber que está sozinho não só no hospital, mas na cidade. A partir daí ele saí em busca de sua mulher e filhos, sem parar pra pensar no que está acontecendo.
Kirkman equilibra bem a ação e o sangue com o drama. Depois do mundo inteiro ser dominado pelos mortos, agora as pessoas tem que voltar a viver de forma quase primitiva. Não há mais governo, indústrias, mercados, sociedade, leis. Ninguém produz nada, ninguém fiscaliza. O que há é a necessidade de sobrevivência. Os humanos que sobreviveram teram que se re-organizar, quase como se fossem tribos. Há uma divisão do trabalho nem tão nova assim. Os homens saem pra caçar, as mulheres cuidam dos afazeres “domésticos” e cuidam das crianças, mas uma coisa todos tem que fazer igual: Aprender a matar e a confiar para não morrerem.
A arte está matadora. Tony Moore não usa um traço muito realista, mas os desenhos são muito bem feitos e cheios de detalhes. Vale destacar que Moore coloriu seu trabalho apenas de preto, branco e cinza, dando um clima de filme de terror antigo. Perfeito!