Resenhas - Geração 90

Luana 20/04/2011

O livro Geração 90: manuscritos de computador. Boitempo Editorial. Uma antologia de 17 contistas que usam e abusam [no bom sentido] da narrativa clara e expansiva; o que faz com que o leitor se depare com escritos de fácil compreensão, mas de grande inovação na Literatura brasileira; autores desta nova geração que ultrapassa o modernismo, pós-modernismo, e se instala neste período em que vivemos e se quer temos nomeação a dá-lo; mas isso pouco importa para o mundo literário.
Geração 90: manuscritos de computador, foi organizado pelo tão ilustre Nelson de Oliveira, que resolveu unir em um só livro, contos de Marçal Aquino, Amílcar Bettega Barbosa, Fernando Bonassi, João Carrascoza, Sérgio Fantini, Rubens Figueiredo, Marcelino Freire, Altair Martins, João Batista Melo, Marcelo Mirisola, Cíntia Moscovich, Jorge Pieiro, Mauro Pinheiro, Carlos Ribeiro, Luiz Ruffato, Pedro Salgueiro e Cadão Volpato.
O mais interessante do livro é que, além de variar nos autores, os contos também são de uma mistura maravilhosa de degustar; com temperos de reencontros, amores,
desamores, rupturas, cotidiano, vida urbana, paisagem, sensualidade etc. Tudo em duzentos e sessenta e quatro páginas.
Os contos inseridos no livro são de imensa variedade, cada autor com o seu jeitinho próprio de construir seus personagens e florear a narrativa que está exposta ou escondida no dia-a-dia.
A grande diferenciação desta Literatura Contemporânea se dá pela simplicidade que cada autor tece os significados ao texto, envolvendo o leitor a cobrir sua imaginação com esse tecido de escritos de pura qualidade realista e ficcional.
Finalizo então com uma citação de Nelson Gonçalves - a respeito desta coletânea -, retirada do próprio livro Geração 90: manuscritos de computador.
“O que vocês leitores, têm nas mãos, é a droga mais poderosa já produzida pelo intelecto: nacos de arte. Os contos aqui reunidos nos levantam do chão e fazem picadinhos do aparato mecânico que mantém sempre azeitada a máquina do mundo. O resultado é quase sempre lágrimas e ranger de dentes. A boa literatura derruba fronteiras reais e imaginárias, gráficos e tabelas”.