spoiler visualizarMarcelo 22/05/2020
Decepcionante
Enquanto me desenvolvia como leitor, por várias vezes vi os livros dessa série para vender e nunca tive o dinheiro para compra-lo. Agora, finalmente consegui comprar o primeiro livro da série de Angus (por ordem de lançamento) e a sensação é de tempo perdido.
Eu sei que tem uma história boa aqui, porque é basicamente a mesma do crônicas saxônicas, só que o livro inglês é muito superior. Não só pela nota histórica no final do livro estrangeiro, pois é notório que o autor brasileiro fez uma pesquisa extensiva para escrever esse livro e perde-se muito em não saber o que ele alterou na sua versão, e pelo uso de mapas, que ajudam a situar a narrativa e avaliar as decisões estratégicas dos personagens , mas pela própria forma de escrever.
Os dois livros optam pelo mesmo recurso narrativo, o herói contando sua própria estória posteriormente, mas enquanto uma lhe transporta para dentro da história - com todas as sensações de Uthred, quando ele leva um golpe na cabeça, quando afunda os pés na lama, sentindo o cheiro de alcool e urina em uma parede de escudos - Angus conta uma versão limpa da história cheia de golpes decapitantes, onde o frio só atrapalha de vez em quando e o sol nunca incomoda.
O autor escolhe perder 40 páginas falando das virtudes e vícios cristãos e mais tantas falando sobre como isso mudou profundamente Angus, mas o personagem, em momento algum, age de forma diferente. Ele muda suas razões, mas os métodos continuam os mesmos.
Angus chega a virar escravo em um momento e age como se fosse uma benção. Mas, antes da sua conversão, ele acha e perde uma escrava e age como se nada fosse. O personagem principal não se altera, mas essa deveria ser uma história de conversão ao catolicismo e tudo o que muda é o deus para quem ele reza.
Uma coisa que já me deixou indisposto com o livro, para ser bem honesto, foi a sensação de estar lendo uma cartilha católica conspiratória ao invés de um livro de fantasia. O livro começa e termina com uma profecia sobre os iluminati e a maçonaria, profecia essa que, se removida, não alteraria em nada o curso da narrativa.
Infelizmente, não posso recomendar.