Bárbara P. 03/05/2023
Salvo pelo final
Eu tive a impressão que eu não fui a única pessoa que só entendeu esse livro nas últimas dez páginas do final.
Vamos em partes: a história tem duas narrativas paralelas que acontecem no mesmo lugar, mas pertecem a mundos totalmente diferentes.
De um lado, temos Adam, um adolescente gay que busca a aceitação da família, que é extremamente religiosa (e a própri aceitação, e o amor, e mil outras questões internas).
Do outro, temos a narrativa de um fauno e a rainha de um reino etéreo, que entra em contato com o espírito de uma garota que foi assassinada e se mistura a ele de uma forma tão forte que não consegue mais saber quem é quem.
Essas duas narrativas vão acontecendo ao mesmo tempo, e, no que parece, também no mesmo espaço geográfico: em uma cidade da Inglaterra, cercada por uma floresta e um lago.
Pois muito que bem. É uma doideira só. Os capítulos vão alternando a narrativa entre essas duas perspectivas e o leitor que lute, porque é bem confuso e não dá pra entender muita coisa.
Esses mundos se cruzam (por acaso, pela fatalidade da menina ter sido assassinada ali e o espírito dela ter sido encontrado pela forma etérea da rainha??) e por mais que grande parte do livro tenha sido um paralelo do que provavelmente foram experiências pessoais do autor, que também é gay, inglês, de família religiosa, etc, o final é bem amarrado e te faz entender tudo, inclusive o título do livro.
Release é, no final das contas, uma história sobre deixar ir. Sobre encerrar ciclos e talvez sei lá, aceitação, evolução pessoal e amadurecimento também.
Mas é impossível explicar como sem dar um spoiler enorme.
Bom, eu pessoalmente achei um pouco chatinho acompanhar o drama adolescente do Adam e ficar lendo os capítulos do fauno e da rainha sem entender nada até o final, mas acho que valeu a pena pelo entretenimento.
É um bom livro YA, e uma leitura leve para passar a tarde.