De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana

De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana Mário de Andrade




Resenhas -


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Emanuell K. 21/02/2021

Difícil concluir esse livro, não sei se não estou preparado para mário de andrade... fato é que me encantei mais pela lira paulistana.
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aleitora 12/03/2018

Um mergulho tão profundo na poética cidade de São Paulo que durante a leitura é como se você fosse transportado à ela
Neste livro vemos o autor fazer desde as reflexões mais simples sobre a vida a críticas muito importantes sobre a sociedade e a política da época.

Mário relutava em nomear sua arte lírica de poesia, preferia chamá-la de anotações líricas de momentos vividos, achava que a poesia tinha que ir além do que se conhecia, mas não se atrevia adiantar-se. Gostava de usar palavras e trechos que não se ligavam aproveitando a sonoridade de nossas palavras para criar suas poesias sem rima e, apesar das linhas melancólicas de suas obras, quis destacar em muitos momentos que a melancolia não representava seu estado de espírito, pois era muito feliz.

Tornou-se poeta em uma época que o Brasil se encontrava diante de diversas mudanças políticas, econômicas e sociais, sendo que o autor foi um dos precursores da arte moderna em nosso país.

“Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela;
Não abuso.”

Em homenagem a cidade de São Paulo, a editora Martin Claret resolveu lançar essa edição que contém diversas obras em verso do autor que dedicou sua vida a retratar a São Paulo que habitava em seu coração. Reúnem-se entre elas “Pauliceia desvairada” sua primeira obra a fazer sucesso e cujo prefácio interessantíssimo é visto como um manifesto poético, “Losango Cáqui”, “Clã do Jabuti” onde o autor tira o foco da cidade de São Paulo e usa do seu lirismo singular para perambular com seus versos por outras regiões do Brasil, “Remate de males”, “O carro da miséria”, “A costela do grã cão”, “Livro azul”, “Café” e “Lira paulistana” em que o rio Tietê é sua principal inspiração poética.

Poesias foram feitas para serem apreciadas aos poucos e com muita serenidade, os versos lidos com urgência perdem o encanto e a beleza, por isso, durante todo o mês de março e comecinho de abril, muito tranquilamente, me permiti caminhar pelas ruas da São Paulo dos anos vinte, senti a garoa fina que cobria a cidade em meu rosto e me vi as bordas do Tietê quando ele ainda podia ser chamado de rio. Senti amor por essa cidade sem nunca sequer a ter visitado além das páginas e versos de Mário de Andrade e fiquei ainda mais impressionada com suas fortes opiniões políticas e admirada em como ele conseguiu passar cada sentimento de revolta através de sua arte.

“Mas porém é brasileiro,
Brasileiro que nem eu...
Fomos nós dois que botamos
Pra fora Pedro II...
Somos nós que devemos
Até os olhos da cara
Pra esses banqueiros de Londres...
Trabalhar nós trabalhamos
Porem para comprar as pérolas
Do pescocinho da moça
Do deputado Fulano.
Companheiro, dorme!”

Em capa dura, a edição de luxo é para deixar qualquer amante da poesia deslumbrado. A cada nova obra compilada nessa edição temos sua respectiva capa separando-as e as identificando, minha preferida com certeza foi Lira Paulistana, me vi emocionada em muitos trechos em que o autor expressou seu mais profundo amor por São Paulo.

Para os amantes de poesia essa é uma edição imperdível que nos permite compreender melhor a concepção dos modernistas brasileiros e para quem não está habituado pode ser uma introdução ao gênero. Eu sempre li poesias, mas pela primeira vez li uma compilação de livros de uma vez e recomendo que leiam com calma e sem pressa, os versos de Mário de Andrade assim como os de qualquer outro poeta são melhor apreciados quando lidas aos poucos, dito isso, leitura recomendada.

“Vou fazer do meu fim minha esperança,
Ôh sono, vem!... Que eu quero amar a morte
Com o mesmo engano com que amei a vida.”

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2017/05/resenha-de-pauliceia-desvairada-lira.html
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Na Nossa Estante 17/03/2017

De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana
Sempre fui cercada pelo Mario de Andrade em muitos aspectos da minha vida, talvez por ter feito faculdade de Letras e por viver no centro de São Paulo, bem próximo ao lugar onde ocorreu a Semana de Arte Moderna em 1922, no Teatro Municipal. Também devo dizer que fui bastante influenciada pela biblioteca Mario de Andrade que me ajudou a ler diversos livros em uma época em que não conseguia comprar nem um gibi na banca de jornal. Por todos estes fatores ler De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana da edição Martin Claret foi um prazer imenso.

O livro reúne diversas obras que marcaram a carreira de Mario de Andrade e pode ser lido e apreciado por qualquer pessoal interessada em conhecer mais sobre o escritor. No entanto, conhecer um pouco a biografia de Mario e saber um pouco sobre a realidade brasileira na época em que os versos foram escritos podem tornar a leitura um pouco mais profunda. Conhecer o tempo e o espaço e um pouco sobre os escritores é ampliar o conhecimento para conseguir fazer análises mais profundas.

Mario de Andrade era debochado e foi extremamente contagiado pelos anos inicias do movimento modernista no Brasil e por isso Pauliceia Desvariada tem muito do espirito otimista do autor mais do que em Lira Paulistana que tem tons mais sombrios. Entretanto, todas obras selecionadas possuem seu marcante estilo, com versos livres e referências aos nossos costumes, lendas, músicas, críticas sociais, usando o espaço urbano muitas vezes como protagonista. E vale aqui ressaltar a influência das vanguardas europeias como o expressionismo e o fato do autor criar incríveis sensações sobre São Paulo como o cheiro, a temperatura, a cor, tudo quase que palpável.

Mario de Andrade foi um dos primeiros intelectuais da época a discutir esteticamente as consequências da modernidade brasileira. O autor aproximava a música da poesia, com sonoridade e ritmo cadenciados com uma linguagem mais simples. São Paulo foi sem dúvida a grande musa do escritor, com todos seus aspectos positivos e negativos. E na época a cidade se encontrava em um momento de expansão econômica, com um grande aumento populacional e com a chegada dos imigrantes. Em vários poemas de Pauliceia Desvairada transparece o lado ruim da urbanização, industrialização e da modernidade.

Destaco dois poemas de Pauliceia Desvairada em especial por serem meus preferidos: Paisagem nº 1 em que o eu lírico compara São Paulo e Londres, trabalhando a dualidade entre tradição e modernidade (“Minha Londres das neblinas finas!”) e Ode ao burguês, em que há claramente um tom mais agressivo de indignação (“Eu insulto as aristocracias cautelosas”, “Eu insulto o burguês-funesto/ O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições”).

Já em Losango Cáqui alguns poemas mostram o ritmo mais frenético de uma grande cidade, mas Mario de Andrade também comenta sobre o fazer poético como em Máquina de Escrever (“Pra todas as cartas da gente./ Eco mecânico./ De sentimentos rápidos batidos./ Pressa, muita pressa.”). Este é um dos meus preferidos de toda sua obra.

Já no Clã do Jabuti não temos mais apenas São Paulo como referência, mas também o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Pará, Campos do Jordão, em poemas que mostram vários aspectos da cultura brasileira e romances como em Rondó pra você e ou até mesmo um leve humor como em Lembranças do Losango Caqui (“Eu nunca vi a neve/Eu não gosto da neve! E eu não gostava dela....”).

Remate de males já representa um período mais significativo, no início do segundo momento modernista, com uma reflexão em relação à arte. Destaque para o poema de abertura, Eu sou trezentos, em que existe uma clara alusão aos poetas da Idade Média. Em O carro da miséria temos a forte presença do elemento autobiográfico. O poema é composto em dezesseis partes, com estrofes e métrica completamente irregulares; com várias referências à cultura brasileira como o samba, religiões afro-brasileiras, o carnaval, entre outros. Também vale destacar a alegoria bastante presente na obra.

O livro segue com outras obras como O carro da Miséria, A costela do Grã Cão e Livro Azul. Já quase no final também merece destaque Café - A Concepção Melodramática, em forma de ópera, em que a cenografia e a marcação de cena é um dos pontos de destaque. O texto fala sobre a crise no comércio do café e suas consequências como o desespero, a fome e o êxodo para as cidades. O texto está associado ao poema épico Café - Tragédia Secular.

Em seguida temos Apêndice e por fim Lira Paulistana, em que temos o Tietê como um dos principais focos, onde existe uma a clara relação entre o curso do rio e o modo de vida das pessoas, um "eu" lírico solitário está observando o fluxo da água, o que dá um tom bem melancólico ao longo poema A Meditação sobre Tietê (É noite. E tudo é noite. Debaixo do arco admirável/Da Ponte das Bandeiras o rio/Murmura num banzeiro de água pesada e oliosa.").

A edição da Martin Claret está impecável! Desde a contracapa que remete as calçadas de São Paulo até a introdução que nos insere um pouco sobre a história dos poemas e alguns dos seus significados. De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana não é uma leitura de uma tarde, mas sim de várias tardes, acompanhadas pelos fatores históricos da época do escritor, para saborear melhor cada poema, cada crítica, cada sentimento que Mario de Andrade expõe em suas obras.

site: http://www.oquetemnanossaestante.com.br/2017/03/de-pauliceia-desvairada-lira-paulistana.html
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Michelle Trevisani 16/03/2017

Uma obra de tirar o chapéu!
lá galera mais linda, tudo bom? Hoje a resenha que trago é desse livro lançamento da editora Martin Claret que está lindo de morrer! Não preciso nem falar que essa editora capricha demais em suas edições né? É uma obra definitivamente para os amantes de poesia ter na estante - e para quem gosta da cidade de São Paulo também é um prato cheio. De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana, reunindo as principais obras de Mário de Andrade, esse mestre da literatura brasileira, consta em seu interior as principais obras do autor que são: poemas de "Pauliceia desvairada", "Losango Cáqui", "Clã do Jabuti", "Remate de males", "O carro da miséria", "A costela do grã cão", "Livro Azul", "Café" e "Lira Paulistana".

O livro é capa dura, e tem uma imagem belíssima de um dos principais prédios da avenida paulista. Por dentro ele está maravilhoso, com letras bem espaçadas, realmente uma obra super caprichada.

Poesia é um dos gêneros que mais gosto. Me sinto muito à vontade lendo. E Mário de Andrade é muito mestre gente. Você fica deliciada com algumas estrofes, tem vontade de riscar o livro todo. Já comecei adorando o Prefácio Interessantíssimo que ele escreve antes de começar os poemas de Pauliceia Desvairada.

Leia o restante da resenha lá no blog >> LIVRO DOCE LIVRO.

site: http://meulivrodocelivro.blogspot.com.br/2017/03/resenha-de-pauliceia-desvairada-lira.html
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Jeffa Koontz 05/03/2017

São Paulo de Mário de Andrade
Quem quiser, pode conferir minha resenha para De Pauliceia Desvairada a Lira Paulistana no link. Obrigado.

site: http://www.sagaliteraria.com.br/2017/03/resenha-186-de-pauliceia-desvairada_1.html
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Luana 25/02/2017

Resenha
http://leitoresviajantes.blogspot.com.br/2017/02/resenha-de-pauliceia-desvairada-lira.html
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