Pablo Oliveira 19/11/2020minha estanteVou fazer uma espécie de "react do react'.
Como você bem colocou João, o livro se propõe a abordar um tema que, na minha opinião, no Brasil se restringe ao meio acadêmico. A história pré-cabralina do Brasil é muito negligenciada quando se trata de divulgação popular, fora do meio acadêmico quero dizer. Logo, considero louvável o fato do Reinaldo José Lopes escrever, e por conseguinte, estudar sobre a história brasileira pré-cabralina.
No meio acadêmico, o assunto é tratado de maneira acadêmica. O que significa leitura pedante para grande parte da sociedade brasileira, culturalmente não-literária... Logo a escrita coloquial se justifica. A nível pessoal acredito que o texto tenha ficado, ouso dizer, um tanto quanto coloquial demais... Contudo, não acredito que o excesso de linguagem coloquial tire qualquer mérito do conteúdo do livro. Temos que parabenizar o autor pela dedicação à pesquisa, que apesar de ser o mínimo que se espera de um autor, sabemos que muitos escrevem textos pobres, e algumas vezes desinformam o leitor, por falta de dedicação à pesquisa... Concordo que a história exija rigor, em se tratando de artigos, teses, dissertações e etc. Porém, antes de todo o "rigor", a história exige compromisso com a verdade, a verdade dos fatos que se sabem ao menos... O texto do Reinaldo se assemelha muito aos artigos da revista Superinteressante, descontraído e ligado aos fatos. Portanto, considero desnecessária seu comentário, que nos dá a entender que o Reinaldo José Lopes destrata a História, quando na verdade a enobrece levando-a para o público geral, e mais jovem posso acreditar.
Faço uma crítica as longas explicações técnicas. Porém, sabendo da complexidade do tema, acredito que o autor deu-se ao máximo para tentar sintetizar as explicações. O que pode ser prejudicial, ou não. Pois tendo em vista que o objetivo da "Explicação técnica" é fazer com que o leitor entenda algum conceito, ou revelar alguma informação pertinente para a compreensão da obra, se o leitor entende, maravilha! Se não entende, o texto, a nível pessoal, se torna chato e pedante. Portanto, é uma questão de ponto de vista, o texto não pode ser integralmente ruim, nem integramente bom, quero dizer.
Quanto a sua critica à editoração, concordo que as folhas hachuradas são um tanto quanto desnecessárias, mas se o intuito do autor era destacar as explicações do texto, o objetivo foi alcançado, para o bem ou para o mal.
Por fim, acredito que seja um livro de entrada nesse universo do estudo, mesmo que amador, da história pré-cabralina. E, na minha opinião, presta bom serviço à formação da identidade indígena deste nosso amado Brasil.