Resenhas - Os sonhos não envelhecem

joaomessias 26/12/2023

Sonhos de uma esquina
Para começar aconselho você a pegar um café e um pão de queijo para acompanhar o livro, talvez em algum momento vai lhe dar uma vontade também de tomar uma 'batida de limão', mas por que? Porque estamos falando do Clube da Esquina, Milton Nascimento e... Minas Gerais.

O Clube da Esquina foi um movimento musical brasileiro surgido em Belo Horizonte (Beagá para os íntimos), Minas Gerais.

A edição do livro que tenho é magnifica além de belas fotos e acabamento vem com um CD de brinde com algumas músicas da turma, uma linda capa e bem diagramado.

O livro se divide em três fases, pré-história, história e outra história e o próprio Márcio nos confidencia "é um relato incompleto e um testemunho pessoal".

Amigos, cinema, poesias, músicas, travessuras, namoradas, o despertar da juventude, esta tudo aqui, tudo cabia no Edifício Levy, no "quarto dos homens", no bar, lanchonete, nas calçadas e ruas de Beagá. A família Siqueira, Borges, seu Salomão, dona Maricota, os irmãos e amigos. É um Brasil no começo da década de 60. Bituca, apelido de Milton Nascimento, conhece Márcio nesta época e nas constantes visitas a casa dos Borges nasce uma relação de amizade profunda entre os dois, cercado de jovens, ora vivendo, ora sonhando.

Os diálogos são espontâneos e nos fazem estar sentado ao lado desta turma só ouvido os acordes do violão e as poesias ao vento. Idas aos cinemas, papo furado, papo cabeça, projetos, vida, tudo registrado como lembranças, recortes de um tempo.

Causos de viagens, primeiras apresentações e seus perrengues são pura diversão, nesta época Milton conhece Fernando Brant. Lô Borges e Beto Guedes tocam juntos, moleques de tudo e antes Wagner Tiso já estava presente na vida de Milton tocando na noite ao seu lado, além de vários outros nomes.

Aqui cabe uma pausa para um comentário, não vou conseguir citar todos os nomes importantes do Clube da Esquina, até porque Márcio tem ótima memória, aliás pensei em não citar nenhum nome pois a história passou a ser maior, por isso pesquisem e estudem este importante movimento da cultura brasileira.

"Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto
Muito tenho pra falar"

Curioso como a nossa vida nos une de pessoas e como os momentos marcam nossas vidas, piadas, sorrisos, projetos, paixões, objetivos, medo, alegrias e tristezas. Quando encontramos uma turma para compartilhar tudo isso é potencializado, olhando para trás saudade que fica, amigos indo e vindo, tudo tão rápido... bem, por aqui o cafezinho já acabou, hora de seguir em frente, olhar pela janela lateral para a rua Paraisópolis de esquina com a rua Divinópolis no bairro de Santa Tereza, sentar em um trem azul rumo a América do Sul, pois "sou do ouro, eu sou vocês, sou do mundo, sou Minas Gerais".

"Por que se chamavam homens, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem"

site: http://criticasconstrutivas.blogspot.com/2019/07/resenha-os-sonhos-nao-envelhecem.html

Anderson.Gama 23/05/2021

Um belo livro
Um belo livro que retrata o surgimento de um gênio (Milton Nasciembto) seus arredores e muito mais.

Confesso que não é um livro que buscaria para ler, mas me surpreendeu positivamente.

Bru 03/10/2020

uma explosão de emoções lendo esse livro. Um amor por essa turma do Levy, por nossa cultura e por Minas.
O clube da esquina continuará sempre vivo, de geração em geração

Veronica 14/07/2020

Nostálgico
Como fã de Milton, foi incrível conhecer as histórias por trás das músicas que tanto me emocionam. Relatos de amizade e parceria que não se encontram mais hoje em dia.

Mayane25 02/04/2015

É sempre bom e agradável ler histórias sobre seus músicos/artistas preferidos, ainda mais quando se trata de um projeto tão lendário quanto Clube da Esquina. No entanto, não acho que o título do livro condiza com o real conteúdo, já que a obra inteira parece girar em torno da amizade entre Márcio Borges e Milton Nascimento, o Bituca. Inicialmente me incomodou bastante esse protagonismo, até por ter esperado relatos sobre o grupo e não só sobre a carreira individual e vida pessoal dos dois. Apesar disso, achei lindo ler sobre os tantos casos em relação a essa amizade e ver cada degrau da solidificação da carreira do "irmão número 12" de Márcio. Bituca sempre foi um artista completo e o autor veio nos mostrar exatamente isso.

O momento mais bonito dos relatos é o do ponto de partida para a criação do disco. A descoberta do enorme talento do então garoto de dezesseis anos, Lô Borges, que ajudou a compor canções geniais, assim como Márcio, que se mostra como um letrista genial e que, aliás, conta no livro a história da música "Um Girassol da Cor de Seu Cabelo", uma das minhas preferidas.

Além disso, ele fala um pouco da sua amizade com diversas personalidades da música e do cinema brasileiro, como Sérvulo Siqueira, Elis Regina, Caetano Veloso etc etc etc. O livro é quase uma autobiografia, devo dizer, mas nem por isso chega a fugir muito das nossas expectativas. Enfim, recomendo muitíssimo!

"Porque se chamava homem, também se chamavam sonhos e sonhos não envelhecem..."

Levi 11/08/2014

Abaixo das espectativas
O livro não condiz com o título "Histórias do Clube da Esquina". Na verdade, é uma autobiografia do autor, Márcio Borges. Os músicos mineiros aparecem discretamente no livro (salve Milton Nascimento).

Carlos 10/01/2011

ótimo livro sobre o "clube da esquina", e é do irmão de lô borges...

flavicaldeira 25/10/2010

Clube da esquina
Um livro belíssimo, relato sincero das angústias, alegrias, euforias e frustrações de toda uma geração, marcada pela repressão da ditadura militar, no contexto de uma cidade encantadora, aspirante, sonhadora que era a Belo Horizonte daquela época. Um texto lírico, emocionante, despretensioso, modesto, muitas vezes. Márcio Borges se revela o poeta que não quis ser, que não buscou ser mas que as tramas do destino fizeram com que fosse, com que participasse, influenciasse e deixasse sua marca na história musical brasileira. Ri muito, chorei muito, senti muita saudade da minha cidade querida, dos meus ídolos da adolescência, especialmente Lô Borges. Além disso, passei a admirar mais ainda o Milton Nascimento, sabendo de sua generosidade, sua dedicação aos amigos, sua genialidade e, ao mesmo tempo, sua simplicidade e modéstia. Soube de tantos causos e acontecimentos, envolvendo tanta gente que eu conhecia que me fez recordar que todo mundo se conhece em BH.

Ivita. 05/05/2010

"Porque se chamava homem Também se chamavam sonhos E sonhos não envelhecem ..."
Recomendo este livro, pois durante a sua leitura percebemos estar diante de um relato comovente, divertido, engraçado do Clube da esquina, principalmente através das histórias vividas pelo autor, Márcio Borges, e pelo talentoso Milton Nascimento. O livro proporciona um misto de sentimentos, lágrimas e risos. Uma ótima leitura, até mesmo para os que não conhecem o clube da esquina.