Resenhas - Evangelho Essênio da Paz

none 11/07/2020

Poético, Histórico e Espiritualmente Enriquecedor, o mundo e nós precisamos
Li esse livro por conta da indicação de Gary Snyder, que em um de seus ensaios menciona os essênios, fui pesquisar textos históricos e me deparei com a história por detrás desse livro: Edmond B Szekely frequentava a casa de Aldous Huxley, um de meus autores favoritos, e, quando mostrou o esboço ao autor britânico radicado nos EUA, este, para espanto geral afirmou básica, direta e secamente que ninguém jamais leria um livro com notas de rodapé explicando notas de rodapé infinitas de pesquisas complexas de traduções de línguas mortas. Por mais que o assunto fosse interessante, Edmond teve que lapidar o achado. Os textos presentes no livro são traduções de manuscritos antigos hebraicos, aramaicos encontrados em bibliotecas na Áustria e no Vaticano. O resultado da bronca/recado de Huxley deu tanto certo que o livro, o primeiro volume do Evangelho essênio, virou best-seller não só nos EUA, mas no mundo todo. Szekely aprimorou e ampliou a pesquisa incluindo mais três volumes, sendo o quarto e último publicado apenas depois de sua morte.
Quanto ao texto, a preocupação do autor é mostrar a palavra e os ensinamentos daquele povo que teria instruído Cristo a partir de ensinamentos que datam de antes de Moisés, mais especificamente de Enoque. Constam profecias, revelações (o Apocalipse), e orações muito características dessa cultura que vivia próximo ao mar morto, que ingeria plantas locais e que curava pessoas a partir de técnicas específicas. Eram médicos de homens e de almas, e o ensinamento essênio trata disso: a terra é a mãe, o céu o pai. Temos que seguir obedecendo o que nossos olhos veem e o que o nosso espírito tem necessidade e que não pode alcançar pela matéria.