Tracinhas 21/02/2018
por Juliana Arruda
Cintilante I é uma história de fantasia escrita pela Isa Alvino, uma autora independente super gente boa que entrou em contato para que fizéssemos uma resenha do seu livro. Aliás, agradecemos pelo contado, Isa, e de antemão peço desculpas pelo atraso da resenha. Ultimamente só tenho tempo de resenhar durante as férias, porque durante as aulas, pra mim, é impossível.
Bem, de qualquer maneira, a Isa criou um universo bem bacana. Na história, nos deparamos com Alex, um jovem adulto que está morando na casa do pai, quando sofre um grave acidente. Na verdade não chega a ser grave, porque uma garota ruiva aparece, o salva e desaparece. Alex, claro, quer saber quem é a moça bonita que o livrou de uma possível morte, mas um fazendeiro que aparece para acudi-lo diz que não tinha ninguém na hora além dos dois.
Alex estaria birutando, claro, se não tirasse da cabeça essa garota e toda a situação bizarra que lhe acontecera. Depois de um tempo, ele decide cavalgar perto de uma mata e lá encontra uma cachoeira. Nem preciso dizer que ele encontra a garota que o salvou, certo?
Pois então, o nome dela é Eva. Uma garota tímida, linda e cheia de segredos. Ela não quer contar para o Alex quem é ou de onde vem. Ela simplesmente tem que guardar segredos para não prejudicá-lo, embora não deixe isso muito claro para ele. No entanto, depois de tantas tentativas e conversas, Eva decide contar a verdade para o Alex.
Eva é uma fada (isso não é spoiler, vocês podem ver isto estampado claramente na capa) e tem a missão de protegê-lo, como um anjo da guarda. O problema é que ambos estão apaixonados e são de mundos completamente diferentes. O mundo de Eva (Dramoon) é paralelo ao mundo do Alex (que é o nosso).
Em resumo: Alex pode ir para Dramoon, mas em contrapartida o seu mundo fica totalmente parado. Isso quer dizer que quando Alex faz a travessia, ele não deixa de envelhecer, e corre o risco de ficar mais velho quando voltar para o seu mundo que ficou parado no tempo. Dessa forma, Eva decide visitá-lo para que ele não fique sempre atravessando. Mas como eles são de mundos diferentes, óbvio que há outro problema que impede de Eva sempre visitá-lo: as bruxas. Elas vivem escondidas, são cruéis e se “alimentam” das fadas. Por isso eles sempre devem ser cuidadosos ao se encontrarem.
A história foi bem bolada, mas senti necessidade de mais descrições em algumas cenas. Há momentos em que tudo é muito corrido e cheio de diálogos, isso faz com que o ritmo da narrativa se perca um pouco. Em si, é uma história bacana pra quem quer passar uma tardezinha se distraindo.
Bem, agora vai uma coisa que me incomodou muito: a produção do livro. Sei que não sou especialista nisso, mas foi algo que eu não deixei de notar ao longo da leitura.
Vamos por partes:
Notei alguns vícios, o que faz com que a narrativa fique repetitiva/cansativa. Por exemplo: de um parágrafo para o outro temos uns 4 “mas”, e isso se repete em vários outros momentos. É nessa hora onde entra a parte da revisão, porque além de ter encontrado esses vícios, também vi algumas palavras erradas, além da falta de pontuação — mas esses foram bem poucos.
Também demorei um pouco para terminar de ler o livro, porque a diagramação está carregada de informações. Normalmente, nos livros, quando colocam algum tipo de fundo numa página, só são nas primeiras páginas dos capítulos, e não em todas. Pelo livro ter todas as páginas algum tipo de textura no fundo, faz com que a leitura se arraste e a visão do leitor fique cansada nas primeiras três páginas que ele ler — especialmente se for com um fundo tão carregado.
Outra coisa: aparece um “9”, entre o texto e o número de página, toda vez em uma página que tem o número “8”. Isso me matou. Dá impressão de que o responsável não teve cuidado nenhum ao produzir o livro.
Tem também o “I” que aparece nas laterais das folhas ao lado da palavra “Cintilante” quando na capa parece um “ ’ ”. Se na capa está assim, então nas laterais das folhas deviam estar da mesma forma (ou vice e versa). Manter um padrão é legal.
Falta legibilidade na capa: no título e na sinopse. Claramente vemos o nome do autor em ênfase, quando isso devia ser do título. Podemos ver isso pelo tamanho da fonte, né? Então, o nome do autor só funciona no topo da hierarquia da capa quando ele já tem certa fama, como o Paulo Coelho, por exemplo.
A foto da autora está estourada, consigo ver a maioria dos pixels. Nesse caso, comparado aos outros pontos, isso não é tão importante. Mas é bom a gente saber que, quando não se tem uma foto sem ser estourada, é só deixar a biografia mesmo — sem a foto.
Depois de ter visto tanta coisa no livro, fui atrás da editora para saber o motivo de não ter cuidado com a produção, e me dei conta de que a editora tinha “falido”. Não sei como vai ficar a continuação desta história, mas estou torcendo muito pela Isa. Quero saber o que vai acontecer!
Só pra finalizar, queria deixar claro pra você, autor, que tome muito cuidado ao assinar contratos com editoras que não cumprem o seu papel no mercado. Mas, Julis, a Arwen revisou, diagramou, fez capas e o escambau. Ela pode até ter feito tudo isso, mas não fez do jeito certo. NÃO VALE A PENA PAGAR UMA EDITORA QUE NÃO VAI FAZER UM TRABALHO LEGAL. No fim você vai ficar sem dinheiro, com um monte de livro encalhado que ninguém tem intenção de ler — principalmente se ele foi produzido sem o mínimo de cuidado. Então, por favor, fique de olho.
site: http://jatracei.com/post/171125530167/resenha-290-cintilante