D. Leopoldina

D. Leopoldina Paulo Rezzutti




Resenhas - D. LEOPOLDINA - A HISTÓRIA NÃO CONTADA


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Clio0 04/01/2023

Sempre pego séries com nome de "A História não contada...", "História para leigos", "Guia Politicamente In/Correto", etc. com um pé atrás. Em sua grande maioria são caça-níqueis que os próprios autores depois têm horror em figurar em sua biografia, mas Paulo Rezzutti me surpreendeu.

D. Leopoldina é uma biografia histórica surpreendemente coerente e coesa com os dados apresentados. Esses, diga-se de passagem, permeiam o livro para que o leitor possa ter direto acesso a fonte e sua ilustração.

A tese de Rezzutti é simples: Leopoldina de Habsburgo foi uma figura política atuante durante o processo de Independência do Brasil. Ele traça um perfil europeu condizente com a conjuntura da época, e depois, demonstra como tal entrou em conflito com as variações luso-brasileiras culturais e sociais nos dez ano que a personagem viveu aqui.

São citações de cartas de vários diplomatas e da própria Leopoldina, com apenas algumas vagas especulações, o que é um alívio para qualquer historiador que se interesse em ler o texto. O volume em si é bonito, com várias ilustrações, indíce organográfico e uma parte especial em que o autor forneceu espaço para que pesquisadores da área pudessem oferecer uma ou duas folhas de informação complementar.

Um dos melhores trabalhos em cima do tema que já vi. Recomendo.
Lelouch_ph 26/01/2023minha estante
Ainda pretendo ler a biografia dela.




Kelly 11/09/2020

Uma heroína brasileira
A imperatriz Leopoldina sempre é retratada como exemplo de mãe, esposa, e alma caridosa. A princesa triste, mal vestida e traída. O autor saiu desse tipico relato trazendo os pensamentos e sentimentos da nossa imperatriz.

Rezzutti iniciou o livro falando sobre o império dos Habsburgo, a família representada na cor amarela de nossa bandeira, seus interesses políticos, economicos e maneiras de atingir o que desejavam. A apresentação da família imperial austríaca trouxe o entendimento sobre a educação que a princesa recebeu, explicando seus interesses políticos e cientificos.

Irmã de Maria Luiza, segunda esposa de Napoleão Bonaparte, Leopoldina entendia e aceitava o papel da esposa de um imperador ao mesmo tempo que sabia como expor seus ideais. A princesa aos 20 anos casou-se por procuração em Viena e embarcou para Brasil, sonhando com um casamento perfeito e a vida em um paraíso, desembarcando no Rio de Janeiro em novembro de 1817.

Encontrou um marido com bem menos instrução que ela, uma corte com hábitos estranhos, sem cultura e refinamento e um país com um calor insuportável. Desfrutou de seu casamento ao lado de D.Pedro, um marido, ainda, muito atencioso e presente, e aproveitava as horas vagas para estudar nossa fauna e flora. Se correspondia frequentemente com amigos e familiares na Europa, e foi através das cartas escritas por ela que o leitor entra no cotidiano no casal imperial e nos pensamentos e desejos da princesa.

Quando D.Pedro assumiu a regência do pais Leopoldina acompanhou e interferiu em decisões políticas juntamente com o marido. O casal real era visto sempre andando juntos, e recebiam a todos que solicitavam uma audiência. A princesa mantinha projetos de caridade, mesmo sem ter dinheiro para isso. Para o pagamento de seus colaboradores e de seus projetos sociais a princesa recorria a empréstimos mundo a fora.

Em seu acordo nupcial ficou determinado uma quantia para manutenções das despesas pessoais da princesa e para seus projetos. Essa quantia não era paga regularmente, e quando era pago ficava retido com o marido. Sem o valor que tinha a receber, e com os empréstimos a princesa não tinha dinheiro nem mesmo para seus vestidos, e ainda assim, existiam pessoas que falavam que o marido a traia porque a esposa não se vestia adequadame.

Durante as tensões pós partida da corte para Portugal, a presença de Leopoldina nas discussões políticas era frequente, e era desejo seu, mesmo que isso significasse o fim do sonho de retornar à Europa, que o Brasil se separasse de Portugal. Em 2 de Setembro de 1822, após presidir a reunião do conselho que deliberou sobre a independência, enviou uma carta ao marido, que estava em viagem à São Paulo, dizendo que era hora. E no dia 07 de setembro D.Pedro declarou independência.

Juntamente com o retorno de D. Pedro ao Rio de Janeiro veio a família Castro, e com eles Domitila de Castro, amante responsável por todo o desgosto em seu casamento. A imperatriz era amada pelo povo, e D. Pedro recebia esse amor até expor a esposa a todas humilhações possíveis por conta de seu amor por Domitila. A imperatriz foi afastada da política, só podia sair da residência na presença do marido e ainda tinha que suportar a presença da amante como sua dama. Resistiu a tudo como entendía que uma imperatriz deveria suportar, entendia que para manter o povo unido era necessário que o casal real estivesse unido. Após 9 anos no Brasil, 9 gestações, a imperatriz faleceu no Rio de Janeiro, deixando os brasileiros profundamente revoltados com seu imperador, para o povo D.Pedro era a causa da morte da imperatriz.

D. Pedro expulsou Domitila de São Paulo, casou se novamente e voltou para Portugal. E Leopoldina mesmo tendo um papel importante na história geralmente é lembrada pelo seu sofrimento perante as traições do marido, e livros como esse são muito importantes para resgatar as lembranças de pessoas tão importantes para nossa história.
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Erika 27/04/2017

Dá para um livro histórico ter sabor de novela sem precisar distorcer os fatos? A nova obra de Paulo Rezzutti, "D. Leopoldina – A História não Contada" mostra, indubitavelmente, que sim!

Desde criança sou fascinada pela primeira Imperatriz brasileira e sempre li muito sobre ela. Confesso que, ao iniciar a leitura da obra acima citada, pensei ser impossível algo novo estar ali contido. Mas me enganei redondamente. A mais recente biografia de D. Leopoldina traz muitas novidades e visões totalmente diferentes do que até hoje já foi publicado.

Destaco os trechos que tratam acerca da vinda da Arquiduquesa da Áustria para o Brasil, em uma longa viagem que passou por terras e mares, tendo durado meses. Paulo Rezzutti esmiuçou os escritos de Ana Von Kühnburg, uma nobre austríaca que acompanhou Leopoldina pelo trajeto e narrou, com riqueza de detalhes, os locais pelos quais passaram, com destaque para o navio, bem como seu estado de espírito e da importante viajante, traçando-nos um panorama muito preciso desse pedaço de História até então pouco conhecido.

E, além da palavra escrita, a viagem ainda é retratada pelos desenhos de Franz Joseph Frühbeck, um auxiliar de bibliotecário que compôs a comitiva da então futura Imperatriz. Trata-se de imagens que mostram passagens do dia a dia, a cozinha do navio, o local onde ficavam os dormitórios na embarcação, os marinheiros em conversa, uma festa típica e a chegada ao Rio de Janeiro. Fascinante!

Todo esse conjunto nos coloca junto de Leopoldina, fazendo-nos viajar com ela. Aliás, mais do que isso. O livro todo consegue inserir o leitor dentro do lugar abordado em cada um dos seus trechos. Assim, frequentamos os palácios e festas de Viena, entramos no dormitório do casal imperial, passeamos pelas florestas e visitamos as igrejas e teatros da então capital brasileira, o Rio de Janeiro.

O perfil psicológico da Imperatriz tratado no livro é muito mais rico e complexo do que já foi mostrado até então. Conhecemos Leopoldina solteira, com todas as ilusões e impetuosidades da juventude, sua vida no seio da família de origem e a bonita amizade com a irmã Maria Luísa. Chegando ao Brasil, é possível sentir toda a difícil adaptação a uma família (os Bragança) que não vivia em plena harmonia, bem como a uma corte muito inferior em modos e cultura à austríaca. D. Pedro I é retratado não como a mitológica figura histórica, mas sim como o homem comum, o esposo ora carinhoso, ora grosseiro, ora infiel, ora devoto.

A transformação de Leopoldina é acompanhada gradualmente e, passando a conhecer bem sua personalidade, é possível compreender a aparente complacência que teve em reação ao tórrido relacionamento de D. Pedro I com a Marquesa de Santos. Nunca nenhum livro me fez compreender tão claramente o porquê de ela ter agido da forma como agiu. Mas esse estudo tão bem elaborado de sua pessoa gerou o entendimento que até então, admito, faltava-me.

Enfim, trata-se de um livro extremamente interessante e bem escrito, baseado em muita pesquisa e que consegue trazer um material rico e detalhado sem cansar o leitor. Combinação perfeita do talento do escritor com uma personagem esplêndida! Recomendo!
milena 05/06/2017minha estante
Correndo pra ler!!!!


Cris Costa 10/09/2018minha estante
Acabei de comprar, não vejo a hora de começar a ler esta preciosidade e saber mais sobre a história do nosso país.


Pati 10/05/2020minha estante
Acabei de ler, tbm sou admiradora de Leopoldina, o livro é muito bom!!!




Thamara 20/03/2021

Lindíssimo
Um livro de fácil leitura, capítulos curtos, a edição está lindíssima, com diversas imagens que nos fazem retornar aquele período (mesmo sem ter participado). A história de D. Leopoldina é linda, entretanto muito triste também, ao longo dos anos ela se tornou uma pessoa muito melancólica, o que fez com que seu brilho se apagasse!
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Adiel.Guimaraes 19/06/2022

!!!!
[?] Querido pai, assuma o papel de nosso verdadeiro amigo e aliado; certamente será para meu esposo e para mim um dos nossos dias mais felizes quando tivermos essa certeza; quanto a mim, caríssimo pai, pode estar convicto de que, caso aconteça o contrário, para nosso maior pesar, sempre permanecerei brasileira de coração, pois é o que determinam minhas obrigações como esposa, mãe e gratidão de um povo honrado, que se dispôs, quando nos vimos abandonados por todas as potências, a ser nosso esteio, não temendo quaisquer sacrifícios ou perigos.
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William LGZ 03/09/2023

Um dos melhores livros do gênero
Até o momento a melhor biografia que já li, cujo autor soube contar com maestria toda a vida desta ilustre figura histórica que não é apenas "a mulher de D. Pedro I" ou "a mãe de D. Pedro II" mas sim uma das principais arquitetas por trás da independência do Brasil e uma pessoa incrível em todos os aspectos.

E o livro não é maravilhoso apenas pelo fascinante material que Rezzutti já tinha em mãos para trabalhar, pois ele teve grande mérito em, sem distorcer nenhum fato e sempre ressaltando quando algo ainda era inconclusivo, contar toda a história de uma forma tão intrigante que era como se estivéssemos ali presenciando tudo.

Acredito que é importante para todos nós brasileiros conhecermos mais a respeito de Leopoldina porque ela foi por muito tempo, e ainda continua, escanteada dos livros de História mesmo tendo sido vital para o nosso processo de independência. Por isso recomendo demais essa obra que faz a reparação ideal para isso!
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Amanda.hpires 28/09/2020

Simplesmente encantador
D. Leopoldina cativa pelo seu modo de ser, pela sua inteligência e seu bom senso. Foi uma mulher incrível! Sem sombra de dúvidas a imperatriz foi importantíssima na construção do Brasil como país independente. É uma pena que ela tenha passado por tantas angústias e humilhações em sua vida.
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Marcelli.Leardini 30/04/2020

Uma história e tanto
O livro Leopoldina - A História não contada promete trazer um novo olhar sobre a vida da nossa primeira imperatriz.

É uma leitura obrigatória para quem gosta da história do nosso país, mais precisamente do primeiro reinado.

Leopoldina foi uma grande mulher. Culta, estudiosa, engajada, educada, caridosa...

A lista é grande das virtudes que ela carregou.

Se eu pudesse alencar ao menos um defeito, eu diria que teria sido uma submissão excessiva e desnecessária, em prol do respeito ao amor que tinha por Pedro.

Talvez se adotasse uma postura mais firme, a história do seu casamento poderia ser outra... Mas talvez se adotasse uma outra postura, bem, a história poderia ser outra! Vai saber!

Enfim, super recomendo!
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Vivi Martins 28/08/2020

Uma mulher à frente de seu tempo!
O livro de autoria do escritor e pesquisador paulista, Paulo Rezzutti, lançado no ano de 2017 é uma perfeita homenagem ao bicentenário da chegada de d. Leopoldina ao Brasil. Sua biografia que ainda parece distante da maioria do povo brasileiro, fez com que a obra de Rezzutti chegasse em momento oportuno. O livro que é muito bem escrito, conta com imagens inéditas e parte de documentos originais para melhor relatar a vida da primeira imperatriz do Brasil.

Foi um prazer poder conhecer melhor essa personalidade incrível que foi d. Leopoldina, a primeira imperatriz do Brasil. Uma mulher inteligente, bem instruída, discreta, de caráter firme, religiosa, apaixonada pelas ciências e com um nobre espírito de caridade.

A Arquiduquesa Maria Leopoldina Carolina Josefa, nasceu na Áustria na Dinastia dos Habsburgo. Devido à educação que recebera, compreendia bem mais quais eram os seus deveres perante o trono e os sacrifícios inerentes a ser uma princesa de uma casa real e uma futura rainha. Deixou a família que tanto amava do outro lado do oceano e veio viver na América. Mesmo com dúvidas e incertezas diante do desconhecido que iria enfrentar, se impôs firmeza e superou a si mesma.

Realizou tudo o que esperavam dela. D. Leopoldina sabia se portar, era educada e tinha uma visão mais ampla de sua posição perante seus súditos. Tinha consciência de qual era sua função no casamento. Era nítida a superioridade em relação a D. Pedro. Ela por ser uma hábil estrategista política, se tornou uma importante conselheira do marido, sendo ela uma peça chave ao movimento da independência do Brasil.

Suportou com silêncio e autocontrole todas as humilhações por parte do marido e de sua concubina, Domitila, não como ato de resignação ou passividade, mas como parte da sua plena consciência de seu papel como soberana. Era preciso preservar a imagem da Família Imperial, minimizar escândalos que pudessem abalar a confiança no trono.

Se d. Pedro com sua vida pessoal marcada de escândalos o que fez despencar sua popularidade, ela trilhou o caminho oposto: tornou-se um símbolo de comportamento moral e virtuoso, inspirou amor e respeito.

A dedicação de d. Leopoldina e seus sacrifícios pela monarquia brasileira eram superiores a qualquer prazer em prol de sua felicidade pessoal. Incapaz de se opor ao relacionamento de d. Pedro com amante, sofreu até a morte, as mais diversas humilhações e afrontas por parte do marido.

Raras vezes uma estrangeira foi tão querida e reconhecida por um povo como ela. Se tornou uma mãe querida do povo brasileiro. Uma mãe que não media esforços para ajudar os pobres e necessitados, inclusive se endividando com empréstimos. Sua morte deixou muitos órfãos, não só seus filhos muito amados, mas o povo brasileiro que a reverenciava, principalmente aqueles à quem ela muito ajudava.
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Felipe Mello 19/02/2020

As Consequências por Seguir os seus Ideais.
Os ideais de Leopoldina sendo naturalmente ostentados, visto que Rezzutti manifesta as suas líricas convicções, como os seus delicados desejos, nesta grandiosa figura política, pois, descobrimos a sua notoriedade ao longo deste importante cenário, uma vez que consolidou o primeiro império brasileiro, após a independência do Brasil. As suas cartas estimularam a minha curiosidade ao longo da leitura, uma vez que sentia os seus tenebrosos receios diante desta melancólica depressão, mas apreciei esta acessível escrita, pois, o autor ostenta adequadamente os sentimentos da imperatriz, visto que prezarmos pelas suas preciosas conquistas, após amargarmos durante o seu angustiante estado de inquietação. Rezzutti ainda peca pela exaustiva informação(dos pré-acontecimentos) antes da chegada da imperatriz no Brasil, como também julguei desnecessário o gigantesco posfácio, mas a sua obra aprimora este vasto conhecimento, pois, concede esta instigante concepção.
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carinamv 28/10/2020

O início do livro é um pouco arrastado e confuso porque introduz sobre a origem de Leopoldina, mas assim que essa parte inicial acaba e o autor começa a contar a história dela no Brasil o livro fica simplesmente impossível de largar.
Demorei dois meses pra ler os primeiros 30% e uma semana pra ler os outros 70%.
Excelente biografia.
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eu_lucasx 13/02/2023

?D Leopoldina, a história não contada? Resenha
Em mais um livro, o escritor Paulo Rezzutti consegue como ninguém mostrar para nós leitores a história de nosso país.
?D Leopoldina, a história não contada? é sem dúvidas alguma, uma das mais belas representações históricas que temos sobre personagens brasileiros do século XIX.
Este livro retrata como nenhum outro a história da primeira imperatriz brasileira, mostra todas suas vertentes, desde a mulher forte, até a que se submetia a situações vergonhosas pelo amor.
A estrategista política que foi Leopoldina fica nítida nessa biografia, algo nunca antes visto por nenhum outro biógrafo da mesma.
A obra retrata a mãe, mulher, filha, imperatriz, arquiduquesa, e todas as outras milhares de funções que a mesma exercia.
Esse livro foi a melhor biografia que já li, ele te prende do primeiro parágrafo, ao último, com momentos emocionantes e momentos inspiradores. Dou parabéns ao escritor Paulo Rezzutti, por nos presentear com tamanha genialidade que é essa obra.
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Marcio.Araujo 05/07/2021

Leitura concluída.

Em "d. Leopoldina, a história não contada" Paulo Rezzutti nos conta a história da nossa primeira e mais amada imperatriz. Sendo filha de Francisco I, imperador da Áustria, d. Leopoldina pertencia a casa de Habsburgo, como tal, teve uma instrução de excelência, aprendendo não só ciências (pelo que era apaixonada) mas também línguas estrangeiras, noções de política, caridade e principalmente: senso de dever e as responsabilidades de um monarca. Essa educação, típica dos Habsburgo, será constantemente lembrada por todo o livro.

Rezzutti trata também sobre o maior adversário dos Habsburgo na época de Leopoldina: Napoleão Bonaparte. O qual tendo feito os austríacos amargar diversas derrotas, não lhes deixou alternativa, senão fazer aliança com o inimigo, para isso, o imperador austríaco teve que entregar a contragosto a irmã de Leopoldina, Maria Luísa, para se casar com o governante francês. É com essa irmã que Leopoldina irá trocar cartas por toda a sua vida, cartas essas que são frequentemente citadas no livro.

Com a derrota de Napoleão, reis de toda a Europa se reúnem em Viena para decidir os rumos do velho continente e tentar restaurar a antiga ordem. Evento esse que, ocorrido na capital austríaca, teve Lepoldina como uma das anfitriãs. É nesse contexto que se iniciam as negociações para o casamento de Leopoldina com o príncipe d. Pedro, herdeiro do trono português. Para Portugal a aliança diminuiria a dependência em relação à Inglaterra, já para o Império Austríaco, enfraquecido pelas guerras, era a oportunidade de abrir o Brasil para o comércio com os austríacos e de ter um aliado da Santa Aliança no continente americano, já que a corte portuguesa ainda estava no Brasil.

Concluída a negociação, a arquiduquesa austríaca casou-se por procuração com o príncipe português. Porém Leopoldina teve que aguentar uma longa espera em Livorno, onde embarcaria para o Brasil, já que a esquadra portuguesa, que faria o transporte, demorou muito a chegar devido a uma reforma no navio que traria a nova princesa dos portugueses.

Chegando ao Brasil, a princesa foi recebida com festas, porém teve dificuldade em se adaptar a nova corte, já que era bem diferente da austríaca e com menor valorização do intelecto. Porém, tinha no rei d. João VI, um alento, já que este fizera de tudo para agradá-la, inclusive após a independência.

Entretanto, em razão da revolução liberal do Porto, d João VI se vê obrigado a voltar para Portugal, porém deixa o marido de Leopoldina como regente do Brasil, é nesse momento em que toda a inteligência de d. Leopoldina começa a ganhar destaque, pois o parlamento português (também chamado de Cortes de Lisboa), o qual tomou o poder com a revolução, era hostil tanto ao rei, quanto ao seu filho que ficara no Brasil. Entretanto essa antipatia não era recíproca, d. Pedro simpatizava e muito com a revolução do Porto, chegou ao ponto de jurar a constituição portuguesa, antes mesmo dela ser escrita! Foi Leopoldina e não d. Pedro, quem primero percebeu que os rumos que as coisas estavam tomando trariam sérias consequencias para o Brasil.

As Cortes de Lisboa revogaram vários atos de d. João VI no Brasil e pretendiam rebaixar o Brasil novamente ao status de colônia. Segundo Rezzutti, a princípio e contra os conselhos de Leopoldina, d. Pedro estava realmente disposto a obedecer as ordens vindas das Cortes, mesmo as mais absurdas, entretanto a falta de tato das Cortes, bem como dos soldados portugueses posicionados no Rio, foi progressivamente favorecendo a posição de d. Leopoldina e de brasileiros favoráveis a emancipação, os quais foram mudando a opinião do príncipe português. D. Leopoldina tinha papel ativo na administração do Brasil e estava como regente quando presidiu a reunião do Conselho de Estado, que recomendava a declaração de independência, decisão que foi enviada para ratificação de d. Pedro, o qual estava em viagem.

Foi nessa viagem que o príncipe português proclamou a independência e que conheceu um personagem que mudaria a vida de Leopoldina para sempre: Domitila do Amaral, a futura marquesa de Santos. Com ela d. Pedro teve um caso que foi ficando cada vez mais escancarado, lhe favorecendo e a sua família de diversas maneiras. Para Rezzutti a frieza com que Leopoldina tratou o assunto, longe de revelar passividade por parte da imperatriz, era motivada por uma visão mais ampla que a do imperador, d. Leopoldina sabia que tinha que proteger a imagem da Coroa perante o povo e que brigas recorrentes, bem como escândalos enfraqueceriam a monarquia. Sua tática, segundo o autor, foi politicamente bem sucedida, já que os sucessivos erros de d. Pedro, inclusive o seu caso com a marquesa de Santos, foram lhe custando a popularidade, enquanto a da imperatriz só aumentava, há inclusive alguns relatos de que revoltas militares só não ocorreram contra d. Pedro por respeito à Leopoldina e não a ele.

As constantes humilhações a levaram a um quadro de profunda melancolia, a qual se não lhe causou uma doença, certamente a agravou. D. Leopoldina estava grávida quando adoeceu e seu estado de saúde foi ficando cada vez mais grave, para desespero da população carioca, a qual acompanhava pelos jornais a evolução da doença e fazia grandes manifestações religiosas pedindo pela recuperação da imperatriz, entretanto em 11 de dezembro de 1826 d. Leopoldina faleceu no Rio de Janeiro, enquanto d. Pedro estava no Sul resolvendo assuntos referentes a guerra da Cisplatina. Sua morte causou grande comoção, a qual foi atestada por vários estrangeiros residentes no país, seu sepultamento foi acompanhado por uma grande multidão e mesmo mais de 80 anos após a sua morte, já no período republicano formou-se nova multidão para acompanhar a transferência do seu corpo do convento da ajuda, onde fora sepultado inicialmente, para o convento de Santo Antônio.

Recomendo muito a leitura, ele cita várias cartas e documentos, bem como foge do estereótipos de passividade e de apatia formados em torno da imperatriz, bem como levanta dúvidas sobre alguns documentos normalmente aceitos sem muita contestação.
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Ana beatriz 22/06/2021

Durante o ensino médio eu fiquei muito encantada com a história do brasil império, até então conhecia apenas o d. Pedro I e o d. Pedro II. Assim que comecei a pesquisar sobre quem havia sido os imperadores brasileiros achei dois vídeos que me chamaram muita atenção sobre a d. Leopoldina e um deles era o do Paulo Rezzutti, assisti o vídeo e sai dele com um sentimento de que eu precisava saber mais sobre a nobre imperatriz que tivemos e foi assim que eu descobri a bela obra escrita pelo Paulo, que conta de uma forma instigante os maus bocados e as poucas felicidades que viveu a imperatriz. Quando eu comecei a ler o livro da Leopoldina achei que poderia ser bem cansativo, uma vez que não costumo ler ?biografias?, mas o livro me surpreendeu em alguns pontos:
? a escrita do Paulo decorre muito bem.
? os títulos dos capítulos não são sensacionalistas, pelo contrário, são bem instrutivos.
? sempre mostra dados e provas históricas.
? a leitura foi muito fluida pra mim.
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Haryadne.Moreto 18/07/2020

Leopoldina - Realmente um historia NÃO contada!!!
Acho que muitas pessoas não sabem mesmo sobre a verdadeira história de Leopoldina. Eu mesma sabia que ela era esposa de Dom Pedro I e o que todos nos contam na escola. Pq "a escola" não nos conta sobre essa mulher sensacional, caridosa, educada, estudada, inteligente e, principalmente, tão importante para história do nosso Brasil? Pq damos mais importância para a história de outras nações e tão pouco para nossa. Eu me incluo nessa, pq só pouco tempo atrás comecei a me interessar.
O começo contado sobre a Dinastia Habsburgo é excelente. Só o meio do livro que fica confuso, parece que os temas ficam soltos, fica no vai e volta no tempo, ate parece que as coisas se repetem. Parece que ficou sem organizar. No todo o livro é ótimo!!! Vai reler.
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