Resenhas -

jhdep 17/12/2021

Que a vergonha saia pela culatra!
Os autores utilizam de áreas como a história, a psicanalise e a biologia para debaterem sobre a centralidade do c* na formação das identidades sexuais e na estigmatização de corpos penetrados, bem como das práticas que subvertem a logica heterocentrada do sexo e o colocam como principal fonte de prazer, a partir de sua abertura e introdução não so de p3n1s como também de punhos, dildos e outros instrumentos. Nos mostra a importância de se advogar por políticas anais que desconstruam o sexo e sua lógica binaria de instituição da vergonha, do tabu, do pecado, do crime e da desvalorização desse órgão extremamente potente e delicioso.

Adriana Scarpin 26/10/2018

Acho que escolhi o livro que vou levar na votação no domingo, primeiramente pensei no pequenino O indivíduo, a sociedade e o Estado da Emma Goldman ou A sociedade contra o Estado do Pierre Clastres, mas se eu quisesse me defender de uma agressão dos bolsominions meu volume único de Em Busca do tempo Perdido do Proust teria mais serventia. Por fim escolho Pelo cu, políticas anais de Javier Sáez e Sejo Carrascosa porque já passou da hora de brasileiro neoliberal protofascista sair da fase anal retentiva freudiana e liberar o furíneo, porque vocês sabem que essa eleição gira toda ao redor do cu, tanto psicanaliticamente quanto literalmente.
Dito isso, atemos ao livro que é uma espécie de ênfase nas leituras anais de Preciado, Deleuze/Guatari, Freud e Hocquenghern, dos quais apenas esse último me era desconhecido, por isso o livro, apesar de bem escrito e evidenciar os conceitos básicos desses autores com inserção de novas ideias e outros autores, não me conquistou pelo ineditismo, mas certamente será uma obra a ser sempre consultada em minha biblioteca. E aproveitem enquanto ainda podemos ter uma biblioteca com livros queer no Brasil, quiçá com livros em geral.

Lucas.Brasil 14/02/2018

Apesar de erros na tradução, um livro maravilhoso!
"Não existe um "homem" que depois de utilizar seu cu passivamente devém "mulher". O que existe primeiro são cus, penetráveis ou não penetráveis e, em função disso, o cu "produz" o sujeito mulher e o sujeito homem."
Essa é a grande sacada que os autores se propõem a trazer, além de outros assuntos super atuais condizentes com à temática da analidade. Não vejo a hora de traduzirem o Ética bicha!