Crepúsculo dos Ídolos

Crepúsculo dos Ídolos Friedrich Nietzsche




Resenhas - Crepúsculo dos Ídolos


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Ailton 22/03/2013

A principal impressão para mim após ler o livro é de que a visão do ser humano que eu tenho, assim como a maioria da sociedade, é fundada nos moldes do pensamento judaico/cristão. Nietzshe apresenta uma abordagem para mim nova, é uma forma diferente de entender nossa condição com ser humano, despida de correntes morais.

Muitos pontos levantados por ele entram em conflito com nossa forma moderna de viver. Questões como a mulher, segregação de classes, as questões morais e de fé. É uma leitura inquietante, que a todo momento me confrontou.
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Fabio Michelete 12/11/2012

É preciso ler mais
A escolha de conhecer Nietzsche iniciando por Crepúsculo dos Ídolos foi apenas em função de uma liquidação de pocket books. Não é um mal começo, mas fica claro desde o início, que é preciso alguma ordem, ou orientação para compreender o trabalho do filósofo. Esta resenha é mais um lembrete para minhas emoções durante a leitura, do que uma tentativa de (impossível) síntese representativa das idéias do filósofo.

Ficou para mim, nesta leitura, uma vontade de saber mais, em especial de Além do bem e do mal ou assim falou Zaratustra. Crepúsculo dos Idolos é o ultimo livro que o autor viu ser publicado, antes de seu colapso nervoso como me informou o prefácio. Isto que impacta mais na leitura deste texto inteligente. Ele é denso! E bem escrito! Tem horas que navegamos fácil por suas frases, concordando com o autor e sentindo seu ímpeto e indignação.

Indignado! Aliás, esta é uma diferença marcante em relação a outros filósofos. Quando um filósofo escreve sobre algo, é porque quer compartilhar suas conclusões. Está, então, numa espécie de trégua com suas dúvidas, pois encontrou algum sistema que permitiu uma resposta enriquecedora e aceitável. O livro de Nietzsche, não tem esta tranquilidade. Ele combate as próprias certezas com raiva e persistência, como se estas fossem inimigas a tentar dissuadi-lo de sua busca.

Se ficou louco ao final da vida, bem pode ser dessa intranquilidade. Sem solo firme para qualquer verdade, sempre escolhemos algum dogma, pessoal ou coletivo, para apaziguar nossa inquietação, e construir a partir desta arbitrariedade. Nietzsche foi corajoso ao negar tal artifício. Quer ser inconformado, jovem de espírito e talvez tenha submetido seu corpo e mente a algo mais do que podiam conter.

No caminho desta luta interna, deixa cadáveres pela estrada, entre eles o cristianismo, a moral, a tentativa de controle de nossas vontades animais por qualquer mecanismo de Estado ou ideologia controladora. Acredita num mergulho nas profundidades de nossa humanidade (em seu sentido mais incontrolável), e espera que a ordem social possa surgir desta consciência, não mais como hipocrisia, mas como escolha e se assim fosse, sem todas as neuroses atuais.

Foi difícil selecionar poucas frases. Segue abaixo as que mais impacto causaram:

O que as escolas superiores da Alemanha efetivamente alcançam é um adestramento brutal que, com o menor dispêndio possível de tempo, visa tornar um grande número de jovens aproveitável, explorável, para o serviço do Estado. Educação superior e grande número coisas que se contradizem de antemão. Toda educação superior pertence apenas à exceção: é preciso ser privilegiado para ter direito a um privilégio tão elevado.

Só se é fértil ao preço de ser rico em oposições; só se permanece jovem se a alma não se espreguiça, não anseia pela paz... Nada se tornou mais estranho para nós do que aquele anelo de outrora, o de paz da alma, o anelo cristão; nada nos causa menos inveja do que a vaca moral e a felicidade gorda da consciência tranquila. Renuncia-se à grande vida quando se renuncia à guerra...

Toda a psicologia antiga, a psicologia da vontade, pressupõe que seus autores, os sacerdotes à testa das antigas comunidades, queriam se arrogar o direito de inflingir punições ou queriam arrogar esse direito a Deus...Os homens foram imaginados livres para que pudessem ser condenados, punidos para que pudessem se tornar culpados: em consequência, toda ação teve de ser imaginada como querida e sua origem como presente na consciência (o que transformou a mais radical falsificação in psychologicis em princípio da própria psicologia...

O direito à estupidez. O trabalhador cansado e que respira lentamente, de olhar bonachão, que deixa as coisas andar como andam: essa figura típica que agora, na época do trabalho (e do reich!), encontramos em todas as classes da sociedade, reivindica hoje precisamente a arte, incluindo o livro, sobretudo o jornal e mais ainda a bela natureza, a Itália... O homem do entardecer, com os impulsos selvagens adormecidos de que fala Fausto, necessita do veraneio, do banho de mar, das geleiras de Bayreuth...Em tais épocas, a arte tem direito à pura tolice como uma espécie de férias para o espirito, o engenho e o ânimo. Wagner entendeu isso. A pura tolice restaura...

Quando o anarquista, na condição de porta-voz das camadas declinantes da sociedade, exige direito, justiça e direitos iguais com uma bela indignação, apenas se encontra sob a pressão de sua incultura, que não consegue compreender por que realmente ele sofre do que é pobre, de vida... Ele é dominado por um impulso causal: alguém deve ser culpado por ele estar mal... Só a bela indignação já lhe faz bem, vociferar é um prazer para todos os pobres-diabos isso dá uma pequena embriaguez de poder. Já basta a queixa, o queixar-se, para dar à vida um encanto pelo qual se suporta vive-la: há uma dose sutil de vingança em toda a queixa: a pessoa censura aqueles que são diferentes, como se isso fosse uma injustiça, um privilégio ilícito, por sua situação ruim, as vezes até por sua ruindade. Se sou canaille, também deverias sê-lo: é com base nessa lógica que se faz revolução. O queixar-se não vale nada em caso algum: ele provém da fraqueza. Atribuir sua situação ruim a outros ou a si mesmo a primeira atitude é própria do socialista, a última, do cristão, por exemplo não faz qualquer verdadeira diferença. O que há em comum, digamos o que há de indigno nisso, e que alguém deva ser culpado por sofrermos em resumo, que o sofredor prescreva para seu sofrimento o mel da vingança.

Mas quem sabe, afinal, se desejo mesmo ser lido hoje? Criar coisas nas quais o tempo gaste seus dentes em vão; esforçar-se por alcançar uma pequena eternidade na forma, na substância nunca fui modesto o bastante para pedir menos de mim. O aforismo, a sentença, nos quais sou o primeiro s ser um mestre entre os alemães, são as formas da eternidade; minha ambição é dizer em dez frases o que qualquer outro diz num livro o que qualquer outro não diz num livro...
Kaio 18/12/2013minha estante
Você disse muita coisa nessa resenha que demonstra que você entendeu Nietzsche de forma errada. Primeiro, ele não combate as próprias certezas porque ele nem crê em "certezas", na verdade ele acredita que os indivíduos superiores devem criar suas próprias verdades. Segundo, chamar Nietzsche de inquieto e inconformado é quase infantil(se algum dia você ler A Gaia Ciência vai entender o que eu quero dizer). < Nesse ponto você ainda demonstra ser dogmático, o que explica sua incompreensão... Não quero dar "carão", mas minha crítica ressalta a necessidade de se ler Nietzsche em pequenas doses e com mente aberta.


Kaio 18/12/2013minha estante
No mais, eu também gosto dessa citação sobre os anarquistas. Mas a minha preferida mesmo é "Os homens se tornaram criaturas sofredoras por causa de suas morais: o que obtiveram foi, em resumo, o sentimento de que eram fundamentalmente demasiado bons e demasiado importantes para a Terra, onde só estavam de passagem."


Fabio Michelete 18/12/2013minha estante
Obrigado Caio, concordo contigo e penso ter deixado isto claro desde o título. Cultivo incertezas, então não sei se algum dia vou entender Nietzsche "da forma certa".


Kaio 18/12/2013minha estante
Esses documentários resumem muito bem a filosofia dele, de forma digerível. O 3º é o melhor porque nos mostra o que Nietzsche pensa do sofrimento.

http://www.youtube.com/watch?v=wszgKT2zS-c

http://www.youtube.com/watch?v=TznwyQRHDwE

http://www.youtube.com/watch?v=oKsFecLFz6I

E aqui vai uma crítica bastante contundente de Russell à Nietzsche. É bom ver essa crítica também porque Nietzsche é tão genial que se torna perigoso.

http://www.youtube.com/watch?v=wT5zb1KrbW8




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Manuba 02/03/2016minha estante
Erick, particularmente eu não entendi esse trecho que você usa como título para a resenha sobre o livro. Você consegue me explicar por que essa seria uma dupla mentira?


Erick 13/01/2017minha estante
Oi Manuba, desculpe o lapso, só agora vi que havia uma questão rsrs...então acho que pra entender isso é preciso fragmentar o enunciado em "toda verdade" e "é simples" pra concluir que ambas são mentiras ou no mínimo aparências bastante questionáveis. A verdade pra Nietzsche é uma metáfora, ou, melhor dizendo, ela sempre denota uma vontade de poder (ou em termos foucaultianos pura dominação) e por isso não podemos totalizá-la e dizer "Toda verdade". Já o simples é mais complexo que a p´ropria complexidade, nada é simples, logo também é uma mentira. Assim interpreto esse enigmático aforisma! :)




Yussif 16/05/2012

"Crepúsculo dos ídolos" ou como Filosofar com o Martelo foi a penúltima obra de Nietzsche, escrita e impressa em 1888, pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou - numa das cartas acrescentadas em apêndice a esta edição - como um aperitivo, destinado a "abrir o apetite" dos leitores para a sua filosofia. Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma "declaração de guerra". É com espírito guerreiro que ele se lança contra os "ídolos", as ilusões antigas e novas do Ocidente: a moral cristã, os grandes equívocos da filosofia, as idéias e tendências modernas e seus representantes.
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Eduardo 15/08/2010

Meu primeiro Nietzsche, indicado por um amigo.

O autor externa muito do que eu penso, mas acho que em alguns casos os argumentos dele são meio forçados... Exemplo: o capítulo "O Problema de Sócrates". Também não sou o maior fã dos socráticos (apesar de entender toda a importância deles), mas usar a feíura de Sócrates como uma espécie de argumento me soa meio forçado.
Outro exemplo é quando ele interpreta a obra de Darwin de um prisma sociológico, e não biológico. Aí não faz sentido nenhum mesmo porque, basicamente, não ocorre uma seleção natural, e sim uma seleção artificial.

Mas ainda assim, é um ótimo livro, pra mexer com as opiniões mesmo.
Certamente lerei mais do autor.
Kaio 16/04/2014minha estante
Ele não criticou a aparência de Sócrates, ele quis dizer que Sócrates foi "aturado" numa sociedade extremamente preocupada com a estética como a Grécia Antiga. Nietzsche valoriza o belo e e estética apesar de dizer "Ousemos ser feios!" no Caso Wagner. Ah, essa citação é relacionada à música, ele quis dizer que uma boa melodia pode fazer vc gostar de um artista medíocre, vê como não dá pra interpretar Nietzsche ao pé da letra?




May 08/11/2009

"Crepúsculo dos ídolos" foi a penúltima obra de Nietzsche, escrita e impressa em 1888, pouco antes de o filósofo perder a razão. O próprio Nietzsche a caracterizou - numa das cartas acrescentadas em apêndice a esta edição - como um aperitivo, destinado a "abrir o apetite" dos leitores para a sua filosofia. Trata-se de uma síntese e introdução a toda a sua obra, e ao mesmo tempo uma "declaração de guerra". É com espírito guerreiro que ele se lança contra os "ídolos", as ilusões antigas e novas do Ocidente: a moral cristã, os grandes equívocos da filosofia, as idéias e tendências modernas e seus representantes. De tão variados e abrangentes, esses ataques compõem um mosaico dos temas e atitudes do autor: o perspectivismo, o aristocratismo, o realismo ante a sexualidade, o materialismo, a abordagem psicológica de artistas e pensadores, o antigermanismo, a misoginia. O título é uma paródia do título de uma opera de Wagner, Crepúsculo dos deuses. No subtítulo, a palavra "martelo" deve ser entendida como marreta, para destroçar os ídolos, e também como diapasão, para, ao tocar as estátuas dos ídolos, comprovar que são ocos.
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Diego.Albiero 17/04/2009

Começo...
Esse livro me foi apresentado por um grande amigo, que junto a esse livro abriram minha mente para horizontes mais amplos do que eu tinha, realmente vale a pena refletir nos argumentos contidos nele.
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