Kennia Santos | @LendoDePijamas 28/05/2017O mundo dá, o mundo toma.Na T-Cad, uma Escola Americana localizada em Tóquio, conhecemos a história de Sophia Wachowski.
Ela é uma adolescente que vê seu mundo levar uma sacudida ao saber que irá se mudar de Tóquio, a cidade na qual reside há 4 anos. Ela possui dois amigos inseparáveis desde sempre, David e Mika, e os três vivem perambulando pelas ruas noturnas da cidade.
Sophia nutre uma paixonite secreta por David, que é o tipo de garoto que só quer saber de curtir e se divertir.
"Mas sentia as cordinhas que ligavam a minha vida, todas se desconectando, uma a uma. Eu estava flutuando no ar, solta, e precisava de algo a que me agarrar." (p.115)
Quando só lhe restam 7 dias na Capital, Sophia descobre que Jamie Foster-Collins estará de volta à cidade. O mesmo garoto que costumava ser parte do seu grupo de amigos,e a magoou muito com uma atitude que teve antes de ser mandado para estudar num colégio interno fora do país.
"Às vezes você deixa as pessoas e segue em frente." (p.111)
Quando o vê novamente, Sophia não sabe o que pensar. Ele não parece o mesmo Jamie de antes. Está mais alto, sua áurea transmite uma energia diferente.... eletrizante. Ela tenta a todo custo focar em aproveitar seus últimos dias em Tóquio, mas Jamie está sempre ali, como um cisco que não quer deixá-la em paz.
"Você é apavorante como um livro, pouco antes de acabar, entende? Quando você tem que largar, porque é demais para assimilar tudo de uma vez. Você é a pessoa mais apavorante que eu conheço." (p.137)
Em uma contagem regressiva envolvendo muitos karaokês, passeios noturnos, comidas exóticas e lugares excêntricos, Sophia irá descobrir que aquilo do que mais fugimos, pode ser exatamente o que precisamos para dar um novo sentido à vida.
"Você torna tudo bonito. E... me fez sentir que eu não poderia ser engolida inteira pelo mundo. E fez que eu me sentisse o oposto de pequena e imbecil e sozinha. Acho que pela primeira vez na vida." (p.138)
"Adeus, Tóquio" é um livro leve, juvenil.. aqueles para "suspirar" que nos deixam com um gostinho de quero mais. Cecilia Vinesse tem uma escrita incrivelmente fluida, fofa e instigante.
Os personagens são desenvolvidos devidamente conforme seus papéis na história, e as abordagens feitas são bem realísticas e retratadas de forma definitiva. Sem "mas" ou "e se". Sophia me irritou algumas vezes, mas, vou dar um desconto, porque ela é uma adolescente que precisa se despedir de toda uma zona construída para cair em uma desconhecida.
"Porém, depois que a poeira assenta, há possibilidades. Agora eu via isso. As contagens regressivas podem ser reprogramadas. No rastro do fim, outros começos podem surgir." (p.244)