Shaftiel 18/01/2009
O tema de Next me interessou logo de cara. Experiências genéticas, animais transgênicos, patentes de genes! Temas que não são só da moda, mas que combinam completamente com o título do livro. É o futuro mais próximo, uma preocupação e também um sonho da ciência. Com esse interessei, consegui logo o livro e coloquei na frente de uma fila para ler. Antes tivesse deixado de lado.�
Next conta a história de um grupo bastante diverso de personagens. Começa com um processo judicial de uma firma que quer usar as células especiais de um homem para o tratamento contra o câncer. Depois fala de um orangotango que fala e xinga em holandês. Depois surge um papagaio que faz contas e ainda um garoto metade chimpanzé, metade humano. No meio disso tudo, muito advogados e pesquisadores inescrupulosos.
Há experiências com terapia gênica, com hipóteses sobre gene da maturidade e muitos outros. A falta de ética na pesquisa é expressada a cada página. E é tão expressada que enche a paciência. Todos os pesquisadores são nerds fracassados ou capitalistas inescrupulosos. Isso não seria um mal se o livro fosse bem desenvolvido. cientistas quase sempre são ótimos vilões como Moreau e até alguns gênios que não são lá cientistas mas são legais como o Professor Moriarty.
O problema é que NENHUM personagem tem profundidade. São todos jogados no meio da história voando de um lado para o outro sem conexão sólida. Tudo tem laços muito frágeis e forçados. E tem muitos, mas muitos mesmo deles, a maioria sem razão de estar ali.
O orangotango é um exemplo mais direto disso. Surge no livro, é falado e comentando, mas parece que apareceu para nada, juntamente com os personagens ligados a ele. E assim continua e o leitor fica na expectativa de tudo se juntar no fim. Quando o fim chega, a trama se reúne em um final mais pífio do que fim de temporada de Malhação.
No fim, o livro me pareceu uma série de contos cujas partes foram misturadas. Mais nada. Mas o legal foi ver os sobrenomes de alguns pesquisadores importantes nos personagens. Só. Não recomendo, definitivamente.