Leninha Sempre Romântica 06/12/2017
De tudo o que se lê sobre a segunda guerra mundial e nazismo, sempre sobram lacunas ou opiniões diversas. Mas quando se trata de textos escritos a próprio punho por um membro ativo, idealizador e tão importante para a história como Alfred Rosemberg, isso já não mais existe. O livro dos autores Jurgen Matthãus e Frank Bajouhr, é uma coletânea integral de diários do maior pensador nazista. O cérebro por trás do Holocausto.
Rosemberg foi um dos fundadores do partido nazista. Principal teórico e um dos braços fortes de Hitler. Considerado por muitos como o pai do nacional-socialismo. Foi ministro do Reich, incentivador do genocídio, ordenou milhares de execuções e lutava pela solução final – execução total dos judeus na Europa.
Fazia parte do círculo mais próximo de Hitler e do núcleo rígido do jornal do partido nazista. Escrevia e editava periódicos nacional-socialistas. Lançou em 1930 sua obra intitulada “Der Mythos Des 20” (O Mito do Século 20) o que lhe rendeu a fama de “spiritus rector” da ideologia nazista. Foi o grande especialista do partido em política externa.
Hitler, para Rosemberg, era um herói. Nutria por ele uma devoção inabalável. Uma fixação em servir da melhor forma possível a seu “Fürrer”.
Manteve o hábito de escrever seus pensamentos e guarda-los. Relatou pensamentos, acontecimentos, desavenças e tudo o que se passava no seu dia a dia. Cultivou a auto-imanem de precursor coerente da revolução nazista. O principal pensador e teórico do partido.
Seus escritos estavam desaparecidos desde o julgamento de Nuremberg, quando Rosemberg foi condenado à morte por crimes de guerra em 1946. E agora foram organizados, resenhados e lançados mundialmente nesse maravilhoso livro de capa dura, produção impecável com 660 páginas. Referências, notas e fotos completam essa edição, que para quem se interessa pela história da segunda guerra, torna-se indispensável ter na biblioteca.
Lendo estes diários desenvolve-se, quase que naturalmente, um senso crítico mais aguçado sobre sistemas políticos e como um movimento autoritário e assassino pode surgir através de ideologias fanáticas e com embasamentos ilusórios. Saber o que um “pensador” pensa, entrando na sua psique e vendo o mundo com seus olhos, nos dá uma boa noção do que o fanatismo e a loucura podem fazer com o mundo. A frieza e o instinto assassino de Rosemberg é de assustar. E tudo está descrito em seus textos.
Para historiadores, pesquisadores, políticos e para amantes do conhecimento histórico. Os Diários de Rosemberg é um livro único e altamente recomendável.
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