Raffafust 30/07/2017
Não, não foi um livro fácil de ler, primeiro pela quantidade de páginas, muito pesado e depois pela complexidade, não gosto da maneira de governa de Fidel, nunca achei a correta, e ao trabalhar com cubanos e brasileiros que residem em Cuba percebi ainda mais o como o modelo dele só fica bonito nos livros. Me interessei em ler uma segunda biografia dele - a primeira que li procurei resenha mas não achei, foi publicada pela Novo Conceito anos atrás- mas certamente dessa difere e muito do que temos, um dos melhores amigos dele a escreveu e o faz como se ele fosse falando, Fidel na primeira pessoa relatando sua vida e tudo que tiver a ver com o que ele chamou de revolução. Seu amigo o fez sem pedir autorização apesar do nome dar a entender que é autorizada por ele, ok que ele faleceu mas podia ter dado os depoimentos em vida.
O escritor exilado e jornalista Norberto Fuentes está entre os poucos que podem fielmente encarnar a voz e super ego do falecido líder cubano: ele foi um dos primeiros dissidentes e agora vive em Miami. Seu livro é o romance da vida real excessiva, uma mistura de biografia com desabafo, de uma forma que não nos deixa quietos mediante o que lemos. Trata-se de projeto gigantesco, sob medida para o personagem e sua instigante história, que analisa e se desfaz como testemunha, minha visão de Fidel fora ele ser amigo de um governo brasileiro que afundou o país é também daquele que colocou medalhas nas jogadoras de basquete, escrevo isso como se visse Magic Paula e Hortência chorando. Mas você certamente deve ter sua imagem de Fidel, nos últimos anos não usando quase sua farda e só vestindo abrigos da Adidas.
O livro é dividido em dois pedaços uma parte conta o destino do Movimento Revolucionário. Se você gosta de saber a vida do biografado desde que nasceu fique alegre, os relatos vão desde o nascimento de Castro em 13 de agosto de 1926.
Pesquisei sobre o autor e ele era tão criticado como Fidel achava Miami para onde os cubanos fugiram/fogem por anos um lixo, mas a forma de governar de Fidel já não é uma prova de que não deu certo com aqueles altos índices de pobreza?
Os relatos são extensos, sempre gosto de saber mais sobre sua amizade com Che Guevara que tanta gente endeusa, por ser um amigo não há nenhuma crítica a sua forma ditatorial de governar, para aqueles que não lembram, Cuba vive até hoje um embargo com os Estados Unidos, não permite que seus nacionais viajem sen autorização do governo...mas tem gente que ainda acha que isso é bacana para um governo.
Não consigo ser neutra nesses assuntos, adoro saber mais sobre grandes líderes políticos, já resenhei livros de Mujica, Mandela, dentre outros, não poderia faltar Fidel, mas vou deixar vocês tirarem suas próprias conclusões se leriam ou não.
site: http://www.meninaquecompravalivros.com.br/2017/07/resenha-autobiografia-de-fidel-castro.html