Gaius 28/11/2011
Canção da Esperança!
"Canção do Exílio" segue o fluxo da história que começou em "A Herança de Hastur", passou pelo excelente "O Exílio de Sharra" (que é uma leitura obrigatória para entender o momento em Darkover) e continuou em "O Sol Vermelho" e "Os Destruidores de Mundos".
Aqui a personagem nova vem sob a alcunha de Margaret Alton, a filha do atormentado Lew Alton (o protagonista em "A Herança de Hastur" e "O Exílio de Sharra"). Lew Alton perdeu o posto de protagonista para a filha, mas aparece no livro como um personagem já maduro, livre dos tormentos que o deixavam rico em questões a serem trabalhadas. Passando o cetro para Margaret, temos uma protagonista racional, livre de preconceitos e extremamente prática. Num planeta cheio de restrições as mulheres, vê-se um conflito logo de cara; e esse conflito acontece na família do poderoso clã Alton, que retrata a divisão no planeta como um todo, de um lado, os que ainda acreditam que viver como no passado é o melhor para Darkover, e do outro, os que sabem que para salvar o planeta, só uma profunda transformação social, política e ideológica.
Margaret Alton retrata com uma polidez que somente uma mulher daria numa transformação tão grande que ao mesmo tempo tem que ser feita aos poucos; e ela mesma vai se transformando no decorrer do livro, de uma darkovana criada longe de seu planeta natal ela se torna uma comynara dotada de um poderoso laran.
Os inimigos são os detestáveis Gabriel Lanart, Javanne e seus filhos; que não são ruins, apenas tacanhos e ignorantes, embora tenhamos uma antipatia generalizada deles, não é raiva o que conseguem passar, e sim pena.
O livro não é perfeito, perde-se em alguns momentos da narrativa, e a tradução dessa vez foi péssima (um exemplo claro foi a opção do termo "darkoviano" pelo já usual "darkovano", soou estranho na leitura).
A canção do exílio do título torna-se uma canção de esperança para o próprio planeta. Com altos e baixos, o livro não figura entre os best-sellers da série, mas não faz feio, e deixa uma imensa porta aberta para continuações...