Discurso sobre a servidão voluntária

Discurso sobre a servidão voluntária Etienne de La Boétie




Resenhas - Discurso sobre a servidão voluntária


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Carol 08/01/2019

Discurso sobre a servidão voluntária
Lido na edição da Editora: Edipro. Tradução: Evelyn Tesche; Introdução e Notas: Paul Bonnefon.

Um dos livros fundadores do liberalismo clássico, em seu aspecto filosófico, em Discurso sobre a servidão voluntária, La Boétie busca entender como um tirano mantém-se no poder. Sua resposta simples é de que isso ocorrer pelo consentimento do povo, por sua servidão, não coacta, mas voluntária.

A inovação trazida por La Boétie ao pensamento político da época é do quanto há de voluntário na submissão. Ou seja, não estamos diante de uma autoridade porque ela nos coage, mas porque temos esperanças de nos beneficiarmos do sistema estabelecido.

"O poder beneficia muitos, e os que são atingidos ou oprimidos por ele sonham em ocupar um posto no qual possam, de algum modo, oprimir também. Cria-se uma rede de interesses que amplia muito a servidão e a torna mais complexa que uma simples polarização opressor/oprimido."

É preciso situar o contexto no qual essa obra seminal foi escrita. La Boétie é um humanista do século XVI, contemporâneo de Montaigne. O absolutismo régio percorre a Europa. O soberano concentra o poder em suas mãos. É de se compreender o porquê de o Discurso só ter sido publicado postumamente.

Ainda que La Boétie tenha vivido numa Europa não mais existente, sua defesa da liberdade, como bem maior indivíduo, é ainda relevante. Livro seminal dos pensamentos político e filosófico.

"Sede resolutos em não servir mais, e estareis livres. Não peço que o derrubeis de seu posto, apenas que não o tolereis mais, e o vereis, como um grande colosso do qual se retirou a base, ruir sob o próprio peso."
Guilherme 22/07/2019minha estante
Oi, Carol!
Tô pensando em comprar essa edição. Você gostou da tradução? =)


Carol 22/07/2019minha estante
Oi, gostei sim. ? bem fiel ao original em francês.




Dênis 21/06/2020

Um olhar diferente
Em meio a Ascenção das monarquias absolutistas, o autor corajosamente questiona as formas de poder comumente estabelecidas.
Leitura e . 21/06/2020minha estante
Oii... Boa noitee...Tudo bem?... Desculpa por interromper sua leitura, mas gostaria de te convidar a me seguir no Instagram para acompanhar minhas leituras... te espero lá...?
Obrigado.
@leituraeponto




Paulo Lima 07/01/2021

Leitura rápida e muito satisfatória, Etiene faz questionamentos e afirmações acerca da servidão que podem ser facilmente aplicadas as situações dos dias atuais
Luana 07/01/2021minha estante
??




Mama 02/12/2021

Leitura obrigatória!
Esse livro é uma daquelas leituras que dá prazer de ler do começo ao fim! Toda paixão e revolta do autor com a servidão voluntária da população com os tiranos se encaixa perfeitamente a muitas situações atuais, inclusive políticas. Leitura recomendada!
Maria.Jiennalle 03/12/2021minha estante
concordo!!! lembro da época que li. me causou uma inquietação muito positiva.




Virgilio_Luna 16/09/2020

Pensando aspectos de nosso tempo, com adaptação
Antes de iniciar meus pensamentos sobre a obra, gostaria de aliar-me a Deleuze: podemos pegar um filósofo do passado, o seu canto, os seus problemas, e trazê-lo ao presente - esta obra é um convite a pensarmos a política e o Estado de forma mais madura.

Há dois prefácios. Um deles de Leandro Karnal, o qual é bom. O outro, no entanto, aprofunda nos dados historiográficos da obra de La Boétie, falando até mesmo de sua amizade com Montaigne, a reedições de sua pequena obra, o seu pensamento político e sua paixão irremediável pela liberdade.

O texto de La Boétie nos convida a fazer uma suspeita, uma pergunta: Se todos os animais, na Natureza, gritam pela liberdade, o que faz que um homem tolere os abusos de um tirano, de um homem só, com duas mãos, duas pernas, dois olhos, uma boca e duas orelhas? O que faz com que esse tirano saqueie nações, surrupie famílias... Como é possível? Resumindo: como um tirano faz o que faz e, ainda assim, é tolerado pelo povo?

La Boétie nos aponta caminhos para pensarmos isso. O primeiro deles é o costume, um velho argumento, aquele povo já está tão acostumado a viver de tal forma que acha que não há mais nada no mundo, a única possibilidade é aquela - o que, nem de longe, diminui a tragédia, só a amplifica.

O segundo remete às artimanhas do tirano: usando exemplos históricos, Boétie nos lembra de Ciro, que tinha poder sobre a Lídia, a qual, após tentar se revoltar contra ele, sofreu uma repreensão: Ciro mandou que abrissem bordéis na cidade. Os bordéis, o panis et circensis, diluem o povo, deixam-no embriagado, incapaz de agir e de pensar - fazem, inclusive, com que amem o tirano, ora, um homem que nos dá bebidas e festas deve ser um homem bom! Mas o dinheiro das festas, das bebidas, é o mesmo que o tirano surrupiou, que ele roubou de seus cidadãos.

O terceiro, e último, é olharmos que um tirano tem cinco ou seis apoiadores centrais, homens de amplo poder que se beneficiam do governo tirânico. Esses cinco ou seis têm cerca de 600 homens, cada um, que se beneficiam de suas práticas, recebendo cargos públicos. Esses 600, por sua vez, possuem, cada um, 10mil, 100mil homens sob o seu poder. O tirano é um guarda-chuva de tirania: ele cria o próprio habitat do ódio, a sua possibilidade de repreensão. Usando a imagem de Jupiter, podemos dizer que ele é o vértice com vários fios se distanciando, isso ao lado dos outros 6, que dão o nó na ponta.

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rglacerdaBR 24/11/2020

Liberdade
Em tempos de polarização, de babação por autoridades e figuras públicas este livro é ideal para refletir o quanto somos servos voluntários da tirania política, religiosa ou qualquer outra forma de controlar o gado, seja de qualquer pasto a que ele pertença!
Recomendo
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Mimiyazawa 27/12/2020

Atual e excelente
Sempre me fascina e me dou conta de minha insignificancia quando leio obras escritas a tanto tempo atrás com ideias tão atuais e urgentes. Refleti bastante sobre o que o autor fala em como é mais cômodo viver em servidão do que em liberdade, isso me remeteu muito ao mundo contemporâneo, onde as pessoas preferem muito mais que os problemas sejam resolvidos pelo governo, e o crescente aumento pelo utilitarismo. Outra ideia passada pelo autor é de que um tirano não governa sozinho, muitos abaixo dele corroboram para sua tirania através de corrupção, achando que por que este tem um vida mais próxima do tirano tem mais regalias, do que nos feudos, e portanto mais feliz, porém, não percebe este que o risco que corre é maior, já que a qualquer momento o tirano poderá pedir sua cabeça. Outro ponto interessante é a visão de como o oprimido que fica muito ressentido vira o opressor, e essa ambivalencia é um tema diário do ser humano.
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Roger 27/12/2020

Porquê líderes tiranos existem?
La Boétie mostra nesta breve obra o motivo de líderes tiranos se perdurarem no poder durante toda a história da humanidade e como o povo se sujeita à maldade sem se rebelar e apenas dizer não mais...
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Luara 13/02/2021

A liberdade como natureza e o que nos aliena da mesma
O autor lança mão de exemplos históricos e algumas indagações, afim de discursar sobre essa servidão voluntária. Para tal, ele argumenta que a razão é investigada como sendo natural, mas a liberdade não, está é da pertença da natureza humana e para elaborar melhor esse pensamento La Boétie se remete a natureza como sendo passível de intervenção, mais precisamente comenta sobre o poder do costume.

Tá ai, uma discussão cara para antropologia, essa da natureza vs cultura. O mais interessante dessa proposição feita por ele é a repercussão semelhante na compreensão dessa inquietação que busca entender se é a natureza que transforma o homem ou é a cultura ou o oposto. Para Franz Boas por exemplo, a própria delimitação do que é natureza é definida por nós, socialmente.

Portanto, o que ele pretende com isso é elaborar no seu discurso uma reflexão que nos possibilite identificar que nossa natureza livre, tem sido limitada por tiranos através de uma cultura. E exemplifica isso muito bem quando desenha uma rede de relações de poder que se desencadeia de modo centrífugo e centrípeto, em um movimento constante na relação entre o tirano e todos os demais homens abaixo dele.

Apesar de considerar o seu discurso belíssimo e inspirador de revoltas, noto o mesmo tom vacilante da avaliação sartriana, que ainda que tenha seu mérito, traz no bojo uma análise que não compreende o que é viver sob condições extremas, onde escolher ser livre não é uma possibilidade.

Em síntese, apesar dele insistir que o homem deve escolher pela liberdade, como algo de sua natureza, ele mesmo conclui, que o que torna o mesmo ser voluntário de sua própria servidão, tem por motivo o costume.
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ruanzucchi 29/03/2021

Incabível na pós-modernidade
Não me faz o menor sentido as pessoas quererem utilizar este livro para explicar processos sociais atuais. Que comparação descabida, por Deus!
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Gu 03/04/2021

Incrível!
Algo me diz que Étienne não ficaria muito surpreso em saber que hoje, a realidade mudou pouco ou quase nada e seu livro segue sendo muito atual. É preciso ter um olhar crítico para que seja possível agregar as mudanças propostas por Étienne para os dias de hoje, mas me parece que boa parte das suas ideias são aplicáveis, algumas totalmente, outras em partes.

A servidão é real e existem diversos tipos dela. Alguns me parecem males necessários e incontornaveis (Será? Perguntaria o autor). Por fim a ideia que fica é que o povo tem o poder e sempre o terá.
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Felipe.Camargo 04/04/2021

Por que abrir mão da liberdade?
33º Livro do ano (eu tinha pulado esse número ?): Discurso sobre a servidão voluntária ? Étienne de La Boétie
Escrito muito antes do iluminismo e das revoluções europeias, o discurso/manifesto do jovem Étienne, um dos melhores amigos de Michel de Montaigne, faz uma apologia a liberdade. O autor, com pouco mais de 30 anos na época em que escreveu, tenta compreender o que faz com que um ser humano sirva de forma tão intensa um tirano, abrindo mão de sua própria liberdade para viver aos comandos dos outros, tudo de certa forma, para compreender um contexto no qual a monarquia era o sistema político em voga e o absolutismo começara a sofrer suas primeiras rachaduras. O filósofo vai buscar tanto na história, quanto na biologia, justificativas para demonstrar que a liberdade é um ?direito? natural, uma tentativa talvez de inflar as massas contra um poder um poder que ancora em premissas inquestionáveis, que por sua vez, podem ser altamente questionáveis pela investigação racional. Um verdadeiro clássico que antecede o liberalismo e o anarquismo. Leitura rápida, de fácil acesso e importante para todos que se interessam por ética e política.
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Aline 01/07/2021

Leitura necessária
Publicado no século XVI, mas não poderia ser tão atual (infelizmente). O livro nos da alguns caminhos sobre os possíveis motivos que as pessoas abrem mão da liberdade.

Não dei cinco estrelas por conta de considerar algumas passagens (palavras pejorativas) com teor machista e um tanto racistas (como eu disse no início da resenha, foi publicado no século XVI), mas vale a leitura!
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Ana 03/08/2021

Fui ler por conta de um curso que eu faço, mas acabei gostando muito
Tão bem escrito para a idade do autor e época
Muitas críticas ao homem
Eu adorei
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