Órfã #8

Órfã #8 Kim van Alkemade




Resenhas - Órfã #8


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Ana 23/02/2023

Rachel Rabinowitz tinha apenas quatro aninhos de idade quando viu sua família se desintegrar quando a mãe descobre que Harry, o marido, estava de caso com uma mulher da fábrica onde trabalhava. Logo após essa descoberta, a mãe de Rachel e Sam morre, fazendo Harry fugir sem deixar rastros. Assim, as duas crianças são levadas por uma assistente social e logo separados. Sam é levado para o Lar de Órfãos Hebraico e Rachel vai para o Lar Infantil Hebraico, lugar onde conhece o terror com a chegada da Dra. Mildred Solomon.

Em 1919, Mildred Solomon era uma médica recém formada em uma época onde mulheres não possuíam muito espaço e não eram bem vistas quando procuravam independência. Para provar o seu valor, a médica, especialista em raios-x, fez diversos experimentos com os órfãos do Lar Infantil Hebraico, incluindo a pequena Rachel Rabinowitz. Todas as crianças que foram usadas nos testes foram expostas a horas e horas de raios-x sem nenhuma proteção, fazendo com que todos os pelos do corpo caíssem, até mesmo os cabelos. Só depois de sofrer bastante, Rachel é transferira para Lar de Órfãos Hebraico, onde finalmente encontra seu irmão mais velho. É claro que como nem tudo são flores, por causa da sua falta de cabelo, Rachel sofre muito preconceito.

35 anos depois, Rachel se torna uma enfermeira muito responsável e adorada por todos, pois faz o seu trabalho com amor. Eis que em um dia extremamente quente, uma idosa chamada Mildred Solomon é internada como paciente no Lar Hebraico de Idosos, exatamente o local onde Rachel exerce sua profissão. Já não bastasse isso, a Dra. Solomon é designada para ficar aos cuidados daquela que foi sua vítima há tantos anos atrás. A partir daí, Rabinowitz tenta entender o que levou a médica a praticar tanta crueldade com ela e os outros órfãos.

Órfã #8 possui uma narrativa que mescla passado e presente, onde os capítulos que mostram os anos onde Rachel passou nos lares é narrado em terceira pessoa, enquanto sua vida já em 1954 é narrada em primeira pessoa, pela visão da protagonista. Confesso que, apesar de ter gostado bastante de conhecer a enfermeira Rabinowitz e presenciar a sua relação com a Dra. Solomon após tanto tempo, as partes que mais prenderam minha atenção foram as da infância da personagem. Kim van Alkemade retratou a vida em orfanatos de uma forma muito real: apesar de sofrer um pouco lá dentro, a autora mostrou que dava sim para viver com dignidade e que existiam muitas pessoas legais e amigáveis lá dentro.

É claro que, mesclado a isso, a curiosidade para saber o que Rachel ia fazer com Mildred Solomon era gigantesca. Pensem só, o que vocês fariam se tivessem que cuidar da mulher que, com o perdão da palavra, desgraçou a sua vida inteira? Apesar de o foco da história ser esse, a autora abordou outros temas muito importantes, principalmente dada a época em que a personagem vivia. Por exemplo, Rachel é lésbica e vive com a mulher que ama, mas tem que esconder isso de todo mundo, porque esse tipo de relacionamento era considerado imoral. Fico impressionada como temas tão atuais conseguem ser encaixados em histórias que se passam em uma época completamente diferente e em como se encaixam.

Outra coisa que chamou bastante minha atenção foi o fato de Órfã #8 ter sido baseado em fatos. No final do livro a autora apresenta todas as pessoas e lugares que a inspiraram. Dá para imaginar que, apesar do nome do livro ser ficcional, realmente existiu uma Mildred Solomon que fazia coisas terríveis com crianças e que não se arrependeu de nada do que fez? Adorei ter acesso às curiosidades, com certeza enriqueceram bastante a leitura.

A única coisa que me incomodou foi o final. Pelo desenrolar da história, Órfã #8 merecia um desfecho condizente e digno, mas me deparei com algo fraco, como se van Alkemade não soubesse como terminar a história, mas tivesse que o fazer de uma forma ou de outra. A parte boa é que esse último capítulo, felizmente, não conseguiu acabar com a obra por completo.

site: https://www.roendolivros.com.br/
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Porto 21/04/2021

Bonita história com enredo envolvente
A dinâmica do livro que transitar no tempo desde o crescimento da pequena Rachel com a Rachel mais velha faz a história ir se abrindo aos pouco ao leitor, o que é muito bacana pra entender toda a evolução que a personagem tem durante sua jornada.
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Biblioteca Álvaro Guerra 25/10/2019

Baseado em fatos reais, Órfã #8 é um romance histórico tenso e dramático sobre nosso pensamento ético e decisões difíceis para tempos difíceis.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788595170124
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Nana 07/01/2018

Esperava mais...
Quando li a sinopse deste livro fiquei super interessada no assunto, principalmente por ser baseado em fatos reais e por isso, acho que criei muitas expectativas. No geral eu gostei, mas poderia ser bem melhor. No primeiro capítulo achei que iria desistir por ser muito cheio de detalhes chatos e irritantes, em seguida melhorou e conseguiu me prender até o fim, sendo que o final deixou a desejar com assuntos sem fechamento.
Nenhum dos personagens me cativou e não é um livro marcante, apenas mais um. Uma pena, queria ter gostado mais.
Cissa 07/01/2018minha estante
Pois é, Nana, dá uma bronca danada em mim quando isso acontece, mas faz parte.
Também estou enroscada num livro que promete mas a escritora estica tanto que tenho que ter paciência pra não desistir.
Acredite, já joguei livro ruim na parede quando terminei e me decepcionei.
Boas leituras, amiga e ótima semana!
Beijos.


Nana 07/01/2018minha estante
Ah Cissa, eu namorei este livro um temp?o até que ganhei de natal, uma pena não ser aquilo que eu esperava. É ruim quando criamos muita expectativa né? O melhor é ir sem esperar muito e ter uma boa surpresa. .rsrs




Fernanda 13/10/2017

Órfã #8
Resenha no blog:

http://modoliterario.blogspot.com/2017/10/resenha-orfa-8-kim-van-alkemade-fabrica.html

site: http://modoliterario.blogspot.com/2017/10/resenha-orfa-8-kim-van-alkemade-fabrica.html
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Tamara 22/07/2017

*Resenha postada originalmente e na íntegra em: http://rillismo.blogspot.com.br/2017/07/resenha-orfa-8-por-kim-van-alkemade.html


É fato que eu não leio qualquer história sem antes ler a sinopse, e quando uma sinopse se mostra dramática e triste, isso tende a me chamar muita a tenção e sempre fico com vontade de ler o livro em questão; e foi exatamente o que aconteceu com esse livro. Então, assim que o tive em mãos, fiquei cheia de expectativas, e assim que sobrou um tempinho, comecei a leitura. Preciso dizer que é uma história que começa muito bem; o primeiro capítulo, trazendo Rachel, uma garotinha geniosa, ingênua e muito inteligente nos toca e cativa, e a situação da família é bastante real e vívida. Logo, ocorre o incidente que é o desencadeador de todo o resto da história da garotinha e de seu irmão, e a partir daí o tempo dá um salto, passando para a vida adulta de Rachel, quando ela já é uma enfermeira. Confesso que lamentei, de certa maneira, esse salto no tempo, pois o momento de 1919 estava me prendendo muito, mas logo me vi envolvida também no presente da enfermeira, assim que a médica chega ao lar de idosos. A partir daí, retornamos e entendemos o passado de Rachel, como foi sua experiência no orfanato, e acompanhamos toda a sua saga.
Porém, admito que ao chegar ao final da história eu me senti levemente decepcionada; não que o livro seja ruim, pelo contrário, ele traz uma variedade de temas muito importantes, e é uma obra bastante dinâmica, com drama, romance e as vezes até um certo suspense sobre o destino dos personagens. Mas, ainda assim eu esperava mais. A partir de tudo que nos foi apresentado, de tudo o que vivenciamos junto com a protagonista, eu esperava um final um tanto impactante, ou emocionante, ou menos aberto, digamos assim; pois ao virar a última página fiquei parada alguns segundos, me questionando o que viria depois e como poderia estar acabando naquele instante. Fiquei com um certo sentimento de que a autora começou com uma grande ideia, mas não sabia como terminar aquilo tudo de forma adequada, e só terminou assim, de uma forma meio aleatória.
Os pontos que mais foram positivos para mim certamente estão nos temas apresentados. Em primeiro lugar, a autora aborda um romance lésbico de uma forma bonita, interessante e instigante, apresentando isso em uma época em que existia muito preconceito e uma proibição quase velada a esse tipo de relação, que se mostrava imoral e muito fora dos padrões. Além disso, ela retratou a vida no orfanato de uma forma vívida, realista, mostrando que as coisas não são tão terríveis quanto parecem, uma vez que lá as crianças tinham companheiros, aprendiam muitas coisas, possuíam um lar e alimentos, e viviam em um lugar muito melhor do que muitos que viviam na pobreza ou nas ruas, mas também mostra que não é tão perfeito, pois todas as crianças deveriam crescer ao lado de suas famílias, recebendo o máximo de carinho e atenção. Ainda, a autora fala sobre experiências com crianças, que senti ter um tom de realidade, e experiências que acabaram marcando muitos por toda uma vida, como no caso da protagonista da obra. Posso destacar ainda, que achei muito boa a abordagem dos Judeus que a autora fez, e mesmo que ela tenha fugido um pouco do padrão de trazer somente a história de judeus da segunda guerra mundial, isso foi ótimo, pois realmente, na maioria das vezes que ouvimos falar do povo judeu, é durante o holocausto.
Porém, conforme já mencionado, o final da obra foi uma das coisas que mais me incomodou, embora, quando estava na metade do livro, já me perguntava se a autora conseguiria terminar toda aquela história de uma boa forma, então, o final um tanto esdrúxulo não se tornou uma grande surpresa para mim, mas ficou sendo o ponto mais negativo que encontrei a destacar no livro. Ainda, em alguns momentos achei que algumas coisas acabaram se tornando mal explicadas, como por exemplo ao final, Rachel está usando uma peruca que lhe foi muito importante durante toda a vida. Mas ao ver esse uso, sua companheira menciona que não entende o porquê ela está usando "a velha peruca", então fiquei intrigada com o que há por trás de ela parar de usar a tal peruca; ou ainda senti falta de uma maior exploração do judaísmo no orfanato, dentre algumas outras pequenas coisas.
Não fui cativada por nenhum personagem em especial. Apenas gostei de todos, mas sem um favorito, exceto Rachel enquanto pequena, que me cativou muito. Ela, Rachel, é uma mulher cheia de segredos, devido ao seu relacionamento, e por isso é calada e introspectiva em seu ambiente de trabalho. Ainda, temos Mildred, a médica, que é uma mulher que está passando por seus últimos dias de vida, e que não se arrepende de nada do que fez, e achei isso triste, é claro, mas também bastante vívido, pois é algo que muitas vezes ocorre na vida real. Outro personagem interessante, e sobre quem fiquei querendo saber um pouco mais foi Sam, o irmão de Rachel, que viveu no orfanato, lutou na segunda guerra e se tornou um grande defensor dos judeus, e confesso que fiquei desejando um livro relacionado a ele.
A obra é dividida em vinte e dois capítulos, que se alternam entre uma narrativa em terceira pessoa, e em alguns momentos em primeira pessoa, sendo Rachel a narradora principal. A leitura foi realizada em ebook e não encontrei erros.
Recomendo o livro para leitores que gostam de histórias tocantes, emocionantes e que levam-nos a pensar e refletir sobre como as coisas poderiam ser se alguns fatos tivessem ocorrido de forma diferente, e livros que nos levam a mergulhar de cabeça na história, vivenciando outra época e outros costumes.



site: http://rillismo.blogspot.com.br/2017/07/resenha-orfa-8-por-kim-van-alkemade.html
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