Thiago 13/04/2024
Decepcionante
Comecei a ler este livro porque o encontrei na prateleira e obviamente conhecia o fenômeno do filme.
Contudo, a impressão que o livro me passou foi de ser muito mais longo do que deveria. Quando a autora criou a premissa "mulher perde sua alma gêmea e o falecido marido prepara uma carta por mês por um ano para que ela se recupere", ela não pensou que fazer isso criaria uma história extremamente arrastada.
Para que o livro se desenrole, a personagem principal precisa ser uma egoísta de primeira categoria; não importa o que seus amigos façam ou falem, ou mesmo a própria dor que sentem (tanto pela morte do amigo e genro quanto por outros acontecimentos ruins em suas vidas), ela trata a todos como insensíveis, não se alegrando por suas conquistas ou ajudando quando precisam. Ao mesmo tempo, como ela é a protagonista e deveríamos simpatizar com ela, todos os personagens a defendem e a classificam como "forte" ou "corajosa".
A dinâmica do livro, a reconquista da felicidade e a superação do luto por meio das cartas, também gera algumas contradições: eventualmente, não só com as cartas, mas em outras situações, a protagonista age como uma adolescente boba e sem nada na cabeça para gerar alívios cômicos e simpatia somente para se lembrar no próximo momento que sua vida acabou por perder seu marido. Temos mais de uma situação no livro em que a graça é simplesmente beber até perder totalmente a consciência e dar algum tipo de vexame, o que é mais do que esquisito.
Em resumo, a sensação ao terminar o livro é de tempo perdido, infelizmente.