Luciano Otaciano 20/06/2020
Livro Bom!
Olá caros leitores e caríssimas leitoras, preparados para mais uma resenha literária. Venham comigo descobrir minhas impressões à respeito da obra.
Neste primeiro livro da série o autor nos apresenta os Ferinos, pessoas que têm o dom de controlar animais de todas as espécies e que não pensam duas vezes antes de utilizar essa característica, seja para o bem ou para o mal. Nosso protagonista leva a vida nas sombras se escondendo de humanos e se mantendo o mais invisível possível. Ele teme muitas coisas e uma delas é ser separado de seus companheiros corvos, que são a única família que ele tem. Algo interessante aqui é que cada um dos animais apresenta uma personalidade diferente, que vai da mais tagarela até a mais sábia (ou louca, dependendo do momento), principalmente em se tratando de Alvo, o corvo cego, calado e albino. Tendo essa ideia em mente, me preparei para embarcar em uma leitura curiosa, divertida e cheia de aventura. Posso dizer que, dentro das possibilidades, não me enganei.
No começo da estória ele conhece Lydia, a primeira amiga humana que se aproxima o suficiente para enxergar quem ele realmente é. Ela é curiosa, aventureira e não pensa duas vezes quando precisa desafiar os pais e sair em busca da verdade, mesmo que isso signifique correr os mais diversos riscos. Já Caw é um garoto solitário, meio arisco e bastante desconfiado, características de alguém que vive há tempos demais nas ruas. É justamente por ser assim e por ter um histórico de abandono que, no começo, não leva a aproximação de Lydia muito à sério; essa resistência aumenta por causa dos conselhos dos amigos corvos, que não acreditam que se aproximar de humanos fará bem ao garoto.
Felizmente vemos essas características de Caw se transformarem em autoaceitação, na necessidade de descobrir sua força e em um abertura para receber ajuda de outras pessoas, na medida em que sua relação com Lydia se fortalece. A resistência dos corvos é explicada conforme a leitura avança, e aos poucos eles também se apegam à garota; transformando essa dupla de adolescentes em um grupo formado por humanos e pássaros prontos para enfrentarem o que vier pela frente. Acontece que, em determinado momento, os problemas crescem de maneira que a única opção é sair em busca de mais ajuda. É neste ponto que conhecemos outros personagens que, sem dúvidas, acompanharão Caw e Lydia nos próximos livros. Partindo dessa premissa Grey conseguiu criar um livro envolvente, embora previsível.
Como ponto de partida de uma série temos os dois jovens saindo em busca de aliados, ao mesmo tempo em que tentam se preparar para o que está por vir. Descobrir mais sobre quem são, de onde vieram e do que são capazes é o primeiro passo, e o ponto principal deste livro.
Ferinos ainda tem muito para oferecer e amadurecer, e entendo que ele propõe uma contextualização do leitor na estória, apresentando uma situação que é resolvida ainda neste livro, mas que deixa pontas soltas que provavelmente serão amarradas nos livros seguintes. Porém, ainda é, de certa forma, uma trama bem básica e como mencionado anteriormente previsível.
Com um misto de aventura e magia, é uma estória que tende a agradar leitores mais jovens que estão em busca de uma série para chamar de sua, ou que estão descobrindo o gênero fantástico agora. Para quem já mergulhou fundo em estórias assim, o livro tende a ser um pouco raso e infantil, mas ainda assim tem sua valia. Acredito que esta seja uma daquelas estórias com potencial para se tornar queridinha de muita gente conforme a narrativa comprove ser capaz de ganhar corpo e força. Ademais é uma leitura prazerosa e que não cansa o leitor em momento algum, apesar da previsibilidade contida no livro, a obra cumpre satisfatoriamente o seu papel de entreter. Em resumo "O Encantador de Corvos" é um bom livro inicial de uma série que certamente agradará os leitores mais jovens que apreciam o gênero. Finalizo por aqui, espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!