Juliana Pires 06/01/2014Era um dia normal na vida de Alona, até que ao sair da aula de educação física para dar um telefonema, ela é atropelada e morre. E em vez de ir para luz, seu espírito fica vagando por aí, e é aí que ela descobre que seus supostos amigos, na verdade, não estão nem aí para a sua morte, que para eles não fez diferença alguma, foi um acidente trágico, mas ela não faria falta, e para seu espanto, além de ser tão insignificante para eles, o seu namorado e sua melhor amiga estavam tendo um caso há tempo, e TODO mundo sabia.
Agora, a garota popular, que tinha a vida perfeita, o namorado perfeito, os amigos perfeitos, não existe mais, e se morrer já não fosse ruim o bastante, ela esta agarrada a terra, tendo que assistir o quanto a sua vida perfeita era uma mentira e ela nunca percebeu, é a isso que sua existência foi resumida, ela que tinha um futuro brilhante pela frente, e perdeu tudo. O que lhe resta? Dar um piti, é claro, mas espera aí, tem alguém vendo isso, como assim?
Quando seu espírito volta a escola e percebe o quão sacana seus amigos eram, Alona simplesmente tem um ataque, e é claro que ela não esperava que ninguém notasse isso, mas não é que tem alguém rindo dela, rindo mesmo, para valer, de sua desgraça, e não é ninguém mais, ninguém menos que o loser da escola, como ele se atreve, quem ele pensa que é para ri de Alona Dare?
Will Killian, é um personagem encantador, me apaixonei por ele de cara, ele é tão fofo, é meu segundo gótico favorito, mesmo que ele não seja assim tão gótico, ele é retraído, mas tem motivo para isso. Will vê fantasmas, e eles são extremamente chatos, sempre querendo que ele resolva seus problemas pendentes para poder ir para luz, a mãe dele não sabe desse detalhe, mas seu comportamento estranho não passa despercebido, por isso ela o leva a vários médicos, o que lhe causa muito desconforto, por que ele vive com o perigo de ser internado o tempo todo. Sua única solução é ouvir música para poder abafar as vozes que sempre chegam até ele.
Will não sabia, mas rir de Alona foi uma péssima decisão, por que assim que a líder de torcida percebe que ele consegue vê-la, não desgruda mais do menino. O que ela quer afinal? É claro que ela quer entender essa situação, por que ela simplesmente não seguiu o caminho? Por que esta presa ainda aqui? Já que não tem opção, por que ele não consegue se livrar dela como faz com os outros, ele vai ajudá-la.
Esse livro é tão bom, eu adoro histórias com fantasmas, principalmente romance, por que é sempre uma incógnita o que vai acontecer, há diversas possibilidades, e você fica torcendo para que tudo de certo no final, para que o autor, de uma forma satisfatória, consiga unir o casal (ainda suspiro com o final de A Mediadora).
Esse livro é muito engraçado. Alona é uma das personagens mais cômicas que eu tive o prazer de ler, ela faz piada com a própria condição, e tem uma língua bastante afiada, é impossível não ri com ela, ainda mais no começo, quando ela passa a perseguir Will até ele parar de fingir que não a nota.
Gostei da forma como a autora trabalhou o relacionamento deles, por que eles vão se conhecendo aos poucos, a visão que um tinha sobre o outro era completamente pré-formulada, nenhum dos dois fazia ideia dos problemas que o outro enfrentava, e a medida que a leitura avança, vemos eles se conhecerem além das fachadas de garota popular e de garoto gótico, e assim se apaixonarem, mesmo com a condição peculiar de Alona. Porém, esse paixonite é bem sútil, e eles tem outras questões para resolverem, acredito que a autora irá explorar mais isso nos próximos volumes.
O livro é narrado pelos dois personagens, com capítulos intercalados, podemos ver os dois pontos de vista. O livro não foi lançado no Brasil ainda, mas a editora Novo Século detêm os direitos, mas até agora, nem sinal de previsão de lançamento. Esse é o primeiro livro de uma trilogia. Quem tiver a oportunidade de ler, por favor, façam isso!