spoiler visualizarLanny 06/08/2023
Quando você pensa que não pode piorar... Piora! E muito!
Vamos começar que isso aqui vai ser grande.
Em primeiro lugar, acho que temos que pensar em "Propósito da história".
Minha vida fora de série é sobre Rodrigo e Priscila enquanto casal e os desencontros deles até estarem prontos pra ficar juntos?
Ou seria sobre Rodrigo e Priscila enquanto pessoas que tiveram um relacionamento, mas que querem mostrar que, às vezes, o amor não basta e que aquele que você achou que ia ficar contigo toda vida, não é o que vai ficar contigo toda vida?
Se for esse último, talvez a nota desse livro e da série inteira possam aumentar. Mas se for a primeira opção, a Paula Pimenta errou feio na hora de contar essa história.
Porque como que eles vão voltar depois se o Rodrigo fica encontrando defeitos na Priscila em todo mundo que ele conhece? Primeiro ele conhece a Ton Ton e pensa que nunca teve amigas próprias porque a Priscila era ciumenta e não deixava. Depois que ele vai desmarcar um compromisso com a Juliette ele pensa que se fosse a Priscila ela iria fazer o maior drama.
E ainda tem a família (e a irmã extremamente) chata dele que não gostava da Priscila, mas ficou amiguinha da Juliette.
Sei que pessoas boas são magoadas quando o amor verdadeiro entra (ou volta) na vida de alguém. Mas nesse momento não vejo como o Rodrigo vai terminar com a Julie para voltar para a Priscila sem magoar profundamente uma menina tão boa e tão traumatizada como ela é. Sem contar que não sabemos o lado da Priscila da história. E os arrepios que me sobem a coluna de pensar que o cara do buquê em NY é o Patrick, não são de empolgação. Só de pensar que, pouco tempo depois de terminar o namoro com Rodrigo, ela começou um com o cara que foi o motivo da separação... Não! Não e Não.
Quando você coloca Fazendo meu filme e Minha vida fora de série lado a lado, elas se espelham. Mas assim como a imagem no espelho é distorcida e contrária, aqui também é. Se eu tivesse lido essa série primeiro, nunca leria Fazendo meu filme por achar que seria tão ruim quanto, mas elas são exatamente opostas. (Ainda bem que eu reli FMF junto com essa ou eu ia achar que eu tive um surto quando li)
No livro 1 de ambos os livros, os casais são amigos, o rapaz gosta da moça, mas ela o vê como amigo (a Priscila gostou mais do Rodrigo logo de cara do que a Fani, mas acho que é aí que tá o espelho da coisa). Encontros e desencontros até que eles se entendem. Fani e Leo se separaram porque ela viajou, Rodrigo e Priscila ficaram juntos e a parte boa do namoro a gente não viu, só ficou sabendo que já tinham seis meses juntos ou mais, não lembro agora.
No livro 2 de ambos os livros acontece algo para abalar o namoro (ou acabar no caso de Fani e Leo) enquanto a Priscila fica fria com o Rodrigo por causa de um beijo na viagem. De novo, a gente só vê as partes ruins do namoro.
No livro 3 de ambos os livros o namoro passa por provações e enquanto acontece um beijo em um, no outro um beijo do passado ( quase CINCO anos) volta pra separar o casal. Acho que eu já falei tudo que tinha pra falar que teve de errado nesse livro 3 na resenha dele. Igual nos dois é a fuga dos personagens para outras cidades - países. A grande diferença aqui é que o Léo raciocinou um pouco e entendeu que a Fani não teve culpa. Enquanto que o Rodrigo...
Passamos para o livro 4 e acho que não tem paralelos extremos entre esse e Fazendo meu filme porque a autora percebeu que errou ao divulgar que o 4 seria o último e assim teve que espremer tudo em um só. (Ouvi isso da própria em uma Bienal) Se não fosse isso, acho que os livros seriam parecidos, provavelmente contando a história da faculdade do Léo no Rio.
Mas enfim, chegamos aqui e minha reclamação no livro 3 continua. Cadê a maturidade desse povo? Engraçado que em outras resenhas aqui o povo falando de como o Rodrigo amadureceu. Rodrigo saiu da barra da saia da família pra entrar na barra da saia dos amigos, mas ele continua imaturo. O cara ainda fala que Priscila traiu, mentiu e enganou ele. Por causa da praga de um beijo quase inexistente. O mais perto que ele chegou de admitir que ele foi errado em jogar fora um relacionamento de seis anos que ele queria pedir a namorada em casamento foi quando disse à dona da pousada que ele tinha agido por impulso e jogado fora o que tinha de melhor na vida e só agora percebeu que outra pessoa poderia pegar pra si. O que ele queria? Que a Pri ficasse solteirona chorando por ele? Ele por acaso ficou? Nem 6 meses depois do término ele já estava declarando amor a outra. ?????E pra piorar não tem absolutamente ninguém que tenha chegado no Rodrigo e dito "Tu quer dizer que tu terminou um namoro de seis anos que tu dizia que era o amor de tua vida por causa de um beijo que aconteceu cinco anos antes?"
Aí depois de tudo isso, com mais de um ano de namoro com a Julie e mais de seis morando juntos ele recebe um email da Priscila e fica pensando o que seria. Ali foi meio que um gancho pra o povo ter esperança deles reatarem. Mas gente, pelamor, algo de muito grave precisa acontecer pra isso. Já tô pensando até nela matar a pobre da Julie e fazer do Rodrigo um viúvo sem o casamento. Porque realmente nada justifica. Ele passa tanto tempo com ela e depois um dia, reencontra a Priscila e ela está sozinha (ou não) e é aquela coisa... Eu percebi que ainda amo minha ex. Que ridículo!!!! Acho que ridículo não define totalmente a situação, é mais do que isso.
E levando em consideração o título da minha resenha. A gente ainda não sabe o que aconteceu na vida da Pri. Daqui a pouco ela também tá morando junto com o carinha do buquê de rosas. E aí? Simplesmente chega pra ele e diz que reencontrou o ex e que descobriu que ainda ama ele?
Novidade! Amor precisa de alimento. Eles vão passar anos sem se ver e vão largar relacionamentos estáveis por alguém que não vêem há anos?
Porque levando em consideração o final de FMF 4 e de uma dica do próprio livro 3, eles vão passar 6 anos separados (que foi o tempo que levou pra os pais de Pri se reconciliarem) (e Leo pergunta a Rodrigo como estava as conversas com aquela pessoa e ele diz que eles estão se acertando)
Enfim, não sei como ela pode consertar uma história que já veio errada lá desde o início. E na verdade, nem sei se eu tô interessada em descobrir.