É isto um homem?

É isto um homem? Primo Levi




Resenhas - É Isto um Homem?


384 encontrados | exibindo 91 a 106
7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 |


Cintia 01/05/2021

Sou suspeita pra falar sobre livros de sobreviventes da segunda grande guerra porque já li vários e adoro esse assunto (claro que não gosto da tragédia mas ver a superação de pessoas diante de tais situações me faz valorizar a minha vida medíocre e ordinária). Enfim, recomendo esse e todos os outros!!
comentários(0)comente



Gustavo Araujo 24/06/2013

É Isto um Livro?
Dizem que o italiano Primo Levi (Turim, 31 de julho de 1919 — Turim, 11 de abril de 1987)começou a escrever “É Isto Um Homem?” de trás para frente, ou melhor, que iniciou seu relato sobre os onze meses que passou em Auschwitz abordando os últimos dez dias no campo.

Dá para imaginar o motivo. Levi fora deixado na enfermaria juntamente com cerca de 800 outros prisioneiros, considerados fracos demais para a marcha de evacuação rumo a outros campos por causa da aproximação dos russos em janeiro de 1945, um destino que acabaria ceifando a vida de praticamente todos aqueles obrigados a enfrentá-la.

Esses dez dias no campo abandonado resultaram na mais completa degradação moral, física e humana e, exatamente por isso, representam o que há de mais pungente no relato. Refletem a redução do homem às condições mais básicas de sobrevivência, quase instintiva, e sem concessões à qualquer tipo de esperança.

No entanto, era necessário falar também do que ocorreu antes. Para tanto, Levi toma o leitor como cúmplice, conduzindo-nos aos dias que levaram à sua detenção no campo provisório instalado pelos nazistas próximo a Modena, no norte italiano. Lá, mostra-nos a angústia das famílias detidas que, àquela época, já sabiam perfeitamente o que lhes aguardava, mas mesmo assim continuavam comemorando aniversários e deixando a roupa das crianças secando nas cercas de arame farpado duplo.

Levi nos joga com violência na atmosfera sufocante dos trens com destino à Polônia e divide conosco a angústia entre ser selecionado para algum trabalho ou marchar diretamente para as câmaras de gás em Birkenau. Com uma pontada de alívio – nunca esperança, reforce-se – acompanhamos a maneira como Levi aprende a sobreviver no campo de trabalho de Monowitz, para onde foi destacado.

Com habilidade, confidencia-nos o martírio da vida entre reses descartáveis, para quem a morte era o destino evidente em pouco tempo. Com ele aprendemos as regras, sussurradas entre o frio e as péssimas condições de trabalho.

Tirar o chapéu, responder “jawohl” sempre que perguntado, enganar os outros prisioneiros, conseguir uma colher. Comer seu próprio pão e batatas e, se possível, roubar o do companheiro ao lado. Entender a hierarquia dos presos, aprender as regras do comércio envolvendo pães, panelas, cigarros. Respeitar os políticos, os assassinos, os proeminentes, os kapos e os chefes de barracão. Compreender, o mais cedo possível, que jamais que haverá uma saída, que não há espaço para condescendência, para respeito por si próprio ou pelos outros. Acostumar-se com o frio, com a lama, com os calçados de madeira. Perder a própria identidade e chamar-se por um número.

Qual o segredo para sobreviver? Levi nunca aborda o assunto por tal perspectiva. Vive um dia depois do outro, apenas. Nem mesmo quando é destinado à enfermaria, o ka-be, ou para trabalhar como químico no laboratório ele se permite pensar na existência de um mundo exterior, ou na ideia de que um dia fora um homem livre. Tem noção de sua aparência degradante, de sua cabeça raspada, o rosto encovado, os olhos fundos, suas costelas aparentes.

Ensina, porém, que assim como não existe a felicidade completa, também a infelicidade completa é irrealizável. Essa ideia o conduz à aceitação de seu destino de maneira estoica – e também heroica, por que não? – sem os questionamentos de ordem filosófica de Remarque, mas ainda assim nos fazendo pensar: se a morte é o limite para cada alegria, também o é para a mais profunda tristeza.

Muito mais do que um livro, "É Isto Um Homem?" traduz-se em um monumento à dignidade - ainda que de forma indireta - a constatação de que mesmo em meio ao horror, ou talvez por causa dele, é possível descobrir o que nos torna humanos.
Gabriela.Forjaz 30/09/2016minha estante
Foi dos melhores resumos do livro que li até agora. Um bem haja




Bruno Araújo 02/11/2020

chocante e excelente fonte primaria da tragédia do século XX
Excelente livro. Primo Levi descreve com uma gama de detalhes como foi viver em um dos períodos mais sombrios do século XX. Recomendo a leitura para quem se interessa pelo tema mas aqueles que possuem uma sensibilidade acentuada devem ter cautela na leitura, pois os testemunhos são chocantes
comentários(0)comente



Fraga 24/06/2022

Desumanizando um homem
Neste livro tive diversas sensações, desde uma grande agonia do gore descrito tão bem pelo Levi, a pequenas felicidades que o escritor relata com a simples notícia de que hj não iria morrer. E essas sensações atrasaram um pouco minha leitura, pelo suspense desagradável de não saber como me sentiria lendo.

Com uma escrita incrível, Levi no trás de volta ao campo de concentração, onde, detalhadamente, ele relata sua vivência como um italiano judeu. Um lugar em que a desumanização faz parte de sua política, esse hábitat em que seres humanos viviam como animais. Tirando seus nomes, suas roupas, sua língua, tornando-os vácuos incomunicáveis.

Não é uma leitura fácil, muito menos prazerosa, no entanto carrega uma grande importância, uma triste memória histórica que tantos se esquecem.
comentários(0)comente



Leonardo 27/12/2020

Relato real, tocante e chocante de como era viver dentro de um campo de concentração nazista.
Tendo a "sorte" de ter sido levado para o campo de trabalhos forçados de Monowitz ou Auschwitz 3, Primo Levi, que era judeu italiano, nos relata como era viver nesse ambiente totalmente desprovido de humanidade, tanto pela parte dos nazistas, quanto pela parte dos próprios confinados que eram dia a dia e pouco a pouco despojados de sua condição humana, por tudo que eram submetidos e pela degradação de sí mesmos.
É isto um homem?, é um convite para a reflexão.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Silvana 22/09/2022

Humanidade
Este livro toca em algo não palpável, que é o conceito de humanidade. Desmistifica muitas coisas dos horrores retirados em filmes. Só que não se engane! Isso não torna o livro leve, pelo contrário, deixa o horror muito claro e como pode ser concreto.
Ler, é ficar atento aos possíveis indícios de qualquer coisa que possa nascer do ódio novamente.
comentários(0)comente



taisbellini 17/11/2020

Livro desconfortável e necessário
As descrições do livro são fidedignas: é um livro duro, mas com uma certa leveza que não se esperaria de um livro com essa temática. Primo Levi descreve cheiros, cores, fome, rotina, deixando o leitor desconfortável e por vezes enjoado. Porém, sem cenas fortes e detalhadas. Fácil e rápido de ler. É isto um homem? O título deixa a ambiguidade se quem perdeu a humanidade foram os presos ou quem foi capaz de fazer isto com o ser humano.
comentários(0)comente



eumariaa 21/03/2021

o que o homem é capaz de fazer ao outro homem?
esse é um livro para cru, áspero, um testemunho dolorido que afetou milhões de pessoas.

o autor Primo Levi que vivenciou os horrores dos Campos de concentração na Segunda Guerra traz nessas páginas um relato autêntico e puro do horror que um homem é capaz de vivenciar pela ação do outro homem.

pode um homem perder a si? nos campos de concentração nao havia esperança, não havia paz, tendo que se deparar com humilhações, horas de trabalhos pesados, se deparar com a desumanização.

uma obra muito forte, sem dúvidas!
comentários(0)comente



sr. felix 13/02/2022

Adentre o umbral da casa dos mortos.
Li este livro aos dezenove, decidi reler novamente aos vinte e um, e com certeza retornarei quando estiver com cinquenta. Sem dúvidas, é um daqueles livros em que paramos diante das páginas e questionamos se de fato temos dificuldades na vida. Contratempos, uns probleminhas aqui e acolá, isso sim, julgo existir na vida de todos. Mas dificuldades? Ah, não! Isso não.

Pense um instante comigo. E se você perdesse todos aqueles que ama da noite pro dia? E se você fosse levado de sua terra natal a um lugar desconhecido que emana o cheiro acre de morte? E se, ao chegar neste lugar, passasse por uma iniciação que sistematicamente destrói não só todas as suas esperanças, mas também o reconhecimento de si próprio como indivíduo?

Pois bem, este lugar é um "arbeitslager" ? um campo de trabalho. Ou, depois de ler esse testemunho fidedigno de Primo Levi, melhor seria chamá-lo inferno. Ao chegar no campo de trabalho de Monowitz, situado ao lado do campo de Auschwitz, Levi vê acima do grande portão uma frase escrita em alemão com letras garrafais: "arbeit macht frei" ? o trabalho liberta. Uma afirmação que teria sua credibilidade, não fosse o lugar em que estava sendo expressa: os portões da maldade, a máquina de aniquilar seres humanos, o antro que exterminava a vida. Os nazistas erraram na escolha do slogam. Deveriam mesmo era ter parafraseado Dante, nos portais do Inferno: "Ó, vós que entrais, abandonai toda esperança".
comentários(0)comente



Brito 26/04/2023

Se Isto é um homem – Primo Levi
Este livro descreve o conjunto de normas perfeitamente irreais, absurdas e ilógicas que fizeram parte da vida quotidiana dos presos em Auschwitz, no Lager. Estas regras e todos os procedimentos que os prisioneiros realizam com o objectivo de sobreviver são verdadeiramente animalescas. E, no entanto, todos procedem como se tudo aquilo fosse normal.
O livro é tanto mais desolador e acabrunhante quanto é contido, não há nenhuma lamentação excessiva, apenas descrição e reflexão sobre o trabalho abjecto, as condições onde dormem, comem, e o que aquilo os torna, enfim, o que é o homem?
A descrição asfixiante da estupidez em forma de vida de todos os dias.
Como foi que nos transformamos nisto, e porquê?
Livro seco, directo, escrito olhos nos olhos. Sem ódio.
Só isso.
E não é pouco.
Após lermos um livro com este impacto emocional, é comum repetirmos que é preciso contar para não voltar a acontecer.
Não creio que contar por si só chegue para alguma coisa. O importante era verificarmos até que ponto não existe algo semelhante, num grau muito menor, claro, mas com a mesma lógica, em algumas realidades quotidianas. Isto é, regras arbitrárias, relações sem empatia, desprezo e/ou indiferença pelo outro. Mais, a possibilidade que damos aos outros de ditarem regras completamente absurdas e arbitrárias. Estas lógicas de dominação do outro podem criar uma aceitação do inaceitável que um dia pode calhar-nos mal.
Não chega contar. Não chega ouvir. É preciso exigir um quotidiano onde as sementes de dominação se vejam impedidas de germinar.
Este é um livro sucinto e, no entanto, diz o que desse mundo urge dizer.
Para ler e tomar em devida conta na sua passagem para um real quotidiano cada vez mais bovinamente racionalizado.


comentários(0)comente



Glauber 04/05/2020

Obra dolorosa, porém necessária.
O livro é um relato real do autor sobre sua experiência como prisioneiro no Campo de Concentração nazista de Auschwitz.

O livro é curto, mas doloroso de ler.

Ele narra mais do que sofrimento, ao expor uma outra condição do viver.

Vemos, ali, o humano sobrevivendo no limite extrema da razão, diante do ódio gratuito, da rigidez arbitrária e das novas formas de organização da vida, dentro de uma rotina toda voltada para a humilhação, que, ao fim e ao cabo, se manifesta quase mecanicamente (sic).

Disso, brotam novos valores sobre os objetos mais insignificantes, novas formas de sociabilidade e até de linguagem (não apenas por aquilo ser uma torre de babel infernal, como pelo afastamento dos significados entre o dentro e o fora do campo, fazendo do campo um universo à parte), em um processo de desumanização avassalador, que é descrito a todo momento pelo clima do título do livro.
comentários(0)comente



Tere 18/08/2022

É Isto um homem?
Uma narrativa pessoal. Primo Levi relata sua experiência no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.
"Ainda existia um mundo justo, fora do nosso; algo, alguém, ainda puro e íntegro, não corrupto nem selvagem, alheio ao ódio e ao medo; algo difícil de definir, uma remota possibilidade de bem pela qual valia a pena conservar-se."
comentários(0)comente



Layza 16/02/2023

?(?)
pensem bem se isto é um homem
que trabalha no meio do barro,
que não conhece a paz,
que luta por um pedaço de pão,
que morre por um si ou por um não.
(?)?
Livro essencial para quem deseja ler sobre Segunda Guerra. Tocante, profundo e emocionante demais.
comentários(0)comente



Oseas.Carlos 13/06/2020

A aniquilação humana
Escrito em 1947, após a "morte em vida", vivida por Primo Levi durante o último ano do holocausto de Auschwitz, É isto um homem? se tornou uma obra prima literária de um relato, não apenas pessoal, mas de como o ser humano é capaz de remover a humanidade de seu similar apenas para a manutenção de poder através da aniquilação daqueles considerados racialmente inferiores.
O livro em questão não tem teor de denúncia a cerca das mazelas originadas durante a segunda guerra, mas é um relato verídico e de vivência própria do autor sobre como nossa humanidade pode ser contestada quando ela é vivida de forma extrema no tocante aos mais altos níveis de degradação propiciados por seres humanos. Aqui judeus, criminosos, políticos considerados de esquerda e kapos (comandantes de blocos) são organizados hierarquicamente e, apesar de uns terem "regalias" perante os outros, todos sofrem de um ataque à vida mental, e foi contra esse ataque que Levi escreveu seu livro, movido por uma necessidade visceral de contar "a história que ninguém ouviu".
Apesar do tema diversificadamente debatido, o relato de um sobrevivente entre milhares de mortos aos campos nos fará sempre lembrar do lado negro da história e de como as escolhas humanas podem afetar inadvertidamente diversas culturas, raças e credos pondo em cheque a perda da humanidade de cada um.
comentários(0)comente



384 encontrados | exibindo 91 a 106
7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR