Laiz.Rodrigues @viajenestemundo
17/03/2021Muito bom!Esse é o segundo livro da Becky que leio, e é um YA contemporâneo, com uma linguagem bem atual e jovem. A escrita dela é uma delícia e muito fluida.
? Representatividade:
Eu me surpreendi com o quanto esse livro é. Temos aqui os assuntos de xenofobia, racismo, machismo, homofobia e gordofobia. A irmã da Molly é lésbica, as mães delas, uma é bissexual e a outra é lésbica, além de que a Molly é fruto de uma inseminação artificial, ou seja outro assunto relevante. Minha única ressalva é que ela traz tantos assuntos, mas não aprofunda tanto em quase nenhum deles, exceto a gordofobia. Porém, o fato de essa família na qual a Molly está inserida, ser constituída não como "a tradicional" é sensacional, pois a autora mostra que é sim uma família, e muito mais saudável do muitas outras tradicionais. Nessa altura, já sabemos que família pode sim ser algo bem tóxico. E aqui temos uma nada tradicional, mas cheia de amor, união, as mães aconselham, conversam sobre tudo, e isso é muito importante de ser demonstrado.
? Muito mais do que os 27 crushes:
A Molly como eu já disse é uma garota gorda, que enfrenta vários dilemas por conta disso, principalmente se tratando de relacionamentos. Aqui então, vamos entrar na mente dela, no íntimo mesmo e ver todas as suas inseguranças e ao mesmo tempo ela vendo que ela pode sim ser amada, pessoas se interessam por ela. Para mim, esse livro é muito sobre tudo isso, minha única ressalva é que a Becky não explica direito para o leitor porque certos comentários e situações são problemáticos, gordofobicos e gatilho para muitas mulheres gordas, sobretudo. "Ai, mas explicar o óbvio?" Galera, gordofobia ainda é algo normal para maioria das pessoas, a luta contra isso ainda é banalizada, dessa forma, infelizmente precismos ensinar mais sobre, pois se não parece que é apenas dramas de uma adolescente.
Recomendo muito a leitura, acho que cumpre muito com a função de ser um livro "para adolescentes" trazendo de forma leve temas importantes!