Natália 06/06/2020Um livro sensacional, trata sobre temas importantíssimos. No livro, a protagonista Dana é uma escritora americana que vive na Califórnia durante a década de 70 e logo no início, ela acaba sendo transportada até a década de XIX, para uma fazenda de escravos em um Estados Unidos pós-guerra. Não temos nenhuma explicação de como isso acontece, mas também não é preciso. O mais importante são as temáticas levantadas durante a narrativa. Não só o racismo, mas misoginia, as dinâmicas de um relacionamento interracial (pois a protagonista é casada com um homem branco), etc.
Ao mesmo tempo em que a narrativa é bem fluida, na qual você fica ansioso para descobrir o que vai acontecer a seguir, é muito difícil ler sobre as agressões e abusos praticados contra os negros escravizados. Apesar de serem importantes estes relatos, pois na época em que foi escrito, a autora via que muitas pessoas minimizavam os sofrimentos aos quais eram submetidos os escravos; e sua intenção foi demonstrar como isso acontecia de verdade.
Outro fator que causa muita angustia é o contraste entre a vida livre da protagonista na década de 70 e o cerceamento dessa liberdade no séc. XIX. Chega a dar uma sensação de claustrofobia ver a personagem estar presa a essa realidade.
Outro ponto interessante é quando se fala sobre a educação. Os escravos eram proibidos de aprender a ler e escrever, pois, se fossem alfabetizados, seriam capazes de forjar cartas de alforria. Ou seja, negros alfabetizados provocavam muito medo nos brancos, afinal, educação é poder.