Coração e alma

Coração e alma Maylis de Kerangal




Resenhas - Coração e alma


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Leila de Carvalho e Gonçalves 19/10/2017

De Um Momento Para Outro
Vencedor do Welcome Book Prize de 2017, o quinto romance de Maylis de Kerangal, "Coração e Alma" ou "Réparer les Vivantes", aborda a doação de órgãos, detalhando aspectos técnicos, expondo seu lado humano e a idoneidade do processo.

Um ponto interessante é a semelhança entre as medidas adotadas na França e no Brasil, logo, a narrativa também oferece uma boa ideia de nossa realidade. Aliás, um assunto que me interessa, pois há quinze anos fui diagnosticado com uma doença auto-imune no fígado e há dez, fui submetida a um transplante.

A narrativa cobre 24 horas, desde que Simon, um jovem de 17 anos, deixa sua casa para surfar com amigos até quando seu coração começa a bater no peito de Claire, uma cardiopata de meia-idade. Uma jornada contra o tempo entre Le Havre e Paris que exibe a dor de uma família e a esperança de outra, enquanto histórias paralelas vem à tona, apresentando o dia a dia de profissionais que, num sincronismo perfeito, levam a um novo patamar o sentido da vida.

O livro também presta homenagem a Christian Barnard e a dois nomes praticamente desconhecidos, Maurice Goulon e Pierre Mollaret, que mudaram o conceito de morte em 1959, quando anunciaram que sua localização não está no coração, mas no cérebro. Desperta a atenção o rigor dos critérios para seu diagnóstico, são inúmeros os exames, por sinal, Simon jamais é tratado como um coração, um fígado, dois pulmões e dois rins, no caso, os órgãos que serão doados. Digno de respeito e merecedor de todos os cuidados, é difícil não se emocionar com seus minutos finais.

Sua história já virou filme, uma produção francesa homônima com Gabin Verdet e Anne Dorval, respectivamente, nos papéis de doador e receptora. Assisti somente o trailer no YouTube, a fotografia é muito bonita, contudo, ele deve ser um pouco diferente devido a presença de uma nova personagem.

Enfim, "Coração e Alma" apresenta a morte como salvação e, sem se tornar piegas nem melodramático, esclarece dúvidas, expõe medos corriqueiros e desmistifica preconceitos que cercam o assunto. Não só recomendo, como aproveito para lembrar: deixe claro para sua família, se, em caso de morte cerebral, você deseja ou não doar seus órgãos. Sem dúvida, este é um gesto de profundo amor à vida e ao próximo.

Nota: A Rádio Londres tem publicado bons livros de ficção de autores contemporâneos estrangeiros. "Corpo e Alma" não é exceção, inclusive, exibe uma edição bem cuidada, mas fã de ebooks, gostaria que a editora também tivesse investido neste formato.
Angelo Pessoa 14/04/2018minha estante
Nada como ler uma sinopse como esta: BRILHANTE! E, veja bem, já estou alucinado pela narrativa, ainda que me faltem 100 páginas... definitivamente apaixonado pela autora. Parabéns pela resenha!




isa.dantas 18/02/2020

Um livro de precisão tão cirúrgica (literalmente) que lhe falta, por muitas vezes, alma. Não consegui me apegar a nenhum personagem, desde Simon a Claire. O ritmo da escrita é boa, mas existe uma distância palpável aos personagens. Uma pena. A temática é importantíssima.
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Luciano Otaciano 25/02/2022

Um bom livro!
Simon tem 20 anos e acaba de acordar às 4h30 da manhã para pegar onda com seus dois amigos. É um dia frio em uma cidade litorânea da França, a sessão de ondas não foi planejada. Você não consegue antecipar as ondas perfeitas, nem controlar as condições climáticas do dia. Apesar do frio e do horário, os três seguem em frente com o plano e aproveitam uma hora de ótimas ondas nas águas frias do mar. Na volta para casa, o sono e o frio cobram seu preço: o motorista da van pichada de motivos surfistas cai no sono, e Simon, sentado entre o motorista e outro passageiro e o único sem cinto de segurança, é arremessado contra o para-brisas. Não morre. Mas esse será o seu fim. A obra, narra as 24 horas que se passam entre o momento em que Simon sai de casa para surfar até o momento em que seu coração é transplantado em uma mulher de 50 anos de Paris. Não estou adiantando nada sobre a história: desde o início você sabe o destino de Simon e por que os médicos que o atendem são tão cuidadosos com seus pais: o corpo de Simon pode não sobreviver, mas pode ajudar a salvar outras vidas. Kerangal é bem detalhista em sua narrativa em terceira pessoa: cada ação é cuidadosamente descrita, desde o surfe até os procedimentos médicos. Sua escrita é bem planejada, com palavras pomposas e escolhidas com cuidado, mas deixando margem para o coloquial aparecer nos poucos diálogos e pensamentos de suas personagens. Apesar de ser um livro curto, sua leitura exige tempo e atenção, pois a autora é minuciosa e os detalhes são importantes para a trama. O que mais gostei no livro é como ela faz esses momentos simples e rápidos reverberarem. Como o médico antecipa a reação dos pais, como tudo deve ser feito com cuidado, sendo direto mas também compreensivo. Pois trata-se de um momento de dor, o momento em que dois pais devem lidar com o fato de que seu filho de 20 anos, cheio de vida e alegre, não vai acordar do sono profundo em que foi colocado. E o motivo de ele ainda estar respirando, de seu coração ainda estar batendo, é a possibilidade que ele traz de salvar outras vidas. Não parece, mas Simon está morto. Não é mais um coração parado que determina a morte, explica Kerangal, mas sim a impossibilidade do cérebro de se recuperar. Seus pais não conseguem enxergar um cadáver no lugar de um corpo que ainda respira. Aceitar essa morte não é fácil. Assim como não será fácil autorizar que o corpo de seu filho seja aberto e seus órgãos retirados, espalhados pelo mundo.
Enfermeiros, médicos, pais, namoradas, amigos: a autora não ignora nenhuma personagem. Mas em alguns momentos senti ela se perdendo nesse impulso de narrar tudo, preenchendo o livro com situações por vezes detalhadas demais que não agregam muito ao enredo – como a vida amorosa da enfermeira. Não são trechos totalmente descartáveis, mas acabam quebrando a tensão que ela vai criando na narrativa.
Em resumo, CORAÇÃO E ALMA é um bom romance sobre perda e salvação. Maylis une bem os sentimentos dos familiares e a tensão dos médicos que tentam, mesmo no fim de uma vida, continuar com seu trabalho tentando salvar outras. Há momentos em que pouco ou nada pode ser feito, e é necessário manter o profissionalismo e deixar a cabeça no lugar para dar conta desses desafios que devem enfrentar quase todos os dias. A autora é sensível ao apresentar todos os lados, e você acaba aprendendo muito sobre tudo o que há de complicado em uma doação de órgãos. Ela transforma algo totalmente prático e técnico em uma ótima narrativa literária. Recomendo! Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!
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Ste (@stebookaholic) 11/09/2017

Tocante, real...
Maylis de Kerangal é a primeira a mulher, a ser publicada pela Editora Rádio Londres. E após o término dessa leitura, posso dizer que foi um ótimo investimento, pois ela é genial.
Em "Coração e Alma", nos deparamos com uma narrativa um pouco diferente do que estamos acostumados, o livro se passa em apenas 24 horas.
Conhecemos Simon, um rapaz de 20 anos e seus amigos surfistas, que sofrem um grave acidente, que o leva a morte cerebral. E ao longo do livro, vivenciamos a jornada para um transplante de coração entre ele e Claire, uma senhora de 50 anos.
Com uma visão sensível, e ao mesmo tempo, crítica, a autora nos apresenta um tema, que nos dias de hoje, mesmo com tantas informações, ainda é um tabu: a doação de órgãos.
Esse livro é muito mais que um romance, é um aventura, um suspense, um livro técnico e preciso sobre cirurgias, sobre psicologia, sobre o coração e sobre os sentimentos.
Em muitos momentos me vi fechando o livro sem ar, parando e refletindo, como me sentiria se estivesse naquela situação. Como mãe, sofri... como ser humano, desejei ser melhor.
Os personagens são extremamente reais. Tocantes. Divididos numa delicada linha entre a vida e a morte. Entre o fim e o recomeço.
Os fatos apresentados, nos levam a pensar o quanto nossa vida é passageira, o quanto somos frágeis e humanos.
E eu terminei o livro me sentindo como a equipe médica, com a sensação de dever cumprido. Me senti tão envolvida, que quando terminou, eu pude voltar a respirar.
Não é um livro fácil. Nem é um livro para relaxar. Não é um livro que irá agradar qualquer leitor. Mas isso não tira a sua beleza e nem seu valor. "Coração e alma" é um romance que irá, sutilmente, fazer questionamentos e quem sabe até, mudanças na forma de pensar de leitor.

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Angelo Pessoa 14/04/2018minha estante
Estou lendo e apaixonado pelo livro e como gostei disto que você disse: "Esse livro é muito mais que um romance, é um aventura, um suspense, um livro técnico e preciso sobre cirurgias, sobre psicologia, sobre o coração e sobre os sentimentos.". Parabéns pela resenha! ... " e sobre sentimentos", verdade demais!




Eddie.Erikson 12/12/2017

Diferente de todas recomendações que recebi durante o ano. Não supriu minhas expectativas. Livro arrastado... cansativo. Sem foco nos personagens.
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Jefferson Vianna 01/07/2018

História comovente x narrativa extremamente cansativa!
“Coração e Alma” é um romance escrito pela autora francesa Maylis de Kerangal, publicado no ano de 2017. Trata-se de um livro que aborda assuntos importantes e pouco discutidos em nossa sociedade: a importância da doação e do transplante de órgãos, como meio de salvar vidas. Mesmo se tratando de uma história comovente, que acaba despertando a curiosidade dos leitores, confesso que eu não gostei da abordagem e da escrita da autora, a narrativa é extremamente cansativa, pelo fato da autora fazer o uso de palavras e termos muito difíceis que acabam dispersando o leitor e tornando a leitura arrastada. Além disso, a impressão que eu tive durante a leitura é que a autora poderia ter abordado o assunto com mais objetividade e serenidade, sem “enfeitar” o texto, ou seja, passar a sua mensagem sem se preocupar em encher o livro com palavras confusas e de difícil compreensão. Pensei inúmeras vezes em desistir da leitura, porém, persisti e sinto afirmar que o livro “Coração e Alma” NÃO supriu as minhas expectativas. Certamente buscarei por outros livros a respeito do mesmo assunto...
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Kelly.Cris 05/08/2020

Uma trama envolvente, com algumas partes bem emocionantes e vívidas, mas que sofre ao ser entrecortada por histórias paralelas de personagens desnecessários. Mas o livro em si é bom. Vale à leitura.
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Laís 10/08/2017

Maylis de Kerangal é uma autora francesa bem renomada lá fora, com vários prêmios conquistados e dois livros adaptados para as telonas. Um deles é o lançamento da Rádio Londres - Coração e Alma, que foi para o cinema no inicio de 2017.

O livro vai contar a breve história de Simon Limbres, um garoto de 20 anos que, após sofrer um acidente de carro, tem morte cerebral declara. Por fora, o corpo é o mesmo, a aparência é de quem está dormindo. Mas, por dentro, Simon apenas vive enquanto as máquinas sustentam seu coração. Esse é só o primeiro capitulo.

Os médicos, diante desse falecimento tão precoce, precisam lidar com a difícil tarefa de conversar com os pais a respeito da doação dos órgãos e tudo que envolve esse processo. Vocês sabiam que um único corpo pode salvar a vida de várias pessoas? Alguém na fila de espera pode receber o coração, outro os olhos e outro os rins.

Eu nunca havia lido um livro de ficção que abordasse de forma tão crua essa questão. A doação de órgãos, embora muito importante, é alvo de críticas em diversas religiões, além de existir o mito da profanação. Essa história não irá abordar a morte de forma sensível – pelo contrário, o livro é bem carente de dramas. É uma história objetiva, que descreve a linha muito tênue entre a vida e a morte, entre o falecimento de um e a oportunidade de outro.

Sobre a narrativa, eu acredito que esse livro não irá agradar a todos. A história possui pouquíssimas falas, sendo um texto bem denso, carregado de um tom poético e muitas metáforas. Sem falar que alguns parágrafos ocupam páginas! Foi uma leitura difícil até a metade do livro, já eu não estava conseguindo me envolver na escrita da autora. Depois, um pouco mais acostumada, acabei mergulhando nas últimas páginas e adorei o que encontrei.

Essa história foi diferente de tudo que eu li. A leitura deixou um incomodo, sabe? O que é a morte para alguns, é a vida para outros. Eu achei a escrita bem interessante (embora cansativa), marquei várias citações que me deixaram extasiada refletindo. Também foi uma leitura bacana em nível de conhecimento, porque a autora fala sutilmente informações sobre os hospitais, as doações e o processo necessário.

No final, acabei adorando essa história, mesmo que tenha tido algumas ressalvas no meio do caminho. O que me tocou, foi à profundidade a qual a autora mergulhou para falar sobre esse assunto tão delicado.

Sobre a narrativa, é legal ressaltar que, o que não foi tão fácil pra mim, pode ser perfeitamente agradável pra você. Isso difere muito de leitor pra leitor.

site: https://www.instagram.com/_maniadelivro/
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Ana 30/08/2017

Sensível
Esse livro fala sobre transplantes de órgãos com uma sensibilidade extrema. Abriu meus horizontes para o assunto. Muito válida a leitura.
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Cássia 28/09/2017

Uma história muito comovente
É com um aperto muito grande no peito que finalizo esta leitura.
Neste livro conhecemos a história de Simon, um jovem de apenas 20 anos que tem morte cerebral em um horrível acidente de trânsito. E dai em diante a gente passa a sentir todas as dores e angústias vividas por todos aqueles que o ama. Dor pela perda, dor por não saber o que fazer nem responder ao ser cogitada a ideia de doar os seus órgãos. O que fazer em meio a essa aflição? Ajudar outras pessoas com os órgãos do seu filho amado, ou simplesmente deixar tudo como está? O que restaria, nessa fragmentação, da unidade de seu filho? Como unir sua memória singular a esse corpo já desfigurado? O que será de sua presença, de seu reflexo aqui na Terra? Triste decisão que terá que ser tomada por sua mãe Marianne e seu pai Sean. Por outro lado, a gente começa a pensar em quem vai receber seus órgãos. Começa a pensar em quem será essa pessoa que terá o coração de Simon batendo em outro peito? Como ela vai reagir ao receber o coração do seu filho amado?

Claire, é uma parisiense de 50 anos e precisa de um transplante de coração. E ao mesmo tempo em que ela fica feliz com o possível doador, ela fica triste por saber que alguém morreu, que tem muitos chorando por este coração. Alguém morreu para que ela pudesse viver. E isso a assusta. Ela sente medo que este coração possa mudá-la. Mas no fundo ela se sente grata por poder viver. Grata a Simon, apesar de tudo!

Termino esta resenha com muitas lágrimas. Lágrimas de dor. Lágrimas de tristezas e de alegria. Lágrimas de gratidão, pois sei que em algum lugar do mundo, tem alguém passando por isso. E Coração e Alma é encantador!
Amei conhecer os detalhes de um transplante de coração. O que me incomodou durante a leitura, foi a forma da escrita. Achei bem difícil misturar todas as falas durante a narração. Fora isso, o livro foi perfeito!


Coração e Alma é uma história sobre a morte e sobre a vida. Fala o quão somos frágeis e humanos. Uma viagem muito tocante, que nos levará a muitas emoções até o final. Acho que essa foi uma das leituras mais intensas e difíceis que que eu já fiz. Difícil até para dar uma opinião mais exata.Na verdade, acho que só estando no lugar dos envolvidos e que se pode realmente opinar.
da historia.

Mesmo em meio a tanta dor podem florescer a esperança e o amor? nem tudo é preto e branco, e mesmo de quem jamais esperamos podem vir atos de compaixão e bondade.
Coração e Alma, antes de tudo para mim ficará marcado como uma historia sobre humanidade, amor e esperança. Uma narrativa linda e que inevitavelmente leva a reflexão. Entrou definitivamente para o rol dos meus favoritos.
Sara.Bertaglia 30/04/2018minha estante
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Anne - @literatura.estrangeira 02/12/2017

Mais ou menos, mais ou menos...
Coração e alma vai contar a história de Simon, um jovem no auge de seus 20 anos, aproveitando a vida, surfando, namorando, quando é interrompida em uma acidente de carro e ele acaba tendo morte cerebral. Em contra-partida temos a história da Claire, de 50 anos, que precisa urgentemente de um coração novo.

O livro é pequeno e a história vai girar sobre o tema de transplante de órgãos - desde os pais a aceitarem a retirada dos órgãos de Simon até a aceitação por parte de Claire de viver com o coração de outra pessoa.

Coração e alma tinha tudo para se tornar uma história inesquecível, porém, a escrita logo de início se mostrou altamente confusa. O problema maior que tive com essa leitura foi o tipo de texto que a escrito escolheu, que possui pouquíssimos parágrafos e pontos. Além disso, a narrativa é quase contínua, misturando as falas sem uso de travessão, me incomodou bastante. O texto inteiro foi quase uma coisa só e meus pensamentos se tornaram um embaraço total.

Sei que algumas pessoas gostam e até veem beleza nesse tipo de escrita, mas pra mim se tornou um sacrifício finalizar a leitura e no final das contas a história não acrescentou em nada na minha vida, mesmo que o tema seja algo tão importante.

Acho que faltou sutileza no enredo e foi dada muita atenção ao que não importa muito, como os detalhe técnicos da cirurgia de retirada dos órgãos e o transplante de coração. Eu imaginava algo mais dramático e que mostrasse com mais ênfase a dificuldade que as famílias têm de aceitar que os órgãos de seus parentes sejam retirados, juntamente com a possibilidade dessa aceitação poder dar esperança à quem estava praticamente desenganado.

Não recomendo para quem espera uma leitura fluída e de alto impacto, drama e uma mensagem forte. O livro foi adaptado e quem tiver interesse, o trailer está na postagem no blog ou é só pesquisar pelo filme que tem o mesmo nome do livro no google.

site: http://www.literaturaestrangeira.com.br
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Sara.Bertaglia 30/04/2018

Sensível
O que falar sobre esse livro?
Simplesmente perfeito.

No começo o estilo de escrita me deixou perdida: parágrafos muito longos e trechos cheios de mistura de sentimentos, pensamentos, contradições e diálogos diretos. No entanto, depois consegui entender o porquê disso. O livro te agarra numa catarse de sensações. Chorei em diversos momentos, me peguei divagando sobre várias coisas e terminei a leitura muito mais humana. Esse é o poder que esse livro tem: te chocar com a morte, a vida e a humanidade.
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Ludhi 15/04/2020

Li este livros em único fôlego. Trata-se da história de um transplante de coração desde a morte do doador até o completo estabelecimento do órgão no donatário.
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Sabrina - @linhaposlinha 08/09/2022

"O que atesta a morte não é mais o momento em que o coração para, e sim quando cessam as funções cerebrais. Em outras palavras: se não penso, logo não existo."
Confesso que a primeira coisa que pensei enquanto lia o primeiro capítulo foi "por que eu comprei esse livro?", já me arrependendo de tê-lo feito. Num primeiro contato, achei a escrita muito arrastada. Cheia de descrições e detalhes para poucas ações. Eram praticamente dois parágrafos para falar algo que caberia em uma frase. Larguei o livro assim que cheguei no segundo capítulo e achei que nunca mais pegaria ele de novo para ler. Mas, como sempre, dei uma segunda chance. E aí sim a leitura começou a fluir.

De fato a narrativa pode ser muito incômoda e arrastada para alguns (até porque ela é mesmo), mas uma vez que você se acostuma, a história começa a manter um bom ritmo.

A sinopse é praticamente o resumo completo do enredo, nada mais e nada menos. A história toda se passa em 24 horas, nas quais acompanharemos a morte de um jovem em um acidente de trânsito e toda a sequência de ações a serem tomadas desde a comunicação de sua morte aos pais até a doação dos órgãos que, consequentemente, resultará na realização de um transplante do seu coração em uma senhora de 50 anos.

A narrativa é detalhista e mergulha no cotidiano individual de diversos personagens, desde os pais do jovem falecido até a equipe médica do hospital. Pessoalmente, achei a experiência de leitura muito boa. Principalmente por se passar em um país diferente (França), no qual a legislação sobre a doação de órgãos após a morte funciona de forma bem diferente daqui, tornando automática a doação de todos os indivíduos ao morrerem (salvo quando este tenha se declarado o contrário em vida). Algo que eu desconhecia totalmente até então e foi muito descobrir por meio desta leitura.

Como eu disse, a história é o que está na sinopse, sem tirar nem pôr. Pode parecer bem simplista ao colocar desta forma, mas garanto que ela ainda assim consegue transmitir muitas reflexões acerca da vida, ética e empatia. Vale muito a pena a leitura.

site: https://www.instagram.com/linhaposlinha
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