Luiza 18/04/2018
O que o futuro lhe reserva é fruto do seu estado de consciência AGORA.
"Se você considera este livro incompreensível ou sem significado, é porque o despertar ainda não lhe aconteceu. No entanto, caso algo em seu interior responda a ele ? se você, de alguma forma, reconhece a verdade nele ?, isso significa que o processo do despertar já está em andamento. Depois dessa etapa inicial, não poderá ser revertido, embora possa ser retardado pelo ego.
No caso de algumas pessoas, esta leitura desencadeia o processo do despertar. Em relação a outras, a função deste livro é ajudá-las a reconhecer que já começaram a despertar e, assim, intensificar e acelerar esse processo." (Pg. 204)
Estas palavras acima são do próprio Eckhart Tolle. Elas estão no terço final do livro...
Quando tentei ler a obra pela primeira vez, foi assim que me senti: lendo um emaranhado de conceitos sem sentido! Fiquei cansada e deixei de lado, mas algo me dizia que um dia eu retornaria a ele.
Alguns anos mais tarde, voltei a lê-lo e parece que uma luz entrou na minha mente...
Eu já havia sentido uma paz profunda ao ler "O Poder do Agora" - uma sensação boa de "Despertar", e agora esse livro veio para retomar o "processo" que, como Tolle também diz no livro, pode ser retardado pelo ego.
O livro é fascinante! Tocou o meu mais profundo Ser.
Não tenho muito que dizer, apenas tente lê-lo... se as palavras do autor não estiverem ainda tocando-o profundamente e fazendo sentido pra você, deixe-o descansando um pouco na sua prateleira, ou em algum lugar em que você possa vê-lo eventualmente...
Um dia ele voltará as suas mãos e mudará de sentido.
Eckhart Tolle mudou minha concepção de vida. Hoje considero fundamental para minha paz interior absorver, compreender, estudar e vivenciar todas as suas palavras... e fazer delas uma espécie de propósito de vida. Recomendo a leitura, sempre e de novo, com todas as minhas forças! ?
TRECHOS DESTACADOS:
Nossa identidade essencial é informe, ou seja, não tem forma. É como uma "presença onipresente" do Ser antes de todas as formas, de todas as identificações. Entendemos nossa verdadeira identidade como a consciência propriamente dita em vez de algo ao qual a consciência se vinculara. Essa é a paz de Deus. A verdade suprema de quem nós somos não é "eu sou isso ou eu sou aquilo", mas "eu sou".
Quem está identificado com sua boa aparência, sua força fisica ou suas habilidades sofre quando esses atributos começam a diminuir ou desaparecer, o que é um processo inevitável. Sua própria identidade, que era baseada nesses elementos, fica então sujeita à ameaça de um colapso. Em qualquer caso, feias ou
bonitas, as pessoas extraem uma parte significativa da sua identidade, seja ela negativa, seja positiva, do próprio corpo. Para ser mais exato, obtêm sua identidade da percepção do eu, que, erroneamente, vinculam à imagem ou ao conceito mental do seu
corpo, que, em última análise, não é mais do que uma forma física que compartilha o destino de todas as formas - impermanência e, por fim, desintegração.
No início de muitos relacionamentos chamados românticos, a interpretação de papéis é bastante comum no sentido de atrair e
manter a pessoa que é percebida pelo ego como aquela que fará
o indivíduo feliz, especial e satisfará todas as suas necessidades.
"Eu interpreto quem você quer que eu seja, enquanto você representa quem eu desejo que você seja". Esse é um acordo implícito e inconsciente. No entanto, a interpretação de papéis é um trabalho árduo que as pessoas não conseguem sustentar por
um tempo indefinido, sobretudo depois que começam a viver
juntas. O que vemos quando esses papéis se acabam? Na maioria dos casos, ainda não a verdadeira essência do ser, mas aquilo que
a encobre: o ego em estado natural, despido dos seus disfarces, com os sofrimentos que traz do passado e seu querer insatisfeito, que agora se transforma em raiva, provavelmente direcionada ao parceiro ou à parceira por ter deixado de remover o medo subjacente e o sentimento de insatisfação que é uma parte intrínseca da percepção egóica do eu.
Na maior parte das vezes, aquilo que costumamos chamar de "apaixonar-se" é uma intensificação do desejo e da necessidade do ego. Ficamos viciados na outra pessoa ou na sua imagem. Isso não tem nada a ver com o verdadeiro amor, que implica não querer nada. A língua espanhola é a mais honesta com relação às
noções convencionais do amor: "te quiero" significa tanto "quero
você" quanto "te amo". A expressão "te amo", que não tem essa
ambigüidade, dificilmente é usada - talvez porque o verdadeiro
amor seja de fato muito raro.
Nós interpretamos papéis. Não somos nós mesmos, nem com o presidente, nem com o faxineiro, nem
com a criança. Quando entramos numa loja, num restaurante, num banco, num posto do correio, podemos estar nos encaixando em papéis sociais preestabelecidos. Acabamos nos tornando um cliente e falando e agindo como tal. E, nessa condição, seremos atendidos pelo
pelo garçom ou pelo recepcionista, que também estarão desempenhando um papel. Uma série de padrões condicionados de comportamento entra em ação entre duas pessoas para determinar a natureza da interação. Os elementos que estão interagindo não são os seres humanos, e sim imagens mentais conceituais. Quanto mais identificadas as pessoas estão com
respectivos papéis, menos autênticos se tornam os relacionamentos.
Temos uma imagem mental não só de quem a outra pessoa é, mas também de quem nós somos, sobretudo em relação ao individuo com quem estamos interagindo. Portanto, não somos nós que estamos nos relacionando com aquela pessoa: quem pensamos que somos é que está se relacionando com quem acreditamos que a outra pessoa é e vice-versa. A imagem conceitual que nossa mente gerou de nós mesmos está se relacionando com sua própria criação, que é a imagem conceitual que ela produziu
da outra pessoa. A mente da outra pessoa provavelmente fez a mesma coisa, então cada interação egóica entre dois indivíduos é, na realidade, a interação entre quatro identidades conceituais produzidas pela mente que são, em última análise, fictícias.
Portanto, não é de surpreender que haja tanto conflito nos relacionamentos. Não existe nenhuma relação verdadeira. (86)
A única diferença entre consciência, mente e matéria está em suas respectivas velocidades de vibração. Assim, a mente é, simplesmente, uma vibração mais sutil ou refinada que a matéria física.
Toda matéria é consciência em estágios diversos de evolução ou desenvolvimento espiritual.
O Universo não é apenas um aglomerado de objetos em movimento criados de uma vez no início dos tempos por Deus, ou por uma grande explosão, e depois entregues a si mesmos para interagir conforme as leis da Física. Em vez disso, o Universo é o movimento em si. Na verdade, é o movimento do Epírito em Si, sustentado continuamente pela vontade cósmica.
O organismo físico, nosso corpo, tem inteligência própria, assim como os organismos de todas as formas de vida, e essa inteligência reage ao que a mente diz, aos pensamentos. Portanto, a emoção é a resposta do corpo à mente.
As reações instintivas se assemelham as emoções, mas não são emoções no verdadeiro sentido da palavra. A diferença fundamental entre elas é: enquanto a reação instintiva é a resposta direta do corpo a uma situação externa, a emoção é a reação do corpo ao pensamento.
Indiretamente, uma emoção também pode ser uma reação a uma situação ou a um acontecimento real, porém ela será uma reação ao acontecimento que terá passado pelo filtro da interpretação mental, do pensamento. Ou seja, dos conceitos de bom e mal, semelhante e diferente, eu e meu. Embora o corpo seja muito inteligente, ele não consegue diferenciar uma situação real de um pensamento, por isso ele reagir a todo pensamento como se fosse realidade. Para o corpo, um pensamento preocupante assustador corresponde a: "Estou em perigo", e ele responde à altura, embora a pessoa que esteja pensando isso possa estar deitada numa cama quente e confortável. O coração bate mais forte, os músculos se contraem, a respiração se acelera, forma-se um acúmulo de energia. Mas uma vez que o perigo é apenas uma ficção mental, a energia não flui - parte dela retorna a mente e dá origem a outros pensamentos ainda mais ansiosos. O resto da energia se converte em toxinas e interfere no funcionamento harmonioso do corpo. (120)
Não há eventos casuais, assim como nem as coisas nem os fatos existem por e para si mesmos de modo isolado. Os átomos que constituem nosso corpo foram forjados nas estrelas, enquanto as causas do menor dos eventos são virtualmente infinitas e ligadas ao todo de maneiras incompreensíveis. Se quiséssemos encontrar o motivo de um acontecimento, teríamos que percorrer o caminho de volta até o começo da criação.
O cosmo não é caótico. A própria palavra ?cosmo? significa ordem. Mas essa não é uma ordem que a mente humana possa chegar a entender, embora consiga ter um vislumbre dela. (157)
A alegria do Ser, que é a única felicidade verdadeira, não pode nos acontecer por meio de nenhum tipo de forma, bem material, realização, pessoa, fato, isto é, por intermédio de nada que ocorra. A alegria não acontece para nós ? nunca. Ela emana da dimensão sem forma em nosso interior, da consciência em si, portanto é una com quem nós somos. (155)
Se você está contente com o fato de não ser ninguém em particular, de não estar em evidência, se alinhará com o poder do universo. O que se parece com fraqueza para o ego é, na realidade, força verdadeira. Essa verdade espiritual é essencialmente oposta aos valores da nossa cultura contemporânea e à maneira como as pessoas são condicionadas a se comportar.
Em vez de tentar ser uma montanha, ensina o Tao Te Ching, ?seja o vale do universo?. Dessa maneira, estará reintegrado à totalidade e assim ?todas as coisas acontecerão a você?.
De modo semelhante, Jesus ensina numa das suas parábolas: ?Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, passa mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. Porque todo aquele que se exaltar será humilhado, e todo aquele que se humilhar será exaltado.?
Outro aspecto dessa técnica é evitar as tentativas de fortalecer seu eu se exibindo, procurando aparecer, querendo ser especial, causando impressão ou exigindo atenção. De vez em quando, pode ser o caso de você se conter e não manifestar sua opinião num momento em que todos estão expressando as próprias idéias. Depois, observe como se sente a respeito. (172)
A vida da maioria das pessoas é um amontoado desordenado de coisas: itens materiais, tarefas a fazer, questões sobre as quais pensar.
Esse tipo de vida se assemelha à história da humanidade, que Winston Churchill definiu como ?uma maldita coisa depois da outra?. A mente dessas pessoas é ocupada por um emaranhado de pensamentos, um após o outro. Essa é a dimensão da consciência dos objetos, que é a realidade predominante de um grande número de indivíduos ? e é por causa disso que a vida deles é tão confusa. Essa consciência precisa ser equilibrada pela consciência do espaço para que a sanidade retorne ao nosso planeta e a humanidade cumpra seu destino. (180)
Então quem é aquele que vivencia a experiência? Somos nós. E quem somos nós? Consciência. E o que é consciência? Essa pergunta não pode ser respondida. No momento em que a respondermos, vamos falsificá-la, transformá-la em outro objeto. A consciência, termo tradicional para aquilo que é espírito, não pode ser conhecida no sentido comum dessa palavra, e tentar persegui-la é bobagem. (190)
Somos arrebatados por todo pensamento, toda emoção e toda sensação a tal ponto que, na verdade, nos encontramos num estado de sonambulismo. Essa tem sido a situação normal da humanidade por milhares de anos. (191)
A ingestão de álcool ou de determinadas drogas (desde que elas não estimulem o corpo de dor) também pode nos deixar menos tensos, mais despreocupados e até mais animados por um tempo. Às vezes, começamos a cantar e dançar, ações que, desde as épocas ancestrais, expressam a alegria de viver. Como estamos menos sobrecarregados pela mente, podemos ter um vislumbre da alegria do Ser. Talvez por isso o álcool seja chamado também de spirit (?espírito?) na língua inglesa. Mas existe um alto preço a pagar: a inconsciência. Em vez de nos posicionarmos acima do nível do pensamento, caímos abaixo dele. Algumas doses a mais de bebida e teremos regressado ao reino vegetal. A consciência do espaço tem muito pouco a ver com o estado de desorientação. Ambos estão além do nível do pensamento. Isso eles têm em comum. A diferença fundamental, contudo, é que, no primeiro caso, nos colocamos acima do nível do pensamento; no segundo, ficamos abaixo dele. Um é o próximo passo na evolução da consciência humana, o outro uma regressão a um estágio que superamos eras atrás. (180)
A iniciação do processo do despertar é um ato de graça. Não podemos fazer com que ela aconteça, nem nos preparar para ela, nem acumular méritos para alcançá-la. Não existe uma seqüência precisa de passos lógicos que leve nessa direção, embora a mente fosse adorar isso. Também não precisamos nos tornar dignos primeiro. Ela pode acontecer a um pecador antes de chegar a um santo, mas não necessariamente. É por isso que Jesus se envolveu com todos os tipos de pessoas, e não só com as respeitáveis. Não existe nada que possamos fazer quanto ao despertar. Qualquer ação da nossa parte será o ego tentando acrescentar o despertar ou a iluminação a ele mesmo como seu bem mais precioso e, assim, se mostrando como mais importante e maior. Nesse caso, em vez de despertarmos, acrescentamos o conceito do despertar à nossa mente, ou a imagem mental de como se parece uma pessoa desperta, ou iluminada, e depois procuramos adotar esse modelo. Assumir essa imagem, seja ela criada por nós ou pelos outros, é viver sem autenticidade ? outro papel inconsciente que o ego representa.
(204)
Muitas pessoas que estão passando pelos estágios iniciais do despertar já não sabem mais com certeza qual é seu propósito exterior. O que move o mundo não as move mais. Reconhecendo com tanta clareza a loucura da nossa civilização, elas podem se ver de certa forma alienadas da cultura ao seu redor. Algumas sentem que habitam uma terra de ninguém entre dois mundos. Elas não são mais conduzidas pelo ego, mesmo que a consciência emergente ainda não tenha se tornado plenamente integrada à sua vida. Os propósitos interior e exterior não se fundiram. (205)
Toda vez que você fica ansioso ou estressado, isso mostra que o propósito exterior assumiu o controle e que você perdeu o propósito interior de vista. Terá se esquecido de que seu estado de consciência é primário, e todo o resto, secundário. (209)
Aquilo que é notável surge das pequenas coisas que são dignificadas e tratadas com atenção. A vida de todos nós consiste, sem dúvida, em pequenas coisas. A grandiosidade é uma abstração mental e a fantasia favorita do ego. O paradoxo é que a base para alcançá-la é o respeito pelas pequenas coisas do momento presente, e não a perseguição da idéia de grandeza. O momento presente é sempre pequeno no sentido de que é simples, mas, escondido dentro dele, está o poder maior. Assim como o átomo, ele é uma das menores coisas, no entanto é extraordinariamente poderoso. Nós só temos acesso a esse poder quando nos alinhamos com o momento presente. Talvez seja mais apropriado dizer que ele tem acesso a nós e, por nosso intermédio, ao mundo. Jesus estava se referindo a esse poder quando afirmou: ?De mim mesmo não posso fazer coisa alguma? e ?Não credes que estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras?.[1] Ansiedade, tensão contínua e negativismo nos tiram essa força. A ilusão de que estamos separados do poder que conduz o universo retorna. Outra vez nos sentimos sozinhos, lutando contra algo ou tentando alcançar um objetivo qualquer. Contudo, o que desencadeou a ansiedade, a tensão ou o negativismo? Nosso afastamento do momento presente. E por que fizemos isso? Porque pensamos que outra coisa era mais importante. Acabamos por nos esquecer do propósito primário. Um pequeno erro, uma interpretação equivocada... um mundo de sofrimento.
O momento presente garante nosso acesso ao poder da vida propriamente dito, aquele que tem sido chamado de ?Deus?. Assim que nos distanciamos dele, Deus pára de ser uma realidade para nós e tudo o que nos resta é o conceito mental de Deus, algo em que algumas pessoas acreditam, mas que é negado por outras. Até mesmo a crença Nele não passa de um precário substituto da Sua realidade viva que se manifesta a cada momento na nossa vida. (210)
Assim como os antigos sábios taoístas da China, Jesus gosta de chamar nossa atenção para a natureza porque a vê sob a ação de uma força com a qual as pessoas perderam contato ? o poder criativo do universo. (210)
Embora a natureza seja uma maravilhosa expressão do impulso evolucionário do universo, quando os seres humanos se tornam alinhados com a inteligência que está por trás deles, manifestam esse mesmo impulso num nível superior e ainda mais esplendoroso. (211)
Quando você se torna presente e, portanto, permanece por inteiro naquilo que faz, suas ações ficam carregadas de energia espiritual. A princípio, pode não haver uma mudança notável no que você realiza, mas apenas no seu modo de execução. (211)
O mundo lhe dirá que o sucesso é alcançar o que você se propôs fazer. E isso o fará crer que o sucesso é vencer, que o reconhecimento e/ou a prosperidade são ingredientes essenciais do êxito. No entanto, todos ou alguns desses conceitos costumam ser apenas subprodutos do sucesso. A noção convencional do sucesso refere-se ao resultado daquilo que fazemos. Alguns dizem que ele é o efeito de uma combinação de muito trabalho e sorte, de determinação e talento ou de estarmos no lugar certo na hora certa. Embora esses elementos possam ser fatores determinantes do sucesso, eles não são sua essência. O que o mundo não lhe diz ? porque ele não sabe ? é que você não pode se tornar alguém bem-sucedido. Você só pode SER bem-sucedido. Não permita que um mundo louco lhe diga que o sucesso é alguma coisa diferente de um momento presente pleno de êxito. E o que é isso? Existe um sentido de qualidade no que você faz, até mesmo no gesto mais simples. Qualidade pressupõe cuidado e atenção, elementos que acompanham a consciência. A qualidade requer sua presença. (212)
Digamos que você seja um empresário e que, depois de dois anos de muita tensão e preocupações, finalmente consegue oferecer um produto ou serviço que vende bem e dá lucro. Sucesso? Em termos convencionais, sim. Mas, na realidade, você passou dois anos poluindo seu corpo, assim como a Terra, com energia negativa, causou sofrimento a si mesmo e às pessoas ao seu redor e afetou muita gente que nem sequer chegou a conhecer.
O pressuposto inconsciente por trás de toda ação desse tipo é que o sucesso é um acontecimento do futuro e que o fim justifica os meios. Contudo, o fim e os meios são uma coisa só. E, se os meios não contribuírem para a felicidade humana, tampouco o fim fará isso. O resultado, que é inseparável dos atos que o tornaram possível, já está contaminado por eles e, assim, criará mais infelicidade. Isso é ação cármica, que é a perpetuação inconsciente da infelicidade. (213)
O que o futuro lhe reserva é fruto do seu estado de consciência agora.
O sucesso ocorre quando o fazer é investido da qualidade perene do Ser. A menos que o Ser flua para o fazer, a não ser que esteja presente, você se perde em qualquer coisa que faça. E também no pensamento, assim como nas suas reações ao que acontece externamente. (213)
Todos os pensamentos, desejos e medos, bem como todas as ações e reações, são impregnados de um falso sentido do eu que, por ser incapaz de sentir a alegria simples do Ser, busca o prazer e, algumas vezes, até mesmo a dor, como substitutos desse contentamento. Isso é viver num estado de esquecimento do Ser, de quem nós somos. Assim, todo sucesso não é mais do que uma ilusão passageira. Não importa o que conquistemos, logo estaremos infelizes outra vez ou um novo problema ou dilema absorverá nossa atenção inteiramente. (214)
Como o ego deixou de controlar sua vida, a necessidade psicológica de segurança externa, que é ilusória de qualquer maneira, diminui. Você se torna capaz de viver com a incerteza e até de gostar dela. Com isso, infinitas possibilidades se abrem à sua frente. Isso mostra que o medo já não é um fator dominante no que você faz e não o impede mais de tomar atitudes para iniciar a mudança.
O filósofo romano Tácito observou com toda a propriedade que ?o desejo de segurança é um obstáculo a todo grande e nobre empreendimento?. Se a incerteza é inaceitável para você, ela se transforma em medo. Caso seja perfeitamente aceitável, ela vai aumentando aos poucos sua animação, seu estado de alerta e sua criatividade. (215)
Não existe ligação causal entre eventos sincrônicos no nível SUPERFICIAL da realidade. Trata-se de uma manifestação exterior de uma inteligência subjacente POR TRÁS do mundo das aparências e de uma conectividade MAIS PROFUNDA que nossa mente não é capaz de entender. Mas podemos ser PARTICIPANTES CONSCIENTES do desdobramento dessa inteligência, a consciência florescente. (218)
O todo pode usar a mente humana para criar coisas ou produzir situações que estão alinhadas com seu propósito.
Sempre que existe INSPIRAÇÃO, que significa ?em espírito?, e ENTUSIASMO, que quer dizer ?em Deus?, está em ação um PODER CRIATIVO QUE VAI MUITO ALÉM DO QUE UMA SIMPLES PESSOA É CAPAZ. (218)
O movimento de retorno na vida de uma pessoa, o enfraquecimento ou a dissolução da forma, seja por meio do envelhecimento, da doença, da incapacidade, da perda ou de algum tipo de tragédia pessoal, contém um grande potencial para o despertar espiritual ? o rompimento da identificação da consciência com a forma. Considerando o fato de que não há muita verdade espiritual na cultura contemporânea, poucas são as pessoas que reconhecem esses eventos como uma oportunidade. Assim, quando eles acontecem com elas ou com alguém próximo, sua crença é de que existe algo terrivelmente errado, alguma coisa que não deveria estar ocorrendo. (222)
Na nossa civilização existe um profundo desconhecimento da condição humana. E, quanto mais ignorantes somos em termos espirituais, mais sofremos. Para um grande número de pessoas, sobretudo no Ocidente, a morte não passa de um conceito abstrato. Assim, elas não fazem idéia do que acontece com a forma humana quando ela se aproxima da dissolução. Muitos indivíduos debilitados e velhos são trancafiados em asilos. Os cadáveres, que, em algumas culturas mais antigas, permanecem em exibição para que todos os vejam, são escondidos. Nos Estados Unidos e em outros países desenvolvidos, quem tenta ver um cadáver descobre que isso é virtualmente ilegal, a não ser que o morto seja seu parente próximo. Nas casas funerárias chega-se a maquiar o rosto dos defuntos. Só nos permitem ver uma versão limpa e bem arrumada da morte. (222)
Uma vez que a morte é apenas um conceito abstrato para essas pessoas, a maioria delas está totalmente despreparada para a dissolução da sua própria forma. Quando esse momento se aproxima, há choque, incompreensão, desespero e grande medo. Nada mais faz sentido porque, para elas, todo o significado, todo o propósito da vida estava associado a acumular, ter sucesso, construir, proteger e sentir-se gratificado. Ele estava vinculado ao movimento de saída e à identificação com a forma, isto é, com o ego. A maior parte dos seres humanos não é capaz de ver nenhum sentido quando sua vida, seu mundo, está sendo demolido. Mesmo assim, esse momento contém um significado potencialmente ainda mais profundo do que o movimento de saída. (222)
não acontece nada que não deva acontecer, isto é, tudo o que ocorre faz parte do todo maior e do seu propósito. Assim, a destruição, ou a ruptura, do propósito exterior pode levar uma pessoa a descobrir seu propósito interior e, em seguida, um propósito exterior mais profundo que esteja alinhado com o interior. (224)
Quando alguém tem uma experiência direta da natureza instável de todas as formas, provavelmente nunca mais vai supervalorizar a forma e, assim, se perder por sua busca cega ou vincular-se a ela. (224)
Quando o ego não está mais identificado com o movimento de retorno da vida de uma pessoa, a velhice ou a proximidade da morte torna-se o que se destina a ser: uma abertura para o reino espiritual. Conheci idosos que eram personificações vivas desse processo. Eles haviam se tornado radiantes. A forma do seu despertar se tornara transparente à luz da consciência. (225)
Até agora, a inteligência humana, que não é mais do que um aspecto minúsculo da inteligência universal, tem sido distorcida e mal empregada pelo ego. Chamo isso de ?inteligência a serviço da loucura?. A fissão nuclear requer uma inteligência superior. Usar essa inteligência para fabricar e estocar bombas nucleares é loucura ou, na melhor das hipóteses, uma estupidez extrema.
A estupidez em si até pode ser inofensiva, porém a estupidez inteligente é extremamente perigosa. Ela está ameaçando nossa sobrevivência como espécie, e há incontáveis exemplos óbvios disso. (226)
Quando livre do desajuste provocado pelo distúrbio egóico, a inteligência entra em pleno ALINHAMENTO com o ciclo de saída da inteligência universal e seu IMPULSO PARA CRIAR. Passamos a ser PARTICIPANTES CONSCIENTES DA GERAÇÃO DA FORMA. Os criadores não somos nós, e sim A INTELIGÊNCIA UNIVERSAL, QUE ATUA POR NOSSO INTERMÉDIO. Como não nos identificamos com o que produzimos, não nos perdemos no que fazemos. (226)
Estamos aprendendo que o ATO DA CRIAÇÃO pode envolver energia da mais alta intensidade, mas que isso NÃO É UM "TRABALHO DURO" NEM ESTRESSANTE.
Precisamos compreender a DIFERENÇA ENTRE ESTRESSE E INTENSIDADE... A luta e o estresse são sinais de que o ego voltou, assim como nossas REAÇÕES NEGATIVAS DIANTE DE OBSTÁCULOS. A força por trás do desejo do ego cria ?inimigos?, isto é, a reação na forma de uma força oposta de igual intensidade. (226)
Quanto mais forte o ego, mais forte o sentido de separação entre as pessoas. As únicas ações que não causam reações opostas são aquelas que se destinam ao bem de todos. Elas são inclusivas, e não exclusivas. Unem em vez de afastar. Não são para ?meu? país, mas para toda a humanidade; não são para ?minha? religião, mas para o surgimento da consciência em todos os seres humanos; não são para ?minha? espécie, mas para todos os seres sencientes e para toda a natureza. (226)
A AÇÃO, embora necessária, é apenas um FATOR SECUNDÁRIO NA MANIFESTAÇÃO DA NOSSA REALIDADE EXTERNA. O fator primário na criação é a CONSCIÊNCIA. Não importa quanto sejamos ativos, quanto esforço realizamos, NOSSO ESTADO DE CONSCIÊNCIA CRIA NOSSO MUNDO. Portanto, SE NÃO HOUVER UMA MUDANÇA NESSE NÍVEL INTERIOR, a quantidade das ações que executamos NÃO FARÁ DIFERENÇA. Vamos apenas recriar novas versões do mesmo mundo vezes sem conta, um mundo que é um REFLEXO EXTERNO DO EGO. (227)
O cérebro humano é uma forma altamente diferenciada pela qual a consciência entra nesta dimensão. Ele contém em torno de 100 bilhões de células nervosas (os neurônios), quase o mesmo número de estrelas que existem na nossa galáxia, e poderia ser considerado um cérebro macrocósmico. Esse órgão não cria a consciência, no entanto a consciência o criou ? como a mais complexa forma física sobre a Terra ? para sua expressão. Quando ele sofre um dano, isso não significa que nós perdemos a consciência, e sim que ela não consegue mais usar essa forma para entrar nesta dimensão. É impossível perdermos a consciência porque ela é, em essência, quem nós somos. Só podemos perder aquilo que temos, e não algo que somos. (229)
São três modalidades que nos permitem alinhar nossa vida com o poder criativo do universo. Modalidade corresponde à freqüência energética subjacente que chega às nossas ações e as conecta à consciência desperta que está surgindo no mundo. A menos que decorra de uma dessas três modalidades, qualquer coisa que façamos será marcada pela disfunção e pertencerá ao ego. As modalidades podem mudar no transcorrer do dia, e uma delas talvez seja predominante num estágio específico da nossa vida. Cada uma delas é adequada a determinadas situações.
As modalidades de ação desperta são aceitação, prazer e entusiasmo. Cada uma delas representa uma freqüência vibracional da consciência. Precisamos estar atentos para garantir que uma modalidade permaneça ativa sempre que estivermos envolvidos na execução de algo ? da tarefa mais simples à mais complexa. Caso não estejamos nem no estado de aceitação, nem de prazer nem de entusiasmo, é porque estamos causando sofrimento a nós mesmos e aos outros. (231)
Sempre que dizemos ?gosto de fazer isto?, na verdade estamos cometendo um equívoco. Isso dá a impressão de que o prazer vem da ação, mas não é o caso. Ele flui para o que estamos fazendo e, dessa maneira, para o mundo, partindo do nosso íntimo. O erro de pensar que o prazer tem origem naquilo que executamos é normal. Porém, é também perigoso porque cria a idéia de que ele pode ser produzido por alguma coisa ou atividade. Assim, esperamos que o mundo nos dê prazer, felicidade. Entretanto, o mundo não consegue fazer isso. É por esse motivo que muitas pessoas vivem num permanente estado de frustração. A realidade não lhes concede aquilo de que elas pensam que precisam.
Sentimos prazer com qualquer atividade em que estejamos plenamente presentes, com toda ação que não seja apenas um meio para alcançarmos um fim. O que nos proporciona essa sensação não é o ato que executamos, e sim a energia vital que flui para ele. Essa animação e o que nós somos existem como uma coisa só. Isso significa que, quando temos prazer em fazer algo, estamos de fato sentindo a alegria do Ser no seu aspecto dinâmico. É por isso que tudo o que nos dá prazer nos coloca em contato com o poder que está por trás de toda criação.
Para ser mais preciso, o que lhe dá prazer não é a ação externa em si, mas a dimensão interna da consciência que flui para ela. Isso é encontrar a alegria do Ser no que você está executando. (234)
Não deixe que sua visão ou meta seja uma imagem inflada de si mesmo e, portanto, uma forma disfarçada do ego, como querer tornar-se uma celebridade do cinema ou da televisão, um escritor famoso ou um empreendedor milionário. Procure também se assegurar de que sua meta não esteja concentrada em ter alguma coisa, como uma mansão de frente para o mar, sua própria empresa ou uma fortuna no banco. Uma auto-imagem exacerbada ou uma visão de si mesmo como alguém que tem isso ou aquilo são propósitos estáticos e, portanto, não lhe dão poder. Em vez disso, torne seus objetivos dinâmicos, isto é, voltados para uma atividade em que você esteja envolvido e pela qual se ligue a outros seres humanos, assim como ao todo. Em lugar de se ver como alguém famoso, imagine que seu trabalho está sendo a fonte de inspiração para um grande número de pessoas e enriquecendo a vida delas. Observe como essa atividade aprimora ou aprofunda não apenas sua vida como a de muita gente. Sinta-se como uma abertura pela qual a energia flui da Origem não manifestada para toda a vida em benefício de todos. Tudo isso requer que sua meta ou visão já seja uma realidade dentro de você, no nível da mente e do sentimento. O entusiasmo é o poder que transfere o projeto mental para a dimensão material. Esse é o uso criativo da mente, e é por isso que, nesse caso, não há envolvimento do querer. Você não pode manifestar o que quer, só é capaz de expressar o que já tem. Embora possa conseguir o que deseja por meio de muito trabalho e estresse, essa não é a maneira de ser da nova Terra. Jesus nos deu a chave para o uso criativo da mente e para a manifestação consciente da forma quando disse: ?Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que tendes recebido, e ser-vos-á dado.? (238)