Lina DC 02/09/2017"Implore. Excite. Submeta" são os três primeiros livros da série Songs of Submission compilados em um único volume pela Editora Charme. A história se passa em Los Angeles e é narrada em primeira pessoa por Monica, a protagonista. Monica está com vinte e poucos anos e é cantora na banda Spoken Not Stirred, composta por seu melhor amigo Darren, sua irmã Gaby e o guitarrista Harry.
Gaby, Darren e Monica se conhecem desde a adolescência e tornaram-se inseparáveis. O amor pela música e também as reviravoltas da vida fizeram com que eles se tornassem uma família disfuncional, mas que para o melhor ou para o pior estão se apoiando. Darren foi o primeiro namorado de Monica e após terminarem o relacionamento, mantiveram-se próximos. Gaby é um gênio musical, um talento nato para o piano que sofre de depressão profunda e até mesmo realizou algumas tentativas de suicídio. Gaby e Monica dividem a moradia e Darren mora perto. Como Gaby é instável e precisa tomar seus medicamentos, ela é constantemente vigiada pelos outros dois.
Enquanto a carreira musical deles não decola, eles precisam trabalhar para pagar as contas. Monica trabalha como garçonete no bar do Hotel K, um bar de cobertura chique que atende as pessoas mais influentes dos mais diversos ramos. Um dia, Monica acaba atendendo Jonathan Drazen, um empresário de 32 anos que tem fama de mulherengo. Bem-sucedido, bonito e irlandês, Jonathan é visto a cada dia com uma mulher em seus braços desde o seu divórcio. Logo de início ele demonstra interesse em Monica e após alguns desenvolvimentos na trama, eles decidem se envolver sexualmente, mas sem amarras emocionais.
A trama vai se desenvolvendo muito bem, pois a autora não fica focada apenas no relacionamento entre Monica e Jonathan. A história tanto pessoal quanto profissional de Monica vai sendo apresentada, assim como a volatilidade de Gaby e os segredos de Darren. Existe toda uma contextualização que permite ao leitor se sentir conectado com os personagens em um nível emocional. A música também é um elemento muito importante na história pois é determinante no rumo da vida de alguns personagens. O sucesso e o fracasso vão guiando a vida desses personagens e alterando seus destinos.
Monica é uma personagem que gosta de sua independência tanto profissional quanto pessoal. Apesar de amar incondicionalmente Gaby, suas "obrigações" com ela acabam se tornando um ressentimento velado, como se os problemas da amiga a impedissem de focar-se mais na música. Monica é extremamente focada em seus objetivos e determinada a não deixar a sua própria identidade desaparecer em um relacionamento.
Jonathan é um homem rico, bem sucedido e determinado. Não é alguém que poderíamos chamar de misterioso e sim alguém que esconde alguns segredos. Sua história pessoal é uma das incógnitas do livro que vai sendo desenvolvida bem aos poucos e que é o gancho para o livro seguinte.
"- Ela não levou um tostão, mas levou tudo o que importava." (p. 43)
Monica e Jonathan como casal tem muita química e exploram muito bem a atração entre eles. O sexo é rude e a narrativa dessas cenas é um pouco impactante. Dito isso, vale ressaltar que nem todos os leitores irão se sentir confortáveis com as descrições, mas as cenas foram bem desenvolvidas e narradas, explorando ao máximo a sexualidade do casal.
Gaby é a representação da alma artística. Atormentada, volátil e cheia de altos e baixos. Sua obsessão pela perfeição e a busca implacável pelo sucesso. A necessidade de medir seu valor de acordo com a fama alcançada. Darren faz o tipo bom irmão e melhor amigo, porém demonstra em diversos momentos que não é uma pessoa tão legal assim. Sua imaturidade e atitudes fazem com que fiquemos frustrados durante a leitura em alguns trechos.
"Implore. Excite. Submeta" é uma história de auto conhecimento e determinação. Os personagens apresentam grande complexidade e a autora trabalhou muito bem os sentimentos expressados.
A Editora Charme realizou um ótimo trabalho com a revisão, diagramação e layout. O livro é cheio de detalhes internos que enriquecem ainda mais a obra e enchem os olhos dos leitores.
"Quando eu disse a Jonathan que ele tinha sorte por ter irmãs, estava falando sério. Odiava ser filha única. Odiava quando minha mãe olha para mim como se eu de alguma forma a tivesse desapontado por ser a primeira e a última... Odiava ser a única criança da casa. Odiava por ser a responsável por todos sucessos e fracassos dos filhos dos meus pais." (p. 125)
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