Carous 15/04/2018Maravilhoso!É surpreendente que eu tenha amado tanto este livro já que tinha 0 expectativas para ele e só o comprei porque estava a um preço excelente na livraria e seria um absurdo desperdiçar isso.
É também de se surpreender que eu tenha gostado tanto desse livro uma vez que todas as suposições que fiz sobre a história estavam erradas; pela sinopse não me dei conta de que Imogen, Frankie e Grace eram amigas de longa data. Achei que elas se encontrariam num bar depois cansarem da vida que levaram. Não me dei conta de que o título remetia ao pacto que elas fazem de ficar literalmente um ano sem namorar, achei que significava que por um acaso o ano novo chegou e elas estavam solteiras. E não tinha ideia de que o livro era britânico. O vocabulário atrasou um pouco o andamento da leitura, confesso.
Eu percebi que se o livro tivesse seguido o caminho que imaginei, teria sido uma boa história e eu teria curtido muito. O fato de não ter seguido não mudou em nada minha opinião sobre ele.
Eu gostei bastante das três personagens centrais, embora em um certo momento Grace tenha me irritado um pouco. Mais especificamente sua carência e a necessidade de precisar fazer parte de um casal para se valorizar. Todavia, não tirei pontos do livro por isso porque a) pelo momento que estava passando, eu entendi a carência e b) vários outros personagens tentavam colocar na cabeça de Grace que ela não precisava fazer parte de um casal para existir. Ela se bastava e esse era o plot dela.
Cada capítulo é centrado em uma personagem e mesmo quando todas estão no mesmo ambiente, os eventos não se repetem - no máximo são mencionados por alto -, eliminando a possibilidade da leitura ficar cansativa. Eu me identifiquei bastante com o jeito da Imogen, seu sarcasmo e sua praticidade, considero a trama da Frankie a mais morna e já escrevi o que penso da Grace.
Os personagens masculinos são a pedra no sapato de cada uma das protagonista e embora Rob, marido de Frankie, tenha se mostrado um tanto machista e babaca, surpreendentemente esses personagens não me irritaram. Isso porque embora a história no fim das contas tenha girado em torno de homens e namoro, Fiona não deu ênfase a esses ingratos, nem permitiu que suas personagens femininas são submissas a eles. O marido de Grace, talvez o mais imbecil de todos, mal era mencionado, graças a Deus! Grace estava carente e de luto pelo fim do casamento, mas de jeito nenhum teve recaídas ou aceitou migalhas do ex traidor. Aliás, nenhuma delas aceitou e eu comemorei muito esse discernimento da escritora.
E fechando os elogios ao livro, adorava ler as referências à cultura dos anos 80 e - principalmente - 90. O leitor cinéfilo e seriemaníaco vai se deliciar com algumas comparações e referências que as personagens fazem.
Mas nem tudo são flores e teve algumas coisas que me incomodaram. Eu me apaixonei pelo Richard tanto quanto Imogen. Diferente dela, a aparência não foi o que mais me chamou atenção, mas sua lábia. No entanto, ela não precisava lembrar ao leitor em todo capítulo desde o encontro o quão ele era lindo, alto, inteligente rico, engraçado, sagaz. O quanto ela gostaria de saber como ele era na cama e como era seu corpo por baixo dos ternos caros e bem cortados que ele usava - acredita que até a roupa dele ela elogiava sem parar mentalmente e repetia isso junto às demais qualidades o cara em todo capítulo?
Fiona, entendi da primeira vez que você listou as virtudes dele. Guardei a informação, não sofro de perda de memória recente. Desnecessária a repetição.
Também houve uma pseudo rivalidade feminina na história da Frankie que quase me fez revirar os olhos. Tão desnecessário! E por uma besteira.
E mais de uma vez uma personagem ligada a elas fez comentários que não precisavam existir sobre lésbicas e gordos. Foram sutis, mas soaram como preconceito. Fiquei sem saber se fazia parte da composição da personagem ou da opinião da Fiona Collins.
Esse livro merecia 5 estrelas, mas como não foi perfeito como eu gostaria, dei 4.5 estrelas.