Fluam, minhas lágrimas, disse o policial

Fluam, minhas lágrimas, disse o policial Philip K. Dick




Resenhas - Fluam, minhas lágrimas, disse o policial


42 encontrados | exibindo 31 a 42
1 | 2 | 3


Felipe Miranda 14/08/2014

Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial - Philip K. Dick por Oh My Dog estol com Bigods
As observações geniais contidas em diálogos que encontrei logo nas primeiras páginas já me serviram de alerta para o que eu poderia esperar pela frente da premiada obra de Philip K. Dick. Fluam, minhas lágrimas, disse o policial é uma ficção científica distópica de décadas atrás que não está ultrapassada de maneira alguma. Sabe aquelas críticas que não perdem a validade?

O dia é 12 de Outubro de 1988 e Jason Taverner não existe mais. Ontem ele era um renomado apresentador de Tv com uma audiência de 30 milhões de telespectadores por programa. Hoje ele não está registrado em nenhum banco de dados do mundo todo, ele não conta sequer com um registro de nascimento. Cada pessoa e contato que ele manteve e conquistou por 42 anos o desconhece. Advogado, empresário, produtor, amante e esposa. Taverner passou de um homem dono de uma legião de fãs para um verdadeiro zé-ninguém. Uma despessoa. Ele costumava pensar que sua existência pública o legitimava como uma pessoa real, como se as pessoas comuns ou não famosas fossem imbecis. Inferiores. Jason terá que encarar o que essas pessoas comuns enfrentam diariamente em um mundo futurístico onde os carros voam e a moeda vigente são quinques de ouro. Irônico, não?

Além dessa premissa fantástica a ambientação distópica deixa a situação de Taverner muito mais complicada. Nesse cenário andar sem documentação é sinônimo de ser enviado para campos de concentração. É um crime pago com trabalhos forçados. A cada esquina uma blitz policial marca território revistando todo e qualquer cidadão. Após uma guerra contra estudantes, os policiais são a força máxima no atual regime vigente. Sempre abusivos, autoritários e opressores. Se os estudantes ainda resistem? Sim, no subterrâneo. Situaram-se? Além de tudo isso Jason Taverner é um Seis, um fruto de um projeto de modificação genética com o intuito de criar pessoas perfeitas. Jason, a celebridade que ninguém ouviu falar, vai em busca de algum falsificador para resgatar sua documentação e conseguir se movimentar em relativa segurança pela cidade, é aqui que ele passa a existir apenas em seus falsos documentos e conhecer personagens que fazem desse livro algo único. E nada seguro.

Cada personagem que surge trás consigo uma problemática ou crítica a ser trabalhada pelo autor. São diálogos ricos em questionamentos e posicionamentos instigantes. Kathy é uma informante da polícia que falsifica documentos e entrega pessoas em troca de um futuro reencontro com seu amado Jack. Uma prostituta da mente, fria, calculista e romântica. Uma falsa esperança põe em questão sua índole, sua sanidade e tudo que você duvidar. Se Jason irá se envolver com ela? Claro. Outra personagem é Ruth Rae, uma mulher que envelheceu tão bem quanto poderia e que marcou a vida de Jason pelo seu apetite sexual. Ela me ganhou quando observou que estamos sempre envolvidos com estranhos, deixando de lado quem realmente nos ama e nos protege. Apenas parem e reflitam sobre isso.

Escrevendo essa resenha percebi que a maioria dos personagens que Taverner se envolve, tirando a polícia, são mulheres. Mulheres manipuladoras, perigosas e donas de personalidades únicas. Heather, seu relacionamento mais sério, é outra Seis famosa que odeia seus fãs pela dura realidade de não gostar de si mesma. Já Mary Anne se assusta com tanta facilidade que a vida se torna um fardo pesado demais para carregar. Mas de longe a grande surpresa da trama é a única mulher que reconhece Jason Taverner, e bem, isso eu evitarei comentar. É um desfecho brilhante e totalmente surpreendente. Ao se ver envolvido com os policiais Jason torna-se um alvo. Afinal, a policia nunca esquece quem de alguma forma se destaca, certo?

O autor faz um paralelo entre o que é ou não real. Somos capazes de perceber a realidade ao nosso redor? Incesto, modificações corporais, câmeras de vigilância, fotos em 3D, microtransmissores embutidos, homossexualidade e uma infinitude de drogas também marcam presença no enrendo. Os devaneios existências de Jason afetarão qualquer leitor que ao final da leitura se verá pensando em cada palavra que PKD filosofou. A narrativa é feita em terceira pessoa e o ritmo de leitura é extremamente ágil, é impossível largar a estória até terminá-la. A diagramação está impecável e sou completamente apaixonado pela edição nova da Editora Aleph. Essa capa me deixa tonto porém é de amor.

site: http://www.ohmydogestolcombigods.blogspot.com.br/2014/08/resenha-fluam-minhas-lagrimas-disse-o.html
comentários(0)comente



Matheus945 18/07/2023

Acredito que toda experiência com livros do PKD vai ser totalmente diferente de tudo que já experimentei na literatura, e esse livro não foi diferente. A história que o personagem, Jason Taverner, vive é claramente uma forma de crítica à sociedade superficial que busca a fama como ideal de vida, e que mostra o quão frágil é esse ideal ao você perdê-lo. Durante o curso da jornada desse homem em busca de respostas, ele vai se deparando com pessoas das mais diversas, e todos os diálogos que eles tem são o foco da narrativa do autor, aonde ele pretende passar a sua mensagem. E infelizmente não foi o meu favorito, nem de longe. As conversas as vezes se iniciam de um ponto e não tem a sensação de completude, de continuidade, de fluidez que existem na realidade. Às vezes um personagem fala x e o outro responde y e eu me senti muito frustrado por não entender a maior parte do que aconteceu.
A resolução final da situação geral dos personagens também não foi do meu agrado, apesar de interessante.
O que eu gostei foi da escrita do autor, de algumas reflexões que ele trazia (tem uma sobre amor/sofrimento que para mim foi a melhor do livro) e da ambientação geral do livro, ele passou muito a sensação de desesperança e decadência da moral. Em histórias de ficção científica acredito que esse tom sempre casa muito bem. Mas no geral, foi um livro mais ok e não sei se algum dia irei reler.
comentários(0)comente



Gustavo Simas 04/12/2016

Descobrindo uma nova realidade
Jason Taverner é um famoso apresentador de televisão, com mais de 30 milhões de espectadores, num futuro passado (anos 90, imaginado da década de 70) fictício.
De um dia para outro acorda num hotel sozinho e ninguém mais no planeta o reconhece.

Em "Fluam, minhas lágrimas, disse o policial" Philip K. Dick continua a explorar a sua questão fundamental: "O que é a Realidade?". Numa busca pelo o que está acontecendo, Jason Taverner acaba em desventuras melancólicas, alucinógenas, sinceras, se perguntando: "quem realmente sou...?".

Enquanto isso, o general de polícia, Felix Buckman, procura entender como Jason não possui qualquer registro que o identifique e que o ateste como uma pessoa viva. O policial do título, sensível, que se mascara com sua postura de oficial e que também acaba fazendo a mesma pergunta que Jason Taverner...

comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Francisco.ChicA 20/02/2018

O que você faria se acordasse sem identidades e com as pessoas sem memória da sua existência? Fluam, conta a estória de um apresentador influente que misteriosamente perde sua identidade e precisa sobreviver no submundo de uma sociedade repressiva.
FLUAM...
comentários(0)comente



Irving Bruno 04/01/2023

Premissa maravilhosa! Desenvolvimento nem tanto...
Em meu primeiro contato com o
Philip K. Dick (e leitura de 2023),
li de forma ansiosa devido ao peso
que seu nome e seus sucessos ( BLADE RUNNER, MINORITY REPORT, etc ) tem.
Mas essa primeira experiência me decepcionou.

Admito minhas expectativas estavam
altas ( ainda mais por ser uma edição da
maravilhosa Editora Aleph e com capa
do incrível ilustrador Rafael Coutinho).

A história começa com uma premissa
estigante, personagens com muito
potêncial, cenário perfeito e primeiras
cenas dignas de um bom SCI-FI. MAS o desenrolar da história é muito confuso,
tedioso e as vezes sem sentido.
Parecia que o autor teve uma ótima ideia,
mas perdeu a inspiração e continuou o livro só pra dizer que terminou, principalmente com um final que nem parece um final
( me lembrou dos meus trabalhos de faculdade que surgem de ideias incríveis, com empolgação alucinante, mas após muita procrastinação, são finalizados e entregues na força do ódio e interesse na nota kkkkkk ).

Espero que o autor não me decepcione em
BLADE RUNNER e esteja a altura da expectativa que ainda carrego.
San 05/06/2023minha estante
Recomendo "Realidade Adaptadas"... Melhor livro que eu li dele




Luiz Miranda 19/01/2024

Collision of reality
Dick dos anos 70, tão desconcertante e perturbador quanto nos momentos mais loucos dos 60's (Three Stigmata, Ubik, etc). O escritor foi apurando sua arte e aqui já se permite voos filosóficos e metáforas religiosas, no entanto, o coração da obra é a prata da casa: distorção da realidade.

Um bem sucedido star da televisão é atacado por uma de suas namoradas, ao acordar encontra uma realidade completamente diferente da que estava habituado, onde ninguém o reconhece e sua vida pregressa foi apagada dos arquivos estatais. Conforme a história avançava, pensei: vai ser difícil, mesmo pra um mestre como PKD, concluir o imbróglio de forma satisfatória. Bem, ele QUASE consegue, e só não é totalmente bem sucedido porque sobe muito a aposta, inclusive deixando de explicar a situação inicial e tirando a narrativa do ponto de vista do protagonista.

Além de Jason Taverner, o escritor apresenta um leque de coadjuvantes interessantes e convincentes, sempre com detalhes inusitados que mantém a atenção e interesse do leitor. É obviamente uma obra destinada ao público adulto, com consumo de drogas e conteúdo sexual. Um livro intrigante e divertido que talvez agrade mais quem sabe onde está pisando.

3,5 estrelas
comentários(0)comente



Gabriel 05/12/2015

o paralelo da apreciação
Crieo que a temática principal de "Fluam minhas Lágrimas disse o policial" é a necessidade de buscar o amor por meio da aceitação. A busca continua pela identidade "amada" que havia sido perdida pelo personagem principal torna mais forte esse paralelo, considerando também que o próprio personagem pouco conhecia sobre o sentimento em si.
Todas as tramas da história giram em torno de uma relação deturpada de um amor pouco entendido, mas mesmo assim sentido. Essa provavelmente é a obra mais sentimental de K Dick, com ressalva para o final discreto, porém tremendamente efetivo do autor explicar o conceito de amor em um mundo paralelo demais ao nosso.
comentários(0)comente



Monalisa (Literasutra) 06/01/2016

Então você acorda e descobre que é ninguém
Um futuro em que cirurgias plásticas não entram mais em pauta porque a questão agora evoluiu: Há pessoas que se submetem a cirurgias no cérebro em busca de mais inteligência. Neste futuro vive Jason Taverner, um sujeito privilegiado. Cantor renomado, dono de um programa semanal com audiência de 30 milhões de pessoas, sua vida é invejável. Até que, de repente, ele deixa de existir.

“Era isso que cada um deles temia. Um homem invisível”. (Pág. 75)

Se no dia anterior qualquer caminhada despretensiosa significaria assédio em massa dos fãs, hoje ele passa por todos sem ser notado. É como se a personalidade Jason Taverner nunca tivesse existido. E tendo ele vivido tantos anos em função da fama, quando ela de repente desaparece o que é que sobra? Some-se a isto um problema bem prático: Para os registros do governo ele também não existe; ele sequer nasceu. Assim começa “Fluam, minhas lágrimas, disse o policial”, livro de Philip K. Dick que, com um pano de fundo futurístico, vem tratar sobre questões de identidade (entre muitas outras coisas).

# Leia a resenha completa no blog LITERASUTRA, clicando no link abaixo! :)

site: http://literasutra.com/2015/10/20/fluam-minhas-lagrimas-philip-k-dick/
comentários(0)comente



anjapsi 30/03/2020

Esperava Mais...
Achei que seria fantástico...
comentários(0)comente



Marcos Ferraz 22/12/2017

Um livro que pode dividir opiniões!
Philip Dick é o cara, todo mundo sabe, e eis aqui uma de suas distopias mais magistrais.
Em "Fluam, minhas lágrimas, disse o policial" temos a história de um famosíssimo apresentador de tv que no dia após a apresentação do seu programa, se vê sozinho em um hotel. Até aí, tudo bem. O pior vem quando ele descobre que é um desconhecido. Todos os seus dados foram excluídos de todos os sistemas; as pessoas não o conhecem mais! Ele não existe mais! (Será que eu já vi alguma coisa parecida por aí? Talvez não!! ?)
Em uma busca desenfreada para reencontrar sua identidade, Jason Taverner se mete em arriscadas encrencas a fim de descobrir o que aconteceu. Em meio a duas realidades, Jason se vê entre policiais, informantes, cidadãos estranhos e influenciadores de uma cidade fortemente controlada.
Percepção e realidade se misturam de forma perturbadora, extrapolando os limites da distopia.
O livro é dividido em quatro partes, o que é essencialmente desnecessário. A narração é contínua, linear, visto que a história se passa em dois dias. Dick não tem um estilo narrativo muito cativante nesse livro. É profunda a falta de emoção em determinadas partes, mas a história tem seu potencial, o que nos permite apreciá-la (até certo ponto).
Enquanto nosso personagem está em busca de respostas, criando um perfil falso, esquivando-se da polícia, a história é movimentada e interessante. No desenrolar, ele vai conhecer duas pessoas que vão mudar todo o rumo do que ele procura. E é quando ele conhece uma dessas pessoas, que a história perde força e acaba se arrastando um pouco. Isso é ruim? Sim! Mas é um mal necessário! É nessa hora que você pensa "eu não deveria ter falado mal daquela parte". E logo depois, você vai perceber o quão foda é Philip Dick e toda a vontade de criticar o livro vai por água abaixo. É nessa hora que você percebe que está olhando tudo errado.
comentários(0)comente



42 encontrados | exibindo 31 a 42
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR