Contos Novos

Contos Novos Mário de Andrade




Resenhas - Contos Novos


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Charleees 22/06/2023

CONTOS NOVOS | Mario de Andrade
Escrito ao longo de sua vida e publicado após sua morte, em 1947, Contos Novos é uma delícia de leitura.

De Mário de Andrade já li Macunaíma, talvez seu livro mais famoso, Paulicéia Desvairada que revolucionou a poesia em 1922 com aspectos modernistas e agora o livro de contos, Contos Novos.

Nesses escritos percebi que Mário usou muito de sua vida pessoal para escrever as histórias, Juca, personagem presente em vários contos no livro, é Mário de Andrade em suas mais diversas fases.

No conto "Vestida de Preto", o personagem narrador relata sua primeira paixão aos 5 anos, por uma prima longínqua, um amor platônico que teria durado até a idade adulta.

Em "Primeiro de Maio", Mário levou 8 anos para escrever o conto, de 1934 a 1942 e ele conta a história de 35 um rapaz que trabalha carregando malas na estação da Luz e decide faltar ao trabalho para viver o feriado do Dia Internacional do Trabalhador. Um texto bonito e que revela como Mário via o comunismo.

"Atrás da catedral de Ruão" ele narra os desejos eróticos de uma dama de companhia de duas meninas, filhas de um casal separado. O conto é divertido e mostra como a sociedade naquela época era reprimida em questões sexuais.

Em "O Poço" Mário fala sobre a relação empregado e empregador, uma relação de trabalho abusiva e que por pouco não tem um desfecho trágico.

"Frederico Paciência" é o melhor conto de um livro que só tem contos muito bons. Nele Mário narra uma amizade com tendências homossexuais entre Juca e Frederico, que por questões da época e de uma sociedade conservadora, talvez por medo não puderam viver aquele sentimento de uma forma mais profunda, e acabaram escondendo-se atrás de uma amizade tal como Davi e Jônatas (na bíblia).

Mário era católico devoto e acredito que esse conto possa ter algo a ver com a história narrada na bíblia, aquela amizade que fez com que Davi rasgasse as vestes quando soube da morte do amigo.
Há diversas teorias que falam que Davi e Jônatas eram mais que amigos e acredito que já nos anos que Mário escreveu esse texto elas já existiam.
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luiza 23/04/2023

Relendo os contos novos, minha opinião continua a mesma: vestida de preto é o melhor dos contos, mas gostei bastante de frederico paciência dessa vez tb.
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Anota 05/03/2023

Uma Surpresa
Comecei "Contos Novos" já traumatizada por "Pauliceia Desvairada" mas ainda bem que dei outra chance para o Mário. A prosa dele é muito boa, escrita do jeito que se fala e são contos que perpassam seus anos como escritor.

Alguns são cômicos como o "Tempo da Camisolinha" (o mais engraçado na minha opinião), outros com um ritmo muito intenso na narrativa como "Atrás da Catedral de Ruão" e até alguns que imaginei serem interligados. Mas todos os contos são muito rápidos. A linguagem, para os que tem mais bagagem literária, é bem tranquila, mas os que não estão acostumados com literatura brasileira do século XIX e início do XX pode ter certa dificuldade de compreensão.

Enfim, gostei da experiência, valeu a pena conhecer mais sobre o Mário.

Esta edição da Novo Século é do Box com quatro obras do Mário de Andrade, sendo elas "Pauliceia Desvairada", "Amar, Verbo Intransitivo" e "Macunaíma" além da obra a qual resenhei. A edição trás apenas o texto corrido sem muitas notas de rodapé, mas é bonita e compacta, sem fru-frus que certamente não combinam com este grande autor do Modernismo Brasileiro.
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mafesc 13/02/2023

Mário de Andrade, sei que foi um autor grandioso para a literatura nacional, mas não sei se me encaixei tão bem com esse livro.
Alguns contos me surpreenderam, muito bons, enquanto outros só consegui achar a linguagem complicada, mas gostei da mensagem geral de cada conto, o problema foi a maneira como ele escreve mesmo.
Santos de Cristo 14/02/2023minha estante
Concordo,ainda estou lendo,mas é isso mesmo.




joana 11/09/2022

ah mario
Todos os contos são ótimos, ótima junção. Eu adorei. Alguns são fofinhos e dá aquele toque de familiaridade. São tão caseiros e íntimos, bons mesmo.
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Lilian 17/05/2022

Novos contos
Alguns contos bem marcantes, outros previveis mas não monótonos pois contam uma expectativa esperada em outros tempos mas no nosso? ... Complicado. Alguns finais malucos como só na vida de pessoas que realmente vivem o dia a dia. Essa é a beleza dos contos, nos trazem diversas probabilidades bem distintas das nossas.
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Lucas 25/03/2022

Refinado
Aparentemente aqui o paizão conseguiu consolidar a pesquisa estética de uma vida, junto com o amadurecimento da visão política e o conhecimento freudiano, que realmente devia ser excitante pra [*****] pro pessoal da época (não que ainda não seja, mas foi uma revolução desgraçada). Fez bem pra ele, embora como todo grande escritor (e artista) ele já intuia boa parte das paradas desde o Pauliceia. O Márioverso dos contos em primeira pessoa é MT foda, de chorar. O Primeiro de Maio eu achei meio esquemático e em última instância um pouco óbvio/bobo, mas deve ter camadas históricas ali talvez q eu não consegui acessar. Tempo de camisolinha e vestido preto OG total
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Ana Sá 18/03/2022

Não sei bem se são contos, sei que contam verdades
Do Mário de Andrade contista eu conhecia apenas o ótimo conto "O peru de Natal". E neste livro, temos esta e mais oito narrativas, sendo quatro delas marcadas por traços autobiográficos. Não é à toa, portanto, a confissão que abre o primeiro texto: "não sei bem se o que vou contar é conto ou não, sei que é verdade".

Em "Vestido preto", "O peru de Natal", "Tempo da camisolinha" e "Frederico Paciência", o narrador Juca nos apresenta um pouco da vida do próprio Mário de Andrade, ainda que não importe saber o que é fato e o que é ficção. Acompanhamos o primeiro amor da infância, o luto (quase celebrativo) pela morte do pai, as viagens em família para a praia e o ensaiar de uma relação homoafetiva que forçosamente só pôde ser encarada como amizade... O fato é que muitas dessas situações tinham tudo para serem banais, não fosse a maestria do autor! "O peru de Natal" torna-se genial ao nos colocar diante da disputa de atenção encenada pelo cadáver (concreto) do peru posto à mesa e o cadáver (simbólico) do pai de família recentemente falecido. "Tempo da camisolinha" traz a ingenuidade infantil de uma forma tão querida que terminei o conto com vontade de abraçar Juca. Já "Frederico Paciência" é um conto arrebatador, o meu favorito do grupo da "autobiográfico". A história articula tensão sexual, afeto, angústia... Identifiquei na amizade ambígua de Juca e Frederico muitos dos meus alunos e de tantos outros estudantes adolescentes que não sabem como lidar com sua sexualidade e com suas demonstrações de carinho, mesmo que fraternais, em uma sociedade machista e heteronormativa. É interessante e importante ver que um escritor indiscutivelmente consagrado da literatura brasileira tem uma produção que pode ser também colocada na estante da literatura LGBTQIA+ (se adotarmos um conceito amplo de "literatura LGBTQIA+", que se oriente sobretudo pela temática do texto).

Fora desse conjunto de "autoficções", eu destacaria "Primeiro de Maio" e "O poço" por terem como pano de fundo a luta de classes. O modo como a classe trabalhadora é representada no primeiro é absolutamente genial! A premissa de um trabalhador empoderado que pretende celebrar um feriado supostamente a ele dedicado não poderia ter rendido uma narrativa melhor. Brilhante! No mais, há alívios cômicos como o conto "O ladrão", que nos mostra como a dinâmica de um bairro pode ser afetada pelo simples grito de "pega o ladrão", importando mais a fofoca e o furdunço do que o fato em si. Há também o conto de muitas camadas "Atrás da catedral Ruão" (que eu pretendo reler para melhor compreender! rs), que contrapõe moralismo e desejo a partir da relação erótica que a protagonista virgem, por volta de seus 40 anos, estabelece com elementos do espaço urbano.

"Contos novos" é um típico representante dos livros que classificamos como "bom de ler". Uma obra póstuma de 1947 que grita atualidade! Terminei a leitura abraçando a minha ignorância e me perguntando: "por que esses contos demoraram tanto para me encontrar?". Boa parte dos textos nele contidos, a meu ver, nem são exemplares geniais do gênero conto, mas isso pouco me importou. No fim, como bem me alertou Juca, não sei bem se o que li foram contos, mas sei que contaram verdades. Verdades sobre nossos afetos e sobre um Brasil que, como diria Millôr, insiste em ter um enorme passado pela frente, sobretudo no que se refere a esse patriarcalismo nocivo tanto às relações pessoais quanto às relações de trabalho. Que bom encontro foi este com o Juca de Andrade contista!
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Karamaru 18/03/2022minha estante
Me deixou com muita vontade de ler!


JurúMontalvao 19/03/2022minha estante
?


Dhewyd 02/04/2022minha estante
Que ótima resenha.




Márcia 20/02/2022

Coletânea de nove contos escritos ao longo da vida do autor, desde o início do Modernismo, publicados postumamente.
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Gracielle 29/12/2021

Recomendo!
É uma obra publicada postumamente que contém nove contos maravilhosos produzidos pelo escritor Mário de Andrade. Apesar de ser escrita em outra época a obra apresenta muita semelhança com momento atual.
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Flávio 18/12/2021

Atualíssimo
Fiquei totalmente "de cara" com essa leitura, principalmente com sua extrema contemporaneidade e atualidade, além de ficar surpreso com um Mario de Andrade muito fácil e gostoso de ler e de um capricho, uma maturiade e criatividade que nunca vi igual, pra mim, superou Rubem Fonseca, único livro de conto que li, rs. Só pra ter uma ideia, tem um conto: "Frederico Paciência" que conta a história de dois adolescentes que meio que se apaixonam, tipo uma leitura LGBTQIA+, mas duma sensibilidade tão grande, que não vejo nos dias de hoje, e olha que esse livro foi publicado em 1947, nem imagino a reação crítica na época. Tem um outro lá: "O Poço" que é um rico que põe seus trabalhadores numa situação muito difícil por puro capricho. Um outro: "pega ladrão " que é um conto mostrando o isolamento das pessoas a apartir da revolução idustrial, olha que coisa mais atual, agora com a tecnologia. E outros também muito bons, que tem como tema o trabalho e o trabalhador, a psicologia humana, etc. Eu comprei um Box do Mário, li Macunaíma, Amor, verbo intransitivo, mas esse foi o que mais gostei.
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Duda 01/10/2021

Muito bom
Um livro fácil de ler, clássico da literatura modernista brasileira. Meu conto favorito foi o último (tempos de camisolinha se não me engano o nome). Não é meu tipo favorito de livro mas é necessário para os vestibulares rsrs. Mário de Andrade muito pra frente de seu tempo.
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bazola 22/06/2021

das três obras que eu já li do Mário, essa foi a única que conseguiu me cativar um pouco, alguns contos são interessantes e é possível filtrar algumas críticas sociais durante o livro. fazendo uma comparação entre as três, cada uma parece um Mário diferente, muito curioso como ele consegue se reinventar a cada livro e momento literário.
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Francine Nunes 29/04/2021

Gostei
Livros de contos não são leituras muito atrativas para mim, porém esse livro me surpreendeu. Gostei muito da leitura e recomendo.
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