chris_xine 27/07/2022
Me fez questionar se uma sessão de terapia era suficiente.
Em "O Curso do Amor", Alain de Botton questiona a ideia do amor romântico; aquele que busca completar as nossas falhas e que, na maioria das vezes, é um reflexo que carregamos dos nossos ideais de infância - Através dos cuidados maternos e paternos, cada um com suas vivências e carências.
Rabih e Kirsten são um casal como qualquer outro. Se conhecem, se desejam, se apaixonam, se casam, têm filhos. Acompanhamos cada fase com uma visão extremamente sensível e realista, o autor analisa a fundo as dificuldades que os casamentos passam: Brigas, traição, rotina, monogamia, sexo após os filhos. Botton ressalta que o amor é ensinamento e aprendizado, que a longo prazo o desejo inicial muda de formas, sendo então uma escolha de paciência e empatia constante para perdurar.
Mais que isso, ele coloca os conflitos sob uma perspectiva de como poderiam ter sido remanejados, se cada um tivesse autoconhecimento o suficiente a fim de se expressar e não julgar tanto o outro.
Quem ler, muito dificilmente não irá se ver em algum dos personagens, seja no romantismo de Rabih ou na praticidade de Kirsten (ou apenas na história, tão comum a quem já viveu o amor com todas as suas esferas).