spoiler visualizarR I T A - @monopoliodasruas 28/01/2021
Um pequeno e quase perfeito livro de contos
Os contos presentes no livro contam com a presença de Miss Marple, um dos personagens investigadores do universo de Christie. Miss Marple não conseguiu me cativar tanto quanto o queridíssimo Poirot, mas ela consegue ter sua simpatia.
O conto que dá o nome do livro, O caso da criada perfeita, é o segundo a aparecer no livro, sendo o primeiro “Uma piada incomum” (p. 5). Este conto fala sobre um casal que espera receber uma herança de um falecido tio rico e que teve muito livre para infernizar o jovem casal após sua morte. Miss Marple é apresentada por uma atriz ao casal, que não sabe onde está a herança que o tio desocupado deixara para eles. Os jovens não levam nossa heroína muito a sério, achanado que ela estava ficando gagá, mas no fim, são surpreendidos pela sagacidade da vovó.
Já “O caso da criada perfeita” (p. 27) conta a história da prima da empregada de Miss Marple, Gladys, que foi demitida após ser acusada de roubar uma joia da dona da casa. As empregadas da cidade sempre vinham de uma cidade rural, pois parecia ser mais fácil moldar a cabeça de moças que não conheciam a cidade que achar uma empregada “já pronta”. As irmãs que contrataram e demitiram Gladys, as senhoritas Skinner, encontraram a empregada dos sonhos, o que ninguém acreditava, principalmente nossa velhinha sagaz. No fim, a pseudo-Mary Poppins revelou-se uma ladra, roubando as irmãs Skinner e seus vizinhos; Miss Marple, óbvio, desvendou tudo: a irmã hipocondríaca era a criada perfeita, pois nunca estavam no mesmo ambiente e as senhoritas eram farsantes que se aproveitavam de outras pessoas e as assaltavam. O fim não é muito o que eu esperava — esperava mais ação no nível Poirot —, nossas vilãs não foram presas, mas Miss Marple indicou onde elas poderiam estar e quem seriam seus associados.
O último conto, “A extravagância de Greenshaw” (p. 51), conta sobre um cara que cresceu com pouco dinheiro e, ao ganhar uma quantia boa, construiu uma mansão gigantesca; a construção causou sua falência. Começa com um homem que colecionava fotografias de excentricidades (Bindler) e Raymond West, sobrinho de Jane Marple e habitante da região, que estava mostrando a singular casa. As gerações de Greenshaw, filho e neta, cresceram extremamente sovinas, para não repetir o erro do patriarca. A srta. Greenshaw, dona da casa, morava com sua governanta (sra. Cresswell) e um jardineiro fanfarrão (Alfred). Em sua gana por economizar dinheiro, havia dito que caso a sra. Cresswell que ela seria a herdeira da casa caso concordasse em trabalhar sem salário: o famoso “negociar com o patrão”.
A herdeira Katherine Greenshaw acabou morta após um período, e o principal suspeito era Alfred, o jardineiro. Todos estavam crentes que era ele, mas nossa amada senhorinha. Ela visitou a cena do crime e descobriu tudo: a governanta era uma farsante e Alfred era o verdadeiro herdeiro da casa por ser um parente bastardo do patriarca Greenshaw.
• Recomenda? Este livro foi meu primeiro contato com a Miss Marple, e achei-a muito simpática. Poirot ainda tem um espaço muito especial em meu coração, mas “coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na dispensa”. Recomendo para aqueles que querem começar a ler Christie, pois não é um livro muito denso — nem de conteúdo nem na escrita — e é bem gostosinho de ler.
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