Fabi | @ps.leitura 12/05/2021{resenha feita no blog PS Amo Leitura}Você já imaginou viver muito tempo em silêncio, sem conseguir encontrar a sua própria voz, sem saber quem você realmente é? Em O Problema do Para Sempre, de Jennifer L. Armentrout, publicado pela Galera Record, vamos conhecer a história de Mallory, uma personagem que viveu grande parte da sua vida assim.
Mallory Doge sempre teve que se manter em silêncio. Desde a sua infância, ela sabia que para sobreviver, precisaria ficar calada. Teve que aprender a esconder sua voz e fazer o mínimo de barulho possível. Aprendeu a passar despercebida, a se esconder.
Ela nunca enfrentou isso sozinha. Durante esse período traumático da sua infância roubada, ela teve Rider ao seu lado. Ele, também em um abrigo, a ajudou a enfrentar algumas situações delicadas e marcantes. Mas, após um incidente e a sua adoção, eles acabam se separando e ela nunca mais o encontra.
Ainda tentando superar todos os efeitos traumáticos da sua infância, Mallory terá que enfrentar mais um: o último ano do ensino médio. Um lugar onde os adolescentes podem ser maldosos e ela precisará usar a sua voz. Mas é quando, no primeiro dia de aula, ela dá de cara com Rider. Ela percebe que não é a única a guardar cicatrizes do passado.
Será que, mais uma vez, ele a ajudará superar esse obstáculo em sua vida? Será que o destino irá reservar um novo desafio em sua vida? Será que ela conseguirá encontrar a sua própria voz?
Quando comecei a leitura de O Problema do Para Sempre, não esperava que a obra fosse me proporcionar inúmeras sensações. Logo no prólogo, a autora já apresenta uma carga emocional bem grande e isso segue até o epílogo, mas em cada capítulo, vamos acompanhando as mudanças e o crescimento dos personagens, fazendo com que a gente se emocione.
O sofrimento de Mallory e Rider é algo super visível e isso me tocou profundamente. São duas pessoas que tiveram traumas na infância, tiveram a infância realmente roubada e ainda lidam com isso. Me coloquei inúmeras vezes no lugar dos personagens, criei empatia pelos mesmos e é quase impossível não sentir o coração apertadinho com tanto sofrimento que ali emana.
Muitas vezes não conseguimos enxergar além da nossa própria vida. Achamos que um simples problema é enorme e fazemos daquilo um grande alarde. Mas quando leio obras como essa, fico realmente reflexiva em como ela segue muito a nossa realidade, infelizmente. Quantas crianças já não passaram por problemas na infância? Quantas crianças não são obrigadas a viver em um abrigo e sofrem abusos psicológicos e até mesmo físicos? É de partir o coração.
E apesar de todas as questões abordadas pela Jennifer L. Armentrout, a autora também conseguiu encaixar outros assuntos ao longo da narrativa. Temos dois adolescentes que não se veem há anos, enfrentaram diversos problemas durante a infância e, consequentemente, um sentimento avassalador acaba tomando conta dos dois. É nesse ponto que a autora começa explorar além. Ela mostra a importância do cuidado, do carinho, da confiança. Mostra como tudo isso pode mudar com a gente e nos ajudar no processo de superação.
Essa é uma obra cheia de dor, mas ao mesmo tempo, de superação e ensinamentos. Ela nos faz pensar que é preciso aprender a lidar com as situações do passado para conseguir seguir com a vida. É preciso enfrentar todos nossos medos e traumas para conseguir um futuro. É preciso acreditar que, independente de quantas pessoas horríveis encontramos em nossa vida, ainda é possível encontrar pessoas boas e, acima de tudo, amor.
⚠️ PS: Esse livro pode conter gatilhos para pessoas que sofreram algum trauma na infância, como abuso psicológico, agressões e/ou viveram em lares adotivos.
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