Carla.Parreira 28/01/2024
Pílulas de bem-estar (Daniel Martins de Barros). Melhores trechos: "...Sempre que possível nossos antepassados escolhiam as cavernas – elas proviam teto, espaço, conforto térmico, estreitavam o ângulo de ataque dos predadores e eram facilmente acessíveis. Você não precisa decorar seu quarto como uma caverna para ter uma boa noite de sono, mas um ambiente fresco, escuro e silencioso como o de uma caverna é o ideal para dormir... Os voluntários que se encontravam nas piores posições com relação ao conhecimento real eram os que mais superestimavam o quanto sabiam. E o mais interessante: as pessoas que sabiam muito sobre determinado assunto tendiam a subestimar seu conhecimento, imaginando que estariam mais próximos da média, quando, na verdade, estavam acima dela... Existem diversos tipos de memória: a procedural, que determina como fazer algo, e a declarativa, que determina o que fazer em certa situação; e a de longo prazo (sobre recordações antigas, também chamada de memória de evocação) ou de curto prazo (sobre dados mais recentes, também chamada de memória de fixação). A memória, porém, também pode ser de curtíssimo prazo, conhecida como memória de trabalho. Nós nem sequer a notamos no dia a dia, mas ela é fundamental. É por conta da curta permanência de informações no nosso cérebro que conseguimos, por exemplo, ler uma frase inteira e compreendê-la sem decorar palavra por palavra. Pois é: você nem sabia que precisava memorizar a sequência de palavras para que a frase fizesse sentido, mas sua memória de trabalho estava lá, guardando dados por pouquíssimos segundos para você... Quando pensamos no futuro, tentando imaginar como nos sentiremos em determinadas situações, geramos uma previsão mental – imaginamos, com base em nosso repertório de conhecimentos e lembranças, como se dará o evento. Diante dessa imagem que só existe na nossa cabeça, temos o que se chama de 'premoções': reações emocionais que sentimos diante do cenário imaginado. Com base na previsão e na premoção, fazemos nossas predições, que quase sempre estão erradas. Isso porque utilizamos nossas lembranças para criar essas imagens, e as lembranças não costumam ser confiáveis. Nós nos lembramos muito mais das situações intensas, atípicas, do que das triviais, cotidianas. Por isso, usamos material errado na construção das predições: as situações comuns têm muito mais chances de ocorrer, mas tendemos a pensar apenas nas excepcionais... Esse, portanto, parece ser um padrão universal – a pobreza não é motivo de felicidade em lugar algum. Mas, mesmo onde o dinheiro é curto, a generosidade traz mais satisfação do que a avareza... Mesmo acreditando que o estresse é resultado das pressões (internas ou externas) que sofremos, há indícios de que não são as pressões em si que nos deixam estressados, mas a forma como reagimos a elas... Se você quer encontrar alguém para uma relação sem compromisso, comece pelo beijo. Depois, se quiser manter o compromisso, continue beijando... Originalmente, paixão vem da palavra grega pathos, que significa sofrimento. Daí o termo patologia significar o estudo das doenças, e daí também a Paixão de Cristo significar o sofrimento, o calvário de Jesus. Não é um estado normal, tampouco saudável. Felizmente, em poucos meses a paixão acaba – pelo menos para a grande maioria das pessoas. O que vem depois varia muito: há os que conseguem aproveitar esse impulso e construir um relacionamento duradouro e os que, ressentidos do fim daquelas emoções tão intensas, partem em busca de uma nova paixão. E há quem não queira abrir mão das fortes emoções, mas não consiga manter a paixão, por isso desenvolve vínculos obsessivos. Mas a um alto preço... O suposto 'amor incondicional', movido pela paixão, é muito sedutor. Em comparação, o amor do dia a dia, que requer esforço contínuo, comunicação, diálogo, não parece tão excitante. De fato, nem sempre é fácil trocar a paixão pelo amor duradouro. A recompensa, no entanto, é inegável. Os estudos comprovam..."