spoiler visualizarrmailbox 14/06/2024
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Criticando a falsidade, a estrutura social fantasiosa e ambição desumana, o livro traz características clássicas do Pré-Modernismo e escancara o posicionamento do autor, Lima Barreto, sobre a política do momento. No livro, o autor faz uso de diversas ironias como "Como as pessoas têm tantas terras livres à vista e preferem viver de forma precária nas cidades?", uma clara crítica ao acúmulo e má distribuição de terras, acarretando dificuldades àqueles que realmente precisam ? crítica que poderia ser colocada até os dias atuais.
Eu, particularmente, não gostei muito do livro, por ter um desenvolvimento lento na Primeira e na Segunda parte. Entretanto, a Terceira parte explica a lentidão das duas anteriores, quando põe o contexto socio-político à mostra em forma de revoltas ? as Duas Revoltas Armadas que ocorreram durante a República da Espada. Policarpo é um sábio patriota desiludido e eu gosto como, ao decorrer do livro, Lima Barreto vai fazendo a transição dele: de um patriota fissurado pelo seu país para um triste coitado, preso político, que vê que todo seu esforço foi em vão, qual ele luta contra uma parede, uma vez que um pobre civil não tem posição nenhuma nessa ditadura fria.
Também muito me agrada como ele critica a sociedade patriarcal, a exemplo da morte de Ismenia e das Reflexões de Olga.
Recomendo pra quem gosta de livros clássicos!