Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma

Mayan5 19/09/2024

Talvez eu não seja muito cult kkkk
Ah gente, não sei. Eu tive muita dificuldade para ler esse livro, algumas poucas partes que me chamaram mais a atenção. Estou deixando aqui uma avaliação mas com certeza não sou a melhor pessoa para julgar esse clássico da nossa literatura brasileira.

Fred.Braga 18/09/2024

Triste Fim de Policarpo Quaresma
Triste Fim de Policarpo Quaresma foi um dos livros que sempre estiveram na minha lista de desejos. Me lembro de uma certa professora falar dele em sala de aula e contar um pouco sobre o grande Quaresma e como ele queria mudar essa nação. Imediatamente veio a vontade de ler, entretanto somente anos mais tarde, comprei e li, infelizmente não consegui conciliar muito bem a leitura desse livro com as leituras obrigatórias da faculdade, isso acabou afetando um pouco o meu entendimento do livro. Fiquei 3 meses empacado nele, só consegui finalizar esse semana. Mesmo voltando às páginas atrás para não fugir do raciocínio, ainda sim gostei do livro. Mas acredito que fui com muitas expectativas e algumas foram decepcionadas, preciso reler daqui alguns anos com mais calma.

Bom, o livro tem um título que te faz questionar como seria esse tal fim, no fim a gente realmente descobre. Policarpo Quaresma passa por poucas e boas nessa obra, um personagem extremamente bem construído, um amante de livros, um amante pela sua nação e que quer trazer de volta o que de fato é Brasil, uma das "loucuras" que ele quer é oficializar a língua Tupi Guarani como língua oficial do Brasil, a forma como essa tal personagem é ridicularizado pelos demais é de partir o coração, apenas lendo para sentir. As diversas passagens do livro te deixam encantado com uma escrita precisa e compreensível, linda demais. O que mais me encantou no livro de longe foi a escrita do Lima Barreta, só pela escrita vale a leitura, a história é uma consequência disso.

"De todas as coisas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.?

Gi 18/09/2024

Triste fim de Policarpo Quaresma
Meu primeiro livro do Lima Barreto, já havia lido um conto dele e estudado sobre o movimento pré modernista, então a admiração pelo autor era preexistente à leitura desse livro.
Me emocionei com a vontade do Major Quaresma de realizar mudanças positivas pelo seu país em diversos momentos, apesar da óbvia apatia da maioria das pessoas que estavam em sua volta e de ser taxado como louco constantemente kk
Sua afilhada também foi uma das minhas personagens favoritas, também gostei muito de ver retratada a sociedade da época da República e as reflexões finais sobre injustiças e evolução da pátria da ?ordem e progresso?.
Apesar de não ter achado a linguagem impossível de entender, algumas descrições eu achei longas e chatinhas kk
Com certeza um livro pra se ter na estante ?

Malutrigo 17/09/2024

O tempo estava de morte, de carnificina...
O livro relata o início das ações que levaram ao triste fim de Policarpo Quaresma.

Demorei quase 3 meses pra ler, e sério, eu juro que tentei entender. Não sei se é uma falta de interpretação minha, ou se é o fato de eu não ter entendido a escrita, ou eu ter praticamente lido o livro por obrigação, mas teve muitos parágrafos que eu tive que reler ou, simplesmente, pular pq eu não entendia muito bem o que queria dizer.

Sério.

Não recomendo muito, de verdade.

É interessante, claro. Mas eu não consegui me apegar aos personagens.

Achei a escrita lenta, com muita informação desnecessária. A cada 10 páginas, aparece um personagem novo insignificante que serviu apenas para me confundir.

Acredito que o pior foi pq eu me iludi, acabei criando expectativas antes de ler e foi uma decepção.

Mas, talvez, eu esteja sendo muito dura e o livro simplesmente não é minha praia.

Ana 17/09/2024

Não é para muitos?
Gente realmente é um livrinho difícil de ler né. Sério fiquei bastante tempo tentando entender tudo e tive que pesquisar umas coisas pra me enteirar melhor do contexto. Achei tudo meio parado e sem graça e a escrita é realmente meio complicada. A melhor parte é essa ironia do autor em relação ao patriotismo do Policarpo. Essa parte é muito bem escrita e desenvolvida. E o final mostra essa ironia da melhor forma possível, o último capítulo é o que mais me deixou feliz com o livro. É um fim triste (literalmente), mas que condiz que com a hipocrisia que o Lima Barreto queria descrever.

snow on the beach 17/09/2024

Triste Fim de Policarpo Quaresma
O mais surpreendente do ano. li só pra passar o tempo enquanto o novo não chegava. que história interessante e bem escrita. a mensagem fica clara cada vez mais conforme o livro anda e no final realmente triste fim coitado.

Veri 15/09/2024

Quixote à brasileira
Policarpo Quaresma é, antes de mais nada, um sonhador, ufanista, apaixonado pelo Brasil. Através dele Lima Barreto descreve e critica o Brasil do começo do século passado (o livro é de 1911).

O spoiler está dado no título. Nosso Don Quixote brasileiro vai ter um triste fim. Mas o fim mais triste é o da sua ilusão.

Cristina Huang 14/09/2024

Bom, o Policarpo é um homem extremamente nacionalista e essa sua obsessão pela pátria o deixou cego, ingênuo e alheio das realidades do próprio país. Percebe-se que ele tinha uma visão romântica dos aspectos naturais e dos povos originários do Brasil, mas deixou de lado seus estudos sobre as políticas e as questões sociais, talvez foi isso que o levou a ter o fim que teve
A obra é dividida em três parte, sendo a primeira mais introdutória e digamos alegre, chega até ter um tom animado. Contudo, a passagem para a segunda parte já se torna um pouco mais sombria em que ele é internado num hospital psiquiátrico já que o acusaram de loucura por escrever a reivindicação do manifesto Tupi. E a partir daí o livro começa a evidenciar mais que as ideias de Quaresma são inocentes, que a realidade é pior do que podia imaginar. Tudo piora quando desencadeia a Revolta da Armada, que eu considero a parte mais triste , que você consegue perceber conforme as páginas vão passando, o brilho da alma e dos olhos dele vão sumindo e desaparece.
Nesse livro as desigualdades, a corrupção e a sociedade são criticadas, ora sutilmente, ora evidentemente. É uma leitura importante, não é fácil de ler, vai demorar, mas a experiência é válida.
Dito isso, o patriotismo e o nacionalismo exacerbado são aspectos que segam os indivíduos e que deveriam ser evitados

Tim 11/09/2024

Mistura ideias conservadoras e progressistas
Lima Barreto foi um verdadeiro gênio.

?Triste Fim de Policarpo Quaresma?. Mistura ideias conservadoras e progressistas, criando um protagonista tão idealista quanto isolado.

Policarpo Quaresma, com suas ideias utópicas e sua fé inabalável no Brasil, acaba condenado não apenas pela sociedade, mas também por um governo que ele um dia acreditou defender. Isso, para mim, é uma crítica genial à política e à indiferença do país.

O que mais me fascina é como Lima Barreto constrói essa narrativa que mostrar o quanto o idealismo de Policarpo, é desconectado da realidade.

Ninguém o ouve, ninguém o entende. E essa solidão diante de suas ideias é o que torna o livro tão poderoso.

Lima Barreto foi brilhante ao criar essa obra que critica tanto o governo quanto a apatia da sociedade. Ele expõe as falhas de um país que se diz moderno, mas que é, no fundo, corrupto e insensível aos seus idealistas.

Dare1 11/09/2024

Entao
Dor miséria sofrimento nem sei o que por aqui, realmente triste fim de Policarpo quaresma, amei ler mas finalmente acanei

warmling 11/09/2024

Um dos melhores livros que li em 2024
Me encantei com a clareza da escrita e o modo que o escritor narra os acontecimentos, o patriotismo do Policarpo que é tido como louco me encantou e fiquei do seu lado o livro todo, é um livro muito relevante pra história geral e antimanicomial brasileira, uma leitura densa mas que flui!

thepoetswrath 10/09/2024

"E era assim que se fazia a vida, a história e o heroísmo: com violência sobre os outros, com opressões e sofrimentos."

João Pedro 09/09/2024

Rejeição ao ufanismo
A história narra a vida (e a morte, como o título sugere) de Policarpo Quaresma, um funcionário público ordinário de uma repartição desimportante. Seu grande diferencial, entretanto, era um imenso sentimento patriótico que carregava consigo, o qual instigou-o a comprar livros e mais livros sobre história e geografia do Brasil; redigir documentos em tupi, em razão de considerar tal língua a mais genuína exaltação da brasilidade; passar a residir no campo para cultivar as inigualavelmente férteis terras nacionais; finalmente, alistar-se no exército de Floriano Peixoto, conhecendo seu triste fim ao questionar, num momento único de recobra de lucidez, uma de suas ordens arbitrárias.

Muito além da pujante crítica ao nacionalismo exacerbado, o qual consome todos os pensamentos e a própria vida de Policarpo, o livro também traz indagações importantes acerca da constituição da sociedade, algumas das quais ainda relevantes na atualidade. Personagens como Armando e Genelício são exemplares perfeitos da pobreza espiritual materializada no anseio de ser visto, de ser conhecido e de deter títulos e cargos importantes. Olga e Ismênia, embora de maneiras distintas, representam uma crítica ao papel secundarizado das mulheres no início do século XX - viviam, exclusivamente e independentemente de considerações individuais, para se casar.

Um ponto muito interessante se percebe no final do livro: após o delírio febril do protagonista ser alvo de escárnios por partes dos intelectuais e da ala governista, essas mesmas figuras tomam tais ideias para si de modo ainda mais grotesco: celebram ferozmente uma vitória militar fútil enquanto reverenciam e beijam as mãos de um ditador patético.

Camila Felicio 09/09/2024

Policarpos Quaresmas ainda existem e a forma realista que Lima Barreto narra o personagem é fantástica!
Eu chorei de rir na primeira parte em que vemos o protagonista totalmente ufanista agir de forma completamente desvairada.
Gostei bastante também da terceira parte e do desfecho... No entanto, a segunda parte em que retrata a tentativa agrícola de Policarpo, eu achei extremamente monótona e me irritou bastante e me fez repensar se estava gostando mesmo da leitura!
No mais, um bom livro, com ácidas críticas aos militares e as ufanistas patriotas! Vale a leitura.

Aurelio.menezes 07/09/2024

Nacionalismo ufanista não vinga!
?O Triste Fim de Policarpo Quaresma?, de Lima Barreto, é uma obra fundamental da literatura brasileira que realiza uma profunda crítica à ideia de uma nação que busca uma originalidade e uma pureza. A narrativa se centra no personagem Policarpo Quaresma, um patriota ingênuo que deseja construir uma identidade nacional genuína, acreditando na existência de uma essência pura e original do Brasil. No entanto, essa busca por pureza se revela um paradoxo e um poço sem fundo, pois ele jamais consegue alcançar essa verdade idealizada sobre a nação.

Ao longo do romance, Lima Barreto utiliza diversos ?signos? culturais para mostrar a impossibilidade de Policarpo de encontrar essa pureza nacional. A biblioteca é o primeiro desses signos. Policarpo tenta compreender a nação estudando livros que, ironicamente, são escritos por estrangeiros que interpretaram o Brasil a partir de uma perspectiva eurocêntrica. Dessa forma, ele se depara com o primeiro paradoxo: buscar uma identidade nacional por meio de um conhecimento que nega e reinterpreta o Brasil de uma forma colonial e externa.

Outro signo explorado é a língua tupi, que Policarpo defende como uma língua oficial para resgatar a originalidade brasileira. Porém, essa proposta é rejeitada por todos ao seu redor, uma vez que a identidade é construída a partir do reconhecimento. A população brasileira da época não se reconhecia na língua tupi, tornando-a ineficaz como símbolo de identidade nacional. Essa proposta é vista como absurda e ridícula, levando Policarpo a ser alvo de riso e zombaria.

O terceiro signo é a modinha, que Policarpo acredita ser um autêntico símbolo estético da cultura brasileira. Ele descobre, no entanto, que a modinha tem raízes europeias, vindo de Portugal, e que no Brasil foi reinventada pelo violão, um instrumento culturalmente associado à população negra e periférica. Ao perceber que a modinha não é um produto genuinamente brasileiro, Policarpo sente-se frustrado, vendo seu ideal mais uma vez desmoronar.

Por fim, a terra é outro símbolo que Policarpo tenta usar para demonstrar a grandiosidade e a pureza do Brasil. Inspirado pela famosa carta de Pero Vaz de Caminha, ele acredita na ideia romântica de que ?nesta terra, plantando, tudo dá?. No entanto, suas tentativas de prosperar na agricultura falham, não apenas pela inexperiência, mas porque essa visão utópica da terra brasileira está profundamente enraizada no mito de um paraíso natural que não corresponde à realidade.

A jornada de Policarpo é marcada por um ciclo de classificações após cada fracasso: riso, loucura, violência e morte. O personagem é constantemente ridicularizado por suas ideias ingênuas e, ao desafiar a ordem estabelecida, é considerado louco, resultando em sua prisão e subsequente morte. Esse ciclo trágico ilustra a ironia de Lima Barreto ao criticar o projeto romântico de construção de uma identidade nacional homogênea e idealizada. O autor sugere que esse ideal é absurdo, pois a cultura brasileira é essencialmente miscigenada e múltipla.

Além de criticar o projeto romântico de nação, Lima Barreto também ataca o projeto de modernidade ocidental, que tenta impor uma visão de progresso baseada na ciência e na tecnologia europeias. A multiplicidade de saberes que Lima apresenta, incluindo o saber científico e o saber popular periférico, quebra a hierarquia tradicional de conhecimento. Ele valoriza igualmente o conhecimento científico e o saber negro, representado pela figura da ?preta velha?, que com sua sabedoria ancestral, é capaz de resolver problemas que a ciência moderna não consegue solucionar.

Dessa forma, ?O Triste Fim de Policarpo Quaresma? é uma obra que vai além de uma crítica à sociedade brasileira do início do século XX; é uma reflexão sobre a multiplicidade cultural e a resistência contra projetos de nação baseados na exclusão e na homogeneidade. Lima Barreto propõe, com ironia e profundidade, um Brasil onde a diferença é um valor civilizatório e onde as várias formas de saber coexistem como partes igualmente válidas da identidade nacional.