Bhagavad-Gita segundo Gandhi

Bhagavad-Gita segundo Gandhi Gandhi




Resenhas - Bhagavad-Gita segundo Gandhi


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@quixotandocomadani 03/02/2023

"Uma perfeita linha reta não existe, mas é preciso imaginá-la para poder provar as diferentes proposições."
Bhagavad Gita é um dos livros do Mahabharata, uma espécie de Bíblia da cultura hindu. Narra a história de duas famílias, Pandavas e Kuravas, que entram em guerra. O príncipe Arjuna (Pandavas) não quer lutar contra seus parentes e inicia-se então um diálogo com o deus krishna.

Essa edição traduzida por Gandhi, tem apresentação e comentários que facilitam muito a leitura da obra. Afinal, nada melhor do que o entendimento de quem procurou viver os ensinamentos do Gita na prática.

Krishna ensina Arjuna a lutar, dá a ele o conhecimento que precisa para ser bem sucedido na batalha e mostra a importância de não fugir da luta. Conceitos como Verdade (estar na realidade), Não-violência, Desapego estão muito presentes na obra.

A leitura desse livro faz parte de um curso de formação em yoga que estou fazendo. Através do yoga, aprendemos a controlar nossos sentidos, mente e intelecto. Assim, temos domínio sobre nossos desejos e ira. Então finalmente conseguimos ter desapego do fruto das nossas ações.


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Arthur.Valenca 30/12/2010

Esse livro é um Universo!
Um pequeno "livro de dentro de outro livro" como temos na nossa Bíblia, por exemplo. Conta a história de um rei que, às vésperas de sua morte, deixa o legado do reino não para o príncipe herdeiro, mas para um desconhecido da família, nas mãos do qual sabia que o reino teria um destino melhor do que se ficasse sob o reinado de seu filho. Isso acarreta numa divisão no reino, pondo familiares de opiniões contrárias para irem resolver no campo de batalha o destino do país.

De um lado, a maioria esmagadora dos homens defendia o direito divino do príncipe herdeiro de assumir o trono. De outro, um pequeno pelotão que lutava, sob a liderança do arqueiro Arjuna, pela concretização da vontade do falecido e sábio rei. Arjuna tinha sempre ao seu lado seu fiel conselheiro, Krishna, que, quando o líder se desespera pela eminência de dar embate e morte a parentes e amigos, começa a falar-lhe ao coração sobre a essência da alma (atman), do Deus (Brahman) e da yoga do desapego, meio único pelo qual se pode libertar o atman do ciclo de nascimento-morte (as sucessivas encarnações) e levá-lo de volta a unidade com Brahman. Tal yoga ensinada no livro, apesar de aparentar ser algo apenas concretizável por um homem santo, tem diversas aplicações práticas no dia-dia, as quais, se não nos devolvem à unidade divina, ao menos nos leva aos intermediários de tal fim - o que se baseia essencialmente no fim do desejo pelos frutos da ação, pai de toda dor, e no princípio da ação desinteressada, meio pelo qual se pode encarar uma imensa plateia num momento decisivo de sua vida sem suar frio nem mesmo tremer as mãos.

Os confins do Universo que é essa yoga, apenas a leitura da mesma poderá explorar, não sendo algo alcansável por resenha alguma.

É interessante a um ocidental ler essa versão "Segundo Gandhi" pelo fato de que o livro possui toda uma simbologia que passaria despercebida na versão integral, sem aquelas pausas em que Gandhi nos diz "Olha! Aqui tem mais do que parece!". O campo no qual ocorre a batalha, por exemplo, representa o corpo humano, ao passo que as facções rivais e a própria guerra nada mais são do que ilustrações da constante guerra interna sobre a qual o ser-humano exerce o papel de mediador: instinto X alma, intelecto X emoção. É muito importante sabermos mais sobre essa guerra a qual mediamos todos os dias, pois de seus resultados nascem nossa identidade interior. A decisão de saber sobre essa guerra nos põe em maior controle dessa identidade, do que vamos querer Ser.
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