Recordações do Escrivão Isaías Caminha

Recordações do Escrivão Isaías Caminha Lima Barreto




Resenhas - Recordações do Escrivão Isaías Caminha


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Theo 08/01/2024

Cem anos de vácuo
Escrito em 1905 (!!!) mas parece que foi em 2024, tão assustadoramente atual.
Lima Barreto faz aqui uma crítica devastadora à imprensa. Não sobra nada.
Infelizmente foi ignorado e banido! Azar o nosso, mais de cem anos se passaram e ainda convivemos com imbecis da mesma estirpe de seus "personagens".
Pra completar, Isaías trabalha no jornal "O Globo" (rs!) e hoje ainda temos de brinde a jovem pan(demônio), que desgraça.

"... presenciando tudo aquilo eu senti que tinha travado conhecimento com um engenhoso aparelho de aparições e eclipses, espécie complicada de tablado de mágica e espelho de prestidigitador, provocando ilusões, fantasmagorias, ressurgimentos, glorificações e apoteoses com pedacinhos de chumbo, uma máquina Marinoni e a estupidez das multidões.

Era a Imprensa, a Onipotente Imprensa, o quarto poder fora da Constituição!"
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Ronnayse 29/12/2023

Esse livro chegou ate mim por indicaçao de um clube de leitura, e acredito que se nao fosse o clube ele nao faria parte dos meus lidos. Mas que bom que li.

Embora não tão conhecido, e nem ser o primeiro a ser escrito, Recordações do Escrivão Isaías Caminha foi o primeiro livro de Lima Barreto a chegar ao público.

O livro narra a historia de um menino negro e pobre que mora no interior e sonha em ir morar na capital do Rio de Janeiro para estudar medicina. Embora desacreditado por alguns, ele foi... com o amor da mae e o sentimento de no futuro leva-la para morar na capital com ele, uma quantia em dinheiro que a mar deu, e uma carta de recomendaçao.
Chegando na capital ele vê uma realidade bem diferente do que idealizava, sofre com racismo, problemas financeiros, chega a morar na rua...

A historia passa a mostrar um novo olhar quando ele consegue um emprego na redaçao de um jornal. Ali ele começa observar que muito do que sai no jornal é um jogo de interesse, manipulaçao, malicias da imprensa (nao muito diferente do que vemos nas redes sociais atualmente).

Vemos no livro um recorte de como era imprensa naquela época, do poder que a imprensa.. e que muitas vezes ignorava a etica ao "narrar fatos".

As desigualdades sociais, o racismo estrutural, o retrato de uma época sao fortes no livro. E ao ler, vemos que muito daquela época ainda se faz muito atual (infelizmente).

Isaías nos mostra um cotidiano cruel para os jovens negros que, mesmo tendo estudado, ser inteligente, esta buscando melhorar cada vez mais com foco nos estudos, isso é insuficiente para que ele seja de fato inserido na sociedade, pois o preconceito racial é maior.
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Henrique Fendrich 20/12/2023

Lima Barreto foi realmente um excepcional prosador. Gosto especialmente do acento crítico de alguns dos seus escritos. Nesse caso específico, agrada-me a maneira como descontrói certos aspectos da burocracia brasileira.
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Elide 12/12/2023

Tive muita dificuldade de me conectar
Infelizmente foi uma leitura em que tive muita dificuldade de me conectar, o que pode não ter sido, necessariamente, apenas "culpa" do livro.
Apesar disso, alguns trechos dos relatos de cenas da vida de Isaías são bem impactantes, tornando a leitura mais interessante. O fato de ter sido um livro com leitura coletiva tornou todo o processo mais prazeroso.
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Lia 18/10/2023

Meio parado
Recomendo ler esse livro sabendo um pouco da história do Lima Barreto que se assemelha muito a do protagonista Isaías. É muito interessante analisar que o autor traz pautas como poder da imprensa, racismo e abusos da polícia ainda em séculos passados e que são pertinentes até hoje, se não, mais acentuados.

Foi uma leitura bem lenta e o livro é um pouco pacato, mas é bom pra repertório
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Otávio - @vendavaldelivros 21/09/2023

“- Mas é isso mesmo, não quero outra coisa! Pois o senhor acha justo que esses senhores gordos, que andam por aí, gastem numa hora com as mulheres, com as filhas e com as amantes, o que bastava para fazer viver famílias inteiras?”

A desigualdade do Brasil não nasceu hoje, mas sim no exato momento que o colonialismo pisou nessas terras. Se hoje o racismo estrutural e a desigualdade social pesam de forma imensa nos retalhos sociais do país, é possível imaginar nos primeiros dez ou vinte anos após sermos o último país das Américas a abolir a escravidão?

Publicado como livro em 1909, “Recordações do escrivão Isaías Caminha” é o primeiro livro de Lima Barreto a chegar ao público, mesmo não sendo o primeiro a ser escrito. Nele, narra com maestria a história de um pobre garoto negro, filho de um padre, que se muda do interior para a capital e passa a trabalhar na imprensa carioca.

A acidez do texto, o estilo muitas vezes sarcástico e o retrato da cidade do Rio de Janeiro do começo do século XX se juntam em um livro que funciona como crítica social às desigualdades e como crítica à figuras de imprensa expoentes do período, que na obra acabam tendo seus nomes trocados, mas não suas personalidades, o que facilitou a identificação por editores futuros.

Sei que a obra é conhecida por sua crítica social, mas pra mim o livro é um recorte muito nítido da imprensa do Rio de Janeiro à época e de seu poder sobre o povo, políticos e governos. Uma imprensa que ignorava a ética na hora de inventar ou aumentar fatos, assim como já explorava o potencial dos “jornais de sangue”, apelando para a violência e as fofocas sociais.

Gostei muito do livro e me surpreendi positivamente pois nunca havia lido nada de Lima Barreto e escolhi começar não por sua obra mais famosa. Gostei muito do cenário e do recorte sobre a imprensa, além do estilo do autor ser mais direto que outros do mesmo período. Entendo quem não curta, mas recomendo se sua vontade for ler um clássico que desnuda forças políticas que existem até hoje no país e seguem dando base para a desigualdade e para o racismo estrutural.
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Gustavo984 17/09/2023

Isaías se perdeu
Página 68: ?Dediquei-me açodadamente ao estudo. Brilhei, e com o tempo foram-se desdobrando as minhas primitivas noções do saber. [?] Houve na minha alma um tumultuar de desejos, de aspirações indefinidas. Para mim era como se o mundo me estivesse esperando para continuar a evoluir??

Página 301: ?Sentia-me repelente, repelente de fraqueza, de falta de decisão [?] Às minhas aspirações, àquele forte sonhar da minha meninice eu não tinha dado as satisfações devidas.?

A história de Isaías é um emaranhado de críticas e como foi penoso para um mulato culto sair do sertão e emergir numa sociedade preconceituosa recente escravista. Caminha relata suas vivências que causam mais dor do que alegria. Sua tentativa de se destacar na imprensa jornalística foi quase abatida por colegas ignorantes e elitistas, não deixavam nem davam margem para qualquer pessoa de talento emergir. Foi preso e esculachado por causa de uma suspeita, mas como ele era preto, talvez devia ter sido ele o ladrão e colocaram logo na prisão, esse era o pensamento da inteligente policia da república. Caminha também relata as insatisfações populares sobre a lei da vacina, que muito engraçado Lima Barreto da o nome de lei dos sapatos, proibindo qualquer pessoa de andar na rua sem sapato, abrindo a porta de sua casa para calçar você, querendo ou não. Depois disso tudo Caminha não encontra lar para seus talentos no Rio, vê sua faculdades sendo jogadas e amassadas pelo tempo, então tem saudade de casa, do conforto, da mãe, da professora, do sertão sofrido, mas amável.
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Someone 20/08/2023

Nem
Eu até costumo gostar dos livros da escola. Por mais que a linguagem seja chata, o enredo normalmente é interessante... Mas esse... Jesus amado... Esse doeu p ler, viu?? Gostei nãoooo

Nem sei oq falar dele na resenha...

Apenas... Nem
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Lira Juazeiro 26/07/2023

Elite Intelectual Brasileira
Continuo dizendo o mesmo, o que aprecio em Lima Barreto é a capacidade de descrever a cultura e o pensamento brasileiro através dos seus personagens. Um dos destaques das ?Recordações do Escrivão Isaías Caminha? é a descrição da verdadeira face da elite ?intelectual? brasileira. Atual sempre, infelizmente.
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R. Gomes 02/07/2023

É um livro mais ou menos, na minha opinião. Tem pontos bem interessantes, mas, no geral, eu fiquei meio perdida na maior parte do tempo. Tem tanto personagens e tanta descrição que eu nunca sabia muito bem de quem ou do que ele estava falando.
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Leitora 07/06/2023

Romance com teor de biografia?
O livro narra a história de Isaías, um homem negro que se muda para a capital do RJ para estudar (tendo uma visão idealista até chegar lá...), traz consigo uma carta de recomendação e recebe certa quantia de direito da mãe, na cidade grande sofre com o racismo e a problemas financeiros, vive na rua...

A história muda de tom quando ele consegue um emprego na redação do jornal. Lima descreve como ninguém a malícias da imprensa, os jogos de interesse, a manipulação e o sensacionalismo.


Quando é interrogado por um delegado, que duvida de sua condição de estudante (obviamente devido à sua cor). “Você é um gatuno”, diz o homem a lei. “Todo eu me agitei, todo eu me indignei. Senti num segundo todas as injustiças que vinha sofrendo; revoltei-me contra todos os sofrimentos que tinha suportando. Injustiças, sofrimentos, humilhações, misérias, juntaram-se dentro de mim, subiram à tona da minha consciência, passaram pelos meus olhos e então expectorei sacudindo as sílabas:
— Imbecil
(O que lhe custa algumas horas no xadrez da delegacia.)

"Ah! Seria doutor! Resgataria o pecado original do meu nascimento humilde, amaciaria o suplício premente, cruciante e omnímodo de minha cor... Nas dobras do pergaminho da carta, traria presa a consideração de toda a gente. Seguro do respeito à minha majestade de homem, andaria com ela mais firme pela vida em fora. Não titubearia, não hesitaria, livremente poderia falar, dizer bem alto os pensamentos que estorciam no meu cérebro"



O livro permanece muito atual!

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Manu(Alana) 27/05/2023

Li para a escola
Um jovem negro do interior, que tinha a ambição de se tornar ?doutor? no Rio de Janeiro. É quando encontra diversas dificuldades pela sua cor, mostrando a incapacidade do país incorporar pessoas negras à sociedade, mesmo depois da abolição.
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Aninha gabs 22/05/2023

Sobre o livro...
Acho super interessante como a leitura, mesmo se passando em um tempo antigo, ainda cosegue ser muito atual. A forma como Lima Barreto retrata o racismo em sua obra é muito impactante! Vendo a história de vida do autor e a comparando com a obra ambas são muito semelhantes e imagino que é isso que faz sua obra ser tão pesada e tão realista.
É uma pena que o livro e o autor não tiveram o reconhecimento que mereciam na época.
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