Alegres Memórias de um Cadáver

Alegres Memórias de um Cadáver Roberto Gomes




Resenhas - Alegres Memórias de um Cadáver


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Yuririn 23/08/2022

a história é ok, tiveram partes engraçadas e gostei delas, mas tbm achei alguns dos diálogos meio forçados/"rudes" sem necessidade. Além disso foi diferente pra mim o fato de praticamente todos os personagens terem algum podre/ou qualidade moralmente degradada. O cadáver foi bem interessante e o final legal de ler. No geral, foram escrita e trama bem diferentes do que normalmente leio, então gostei da experiência.
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RafaelM 04/04/2021

..."estudar é estar a caminho."
"Mas o cadáver que sou atrai sobre mim todas as iras. Enterrar os mortos não é, no fundo, uma homenagem, mas uma maneira de trancafiar o morto em seu túmulo, impedindo que se transforme numa ameaça. Eu transgredi esta regra."

Extraviado por contrabando à uma universidade, um cadáver destinado ao Hospital das Clínicas recobra a consciência e torna a existir, mesmo em sua condição de morto, no "porão" de uma sala de estudos da faculdade. Acaba por envolver-se entre revoltas estudantis, briga pelo poder e tudo isso em meio o período militar.
Ótima leitura e com um final sem ser clichê. Afinal, a vida acaba quando morremos? Recomendo a leitura.
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Vic 09/08/2020

Uma boa companhia
Bom livro para se ter na cabeceira da cama e ler um capítulo por noite. Um homem que em vida doa seu corpo ao Hospital das Clínicas e acorda como cadáver em uma Universidade. Muita reflexão sobre o que é morrer, o que se deixa, o que se guarda e o que se leva. Como pano de fundo temos uma Universidade em meio à ditadura e aos movimentos estudantis, tudo sob a ótica dos professores e do reitor. Nada muito aprofundado em questões políticas mas vale a pena a leitura.
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Sara Muniz 19/04/2020

RESENHA - ALEGRES MEMÓRIAS DE UM CADÁVER
Alegres memórias de um cadáver é um romance curto e divertido que conta a história de um morto que está assombrando uma universidade de Curitiba. Esse homem (e agora cadáver) era um bibliotecário da universidade e suas vida era tão sem graça quanto se pode imaginar. Ao descobrir que estava muito doente e que não lhe restava muito tempo de vida, decidiu doar seu corpo para o Hospital das Clínicas de Curitiba, mas acabaram contrabandeando o corpo dele para fazer experimentos durante as aulas.

A intertextualidade com Memórias Póstumas de Brás Cubas (resenha aqui) é inegável, sobretudo porque a narrativa segue justamente o caminho do humor, e não da melancolia do morto. Roberto Gomes traz diferentes perspectivas da história: uma hora estamos lendo e acompanhando o corpo dicente e docente da faculdade, outra hora estamos com os pensamentos do morto e suas tentativas de passeio pelos corredores sem ser capturado.

O livro possui um tom mais sujo na linguagem e nas personalidades de alguns personagens, mas são esses detalhes que tornam a história mais divertida e, principalmente, nos mostra o lado inesperado de professores e alunos. Posso dizer que consegui capturar uma crítica às universidades católicas e aos seus "falsos" valores.

Surpreendi-me com Roberto Gomes, nunca havia ouvido falar sobre esse autor curitibano, mas a escrita e a criatividade dele realmente me conquistaram. Recomendo a leitura para quem gosta de Memórias Póstumas de Brás Cubas, e que tenha mais de 16 anos.

PARA A RESENHA COMPLETA COM TRECHOS E IMAGENS DO LIVRO, ACESSE MEU BLOG:

site: http://interesses-sutis.blogspot.com/2018/07/resenha-alegres-memorias-de-um-cadaver.html
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Paulo Silas 03/08/2016

E se você se desse conta que ao acordar está morto? E se você descobrisse que os vivos não cumpriram com o que foi estipulado de acordo com sua última manifestação de vontade? E se constatasse que seu corpo havia sido contrabandeado, tendo retomado a consciência numa sala escura, mergulhado em formol, dentro de uma universidade, a fim de servir como aula prática para os estudantes? É a reunião de tais constatações pelo protagonista do livro (o morto não morto) que dá o mote da obra.

No entanto, é válido pontuar que a história retratada possui um enfoque mais profundo, estando este escondido de modo explícito nas linhas do romance. Diz-se assim diante do fato de que o romance alterna em seus capítulos com três diferentes abordagens. Numa destas, trata-se dos pensamentos e proezas do cadáver ambulante, onde constam reflexões sobre a vida, sobre a morte, além de sobre o que o protagonista observa enquanto se finge de morto. Em outra, há a exposição do que ocorre na parte acadêmica do campus, narrando conversas e reuniões entre os professores, reitor e acerca dos meandros da parte administrativa da universidade. Por fim, expõe-se também o cenário vivenciado pelos estudantes, principalmente com a narrativa de conversas entre insurgentes que se opõem ao regime imposto pela universidade, reflexo explícito do regime autoritário vivenciado à época em que se passa a história. E é justamente em tal ponto que se situa o outro cerne da história: uma exposição crítica da ditadura militar existente, já que o romance se dá no período em que tal regime autoritário se fez presente no Brasil.

É um livro curto e narrado num estilo próprio. As alternâncias de cenários de um modo singular são característicos da narrativa. A história diverte, servindo o humor presente no enredo como uma roupagem para cobrir levemente a outra mensagem que se busca transmitir. Enquanto o cadáver que se vê vivo novamente questiona o fato de ter sido contrabandeado para que um bando de estudantes o retalhassem de forma desrespeitosa (sua ordem enquanto em vida foi no sentido de que o corpo fosse doado para o Hospital das Clínicas, não para a universidade), a tensão existente no âmbito acadêmico aumenta largamente (ordem x liberdade / corpo docente e administrativo x corpo estudantil / repressão x respeito), sendo possível acompanhar inclusive o estopim de tudo isso quando da eclosão do grito de basta pelos estudantes. A violência estatal mostra as suas garras.
É nesta linha que o romance se situa e se desenvolve. Vale conferir!
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Alexsander.Camargos 20/10/2014

A obra conta a história de um patriota que após a sua morte doa seu corpo para uma universidade, podemos considerá uma autobiografia do cadáver, já que os acontecimentos são narrados pelo próprio. Como pano de fundo temos a Ditadura Militar Brasileira, mostrando principalmente como o corpo estudantil se organizava e como ele era reprimido pela autoridade constituída.
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