EstevãoJs23 01/06/2024
Quando a morte conta uma história você deve parar para ler
Esse livro me trouxe um misto de emoções, com certeza houveram muitos momentos tristes, mas também tiveram outros que aquecem o coração. É acalentador ver os momentos felizes da vida de Liesel: a formação de uma nova família (Hans, Rosa e até mesmo Max), novos amigos (Ruddy e Ilsa), as aventuras e os livros com certeza a fizeram crescer. Especialmente após todo o sofrimento e sabendo que mais estaria por vir, é bom saber que também tiveram momentos bons e que aproveitou cada um deles.
A "Morte" é uma das narradoras mais interessantes que já vi, por mais que muitas vezes me irritasse os spoilers que ela dava kkkkk. Não sei se me preparava para o pior ou se só me deixava mais ansioso, toda hora eu acreditava que era a hora de alguém morrer. E ver ela por esse outro lado é muito intrigante, poder pensar que nem mesmo ela gosta desse trabalho, que é sofrido e que ela se compadece dos humanos. Chega a me dar dó por tantos horrores que ela vivencia.
Os personagens são todos incríveis e têm suas marcas, momentos memoráveis.
Rudy: O melhor amigo possível. Maluco? Um pouco kkkkk, mas nunca deixou Liesel de lado.
Max: um irmão, as cenas da Liesel contando as histórias, os presentes, e os livros que ele fez para ela, me deixavam emocionado.
Rosa: uma mulher bruta, rígida, mas com um coração enorme, sempre disposta a ajudar. O que dizer da cena em que Liesel a vê dormindo com o acordeão? Partiu-me o coração.
E Hans: a melhor pessoa na vida de Liesel, o que ele fez por ela é impressionante, quanta paciência, carinho e amor, por uma criança que ele nem conhecia.
O final é difícil de digerir, não por ser ruim, mas é de fato angustiante, me senti órfão. Será que as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente? Mas são essas as consequências de uma guerra e esse livro incorpora essa triste realidade.
"Não, pensou Liesel, enquanto andava. É o meu coração que está cansado. Um coração de treze anos não devia sentir-se assim."