Resenhas - House of Suns

Alexandre Torres 26/03/2020

Space opera com ficção hard? É possível!
Aqui não tem motor de dobra nem hiperespaço! Nada de força nem misticismo barato. Tuas naves vão ter que se contentar com o limite da velocidade da luz e da ciência "possível". Mas isso não quer dizer que não tenha ação, suspense, intriga e batalhas espaciais envolvendo o destino da galáxia. Ao invés de viagens instantâneas entre as estrelas, temos protagonistas imortais, para os quais o tempo nada significa. Para estes comerciantes de informação, mil anos de viagem é como uma semana, em suas cápsulas de "stasis" nas quais o tempo é distorcido. Prepare-se para as mais longas perseguições interestelares da história, onde séculos se passam no tempo "real" sem perder a urgência subjetiva do texto. E também para momentos "Terminator", com "mexican standoffs" entre humanos e máquinas assassinas que duram décadas no tempo real, mas passam voando na narração. Ponto negativo apenas para a enorme quantidade de páginas usadas na introdução da história, vício desse autor em mostrar várias linhas paralelas que demoram a fazer sentido. Faltou passar uma tesoura, ou mudar a ordem das coisas. Mas vale a pena insistir e ler até a história começar de fato. Talvez seja uma necessidade, dado o tratamento inovador da space opera, um gênero que geralmente é sinônimo de lixo para mentes inferiores lerem. Que venha uma nova space opera que respeite a física e o bom senso, em tempos de rejeição a ciência e razão!
Pequeno SPOILER:
Construir buracos de minhoca para encurtar sua viagem tem um preço, caro demais para se pagar. Este livro deve ser o primeiro a contemplar as consequências físicas de sua viabilidade.