Por que ler os clássicos

Por que ler os clássicos Italo Calvino




Resenhas - Por que ler os clássicos


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caio.lobo. 26/06/2020

Italo Calvino mostra seu amplo conhecimento sobre clássicos da literatura com análises que somente um escritor pode realmente fazer. Muitos dos clássicos eu nem mesmo conhecia (como é grande a minha ignorância ainda!) e o livro se torna um incentivo para esse tipo de leitura que vai além de simplesmente mexer com emoções, pois um clássico mexe com a razão, atravessa a história, influencia povos, vai numa época mítica e atemporal, além de ser a chave para o próprio conhecimento do ser humano.

Não espere encontrar na obra textos que falem de Shakespeare, Dante ou Goethe, e não há textos sobre eles porque são clássicos tão necessários que imagino que Italo Calvino nem precisava falar, pois é o básico para qualquer um ler (ou ao menos deveria ser. Entretanto as jóias que apresenta são outras como Voltaire, Jorge Luis Borges, Mark Twain, Balzac, Stendhal, Diderot, Galileu Galilei, entre outros conhecidos (ou ao menos deveriam ser). Há nomes novos para mim, como Pavese, Raymond Queneau, Nezami, etc; e fiquei muito interessado em ler "História Natural" do Plínio, "De Propria Vita" de Gerolam Cardano, "História Cômica dos Estados e Impérios da Lua" de Cyrano de Bergerac, "Doutor Jivago" de Pasternak e as poesias de Francis Ponde.

Uma coisa que observei é que há muitos autores italianos e mesmo nas obras de autores de outras nacionalidades geralmente há menções de cenas na Itália. Isso é óbvio, pois Italo Calvino é italiano, e isso eum incentivo, pois ele como italiano teve como foco e fonte primária a literatura de seu próprio povo; nós brasileiros temos que ter esse mesmo foco, pois a literatura é o espírito de uma cultura nacional.

Por fim, o livro o maior acerto do livro é incentivar a leitura de clássicos que estão além da nossa zona de conforto e ir em busca desses clássicos. Nos textos de Calvino já há autores para leitura para alguns anos. Em um momento triste da literatura mundial onde parece que não irá surgir clássicos nessa época, pois só o que está nos top 10 da semana e o que agrada o público geral (que é amorfo e cheio de hedonismos), então fica difícil achar autores pequenos que talvez sejam grandes. É triste entrar numa rede social para leitores, como o Skoob, pensando que irá encontrar pessoas com gostos refinados, mas na realidade as pessoas apenas lêem leituras supérfluas, como Harry Potter, Paulo Coelho, 50 tons de Cinzas, Augusto Cury, etc; mas um livro como o "Por que Ler os Clássicos?" mostra que ainda falta muito para ler e que os Clássicos que conheço como os de Camões, Cervantes, John Milton e Dante são apenas um início de uma jornada enorme, do tamanho da humanidade.
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Steph.Mostav 15/06/2020

Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha pra dizer
Se Calvino nos parece apaixonado pela literatura em suas histórias fictícias, não poderia ser diferente em um livro de não-ficção voltado para incentivar a leitura dos clássicos. O artigo que abre o livro, de mesmo título, pode bastar para quem quer essa resposta, já que nele Calvino define o que torna um livro clássico, responde a pergunta do título da maneira mais simples possível, nos incentiva a formar uma biblioteca com nosso cânone pessoal e a alternar a leitura de clássicos com contemporâneos para valorizar mais os méritos de cada um através do contraste. É realmente um dos melhores textos do livro e um dos mais fáceis, porque nos responde de maneira mais geral. No restante dos capítulos, somos apresentados à parte do cânone pessoal do próprio Calvino, no qual a resposta para "por que ler os clássicos?" é mais específica e, talvez por isso, mais rica e interessante. Através da análise de diversos aspectos dos livros que o formaram como leitor e como escritor, ele nos apresenta motivos para ler ou reler toda a longa lista de autores, o que já é um pontapé para quem quer começar a ler clássicos e um guia excepcional para quem já os conhece, pois mesmo ao citar escritores conhecidos como Balzac, Tolstói e Dickens, sempre trata de livros mais desconhecidos de suas bibliografias.
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Leonela_ 24/03/2020

Esperava mais
Uma leitura difícil, porém incentiva na busca por autores clássicos. Mas esperava um passeio entre os clássicos de forma a não ficar em uma única obra de cada autor destacado por Italo Calvino, e sim um apanhado dos livros desses clássicos autores.
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LER ETERNO PRAZER 17/03/2020

Adorei a leitura!
Ler clássicos!! Muitos leitores correm dos clássicos, já vi muitos comentários, tipo:"Ah, ler clássicos e muito chato" ou " Não gosto porque se arrasta demais" ou então, "A escrita é muito complicada". No meu caso adoro os clássicos, na minha lista de leituras e minhas leituras sempre tem e terá um clássico. Acho de extrema importância para nós leitores, ao meu ver eles são obras diferenciadas que dão uma carga de conhecimentos e sempre temos temas e enredos que nos aguçam o intelecto nos dando sempre questões realistas e filosóficas, mesmo que suas narrativas sejam de tempos passados, mas que, de tão realistas que são, se transportam para o nosso tempo presente(na minha opinião, claro). E aqui nesta obra, Calvino nos dá no primeiro capítulo explicações, motivos e o porquê da importância da leitura dos grandes clássicos universais. No restante do livro ele vai citando e comentando sobre muitos escritores e obras suas que são de grande importância.Vai dissertando sobre sua importância e de como cada escritor teve importância na forma e criação de suas obras. O livro é excelente e nos dá muitas dicas e conhecimento sobre a obra e sobre muitos escritores, tais como: Stendhal, Gustave Flaubert, Lev Tolstoi, Hanry James, Robert Louis Steveson, Boris Pastermak, Dostoiévski, Hermingway, Jorge Luiz Borges entre outros. Alguns dos citados até já li. "Por que ler os clássicos" , podemos dizer, é uma obra científica que busca nos dá conhecimento e que pode nos aguçar a curiosidade para darmos início à nossa aventura e prazer de ler os grandes clássicos. Vamos, "Por que ler os clássicos" está esperando por você.
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Queli.Bastos 01/03/2020

Vamos ler clássicos?
Calvino explanou muitos clássicos nesse livro, de Homero à Pavese, desperta o desejo no leitor pra conhecer essas obras.
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Coruja 15/05/2019

Calvino começa seu Por que ler os clássicos? com um ensaio que possui a mais acertada descrição que já vi do que seja um clássico. Melhor ainda, pode-se fazer a lista das definições que ele propõe - do rol, uma das minhas definições favoritas é de que "um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer."

Calvino deixa muito claro que os títulos elencados no livro são ‘clássicos pessoais’, sublinhando ser o impacto que eles têm no leitor o que os torna indeléveis. Bloom defende a técnica, mas Calvino nos lembra que histórias são importantes por aquilo que elas representam na vida de seus leitores. São livros frente aos quais somos incapazes de nos manter indiferentes. Em resumo, são as histórias que lemos não por obrigação, mas por amor.

Lembro de pegar esse título num estande de livraria, folhear e depois me aboletar no chão mesmo para começar a ler. E ficar tão apaixonada que, quando deu a hora de voltar para casa, corri para o caixa porque precisava levá-lo comigo e terminá-lo.

Calvino também se tornou um volume de referência para pesquisas preliminares quando termino de ler um livro e vou escrever a resenha ou mesmo preparar um debate do clube de leitura de que participo. As análises que ele faz dos títulos que estão em sua lista de clássicos pessoais - apresentados de forma cronológica - são breves, mas muito pertinentes, concentrando-se normalmente num aspecto estrutural da obra/autor. Por essa razão, Por que ler os clássicos? tem um porém: se o leitor não está familiarizado com os títulos ou o estilo do autor comentado em cada ensaio, vai se sentir bastante perdido no caminho. Ainda assim, gostaria de poder compartilhar ad infinitum o primeiro capítulo dele, que é justamente o ensaio que dá nome ao livro.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2019/05/dez-anos-em-dez-ensaios-biblioteca.html
howbruno 15/05/2019minha estante
Em que sentido o leitor pode se sentir perdido? Quero muito ler esse livro, então queria saber o que me espera rs


Coruja 15/05/2019minha estante
Oi, Bruno! Te respondendo, quem não for familiar com as obras que Calvino analisa pode ficar um pouco perdido com as explicações, porque não conhece a história de que ele está falando. Muitos dos autores que ele analisa são suficientemente familiares para que tenhamos uma ideia da história mesmo que não tenhamos lido o livro em si - eu, pelo menos, não tive problemas. Mas conheço algumas pessoas que deixaram o livro de lado por essa razão, decidindo voltar a ele depois de ler as obras citadas. Não é um problema de linguagem, o Calvino é delicioso de ler, é mais uma questão de familiaridade com as obras referenciadas mesmo.


howbruno 15/05/2019minha estante
Ah, sim. Melhor ainda, porque é um incentivo a mais pra ler esses livros. Obrigado por compartilhar isso




José Ricardo 06/11/2018

Janelas da e para a Vida

Clássicos são livros atemporais. São atemporais porque falam do ser humano em sua inteireza. Suas contradições, aspirações, conflitos e potenciais. Falam do amor e da falta dele. Da ganância e da solidariedade. Falam do médico e do monstro que habitam em nós.

Clássicos dizem o que sentimos, mas que raramente conseguimos dizer ou compreender.

Clássicos nos causam sentimentos ambíguos. Se, por um lado, nos incomodam com certas revelações; por outro, nos libertam ao mostrar nossos limites e possibilidades.

Clássicos demonstram que a vida é dinâmica e que existem vários sentidos da vida.

Clássicos são janelas da e para a vida! E a vida comporta várias leituras sem jamais encerrar uma leitura definitiva, uma verdade objetiva, uma certeza absoluta e nisto está sua beleza, espanto e mistério insondável.

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Edson Camara 17/01/2018

Se você deseja se aprofundar mais na literatura clássica universal, esta é a porta de entrada.
Este é um livro difícil de ler, pela erudição do autor e a riqueza do material analisado. É uma aula de literatura universal, dos clássicos desde a Grecia antiga até os anos 1980. Quase desisti varias vezes, mas quando a leitura ficava maçante, em alguns parágrafos havia uma reviravolta e o assunto tornar-se interessante novamente. Valeu muito a pena ler esta livro e conhecer obras que eu nem sabia que existiam.
Dois livros já entraram na minha lista de leitura, A cartuxa de Parma de Stendhal e Nosso amigo em comum de Dickens.
Se você deseja se aprofundar mais na literatura clássica universal, esta é a porta de entrada.
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Rafa 10/01/2018

Antologia de textos críticos
Eu comecei este livro 4 anos atrás no meu segundo ano de faculdade no curso de letras e primeiro ano da habilitação em italiano. À época eu deixei o seguinte comentário no histórico de leitura: "Italo Calvino não peca na sua escrita e nos fala de outros clássicos além dos tão conhecidos e saturados, porém justamente este repertório diverso e a complexidade da crítica dificultam o entendimento de algumas colocações."

Até então eu não tinha compreendido o real propósito do livro. A pergunta título "Por que ler os clássicos?" é respondida logo de inicio com uma série de tópicos explicativos que dão um capítulo e o livro poderia terminar aí se a proposta da obra fosse tão somente responder a essa pergunta. O livro, no entanto, trata-se de uma antologia de textos, uma reunião de comentários que o autor fez de pontos específicos de obras e autores clássicos (muitos leitores, como eu, podem se deparar com nomes desconhecidos - é importante termos em conta que este é o ponto de vista de um escritor e estudioso italiano do século XX).

Logo após esclarecer nesses diversos tópicos o que, segundo seu ponto de vista, é uma obra clássica e por que deve ser lida, Italo Calvino arrola seus textos não segundo a cronologia em que foram escritos (dos anos 50 até os anos 80), mas na ordem cronológica dos autores comentados.

A dificuldade do livro e que eu senti desde o início é que se trata de comentários bem específicos do trabalho literário. De cada autor ele analisa um aspecto da obra, suas filosofias, técnicas, estilos, influências, fazendo sempre ligações e referências a outros autores dos quais o desconhecimento por parte do leitor causa dificuldade na compreensão. Mas a despeito disso, Calvino é bastante claro e, no geral, breve.

Como bacharel em letras (e mais especificamente em italiano) é impossível ignorar a utilidade do livro. Ele não só comenta pontos importantíssimos de obras e autores como Homero, Virgílio, mas também, é claro, dos escritores italianos e ainda mais dos franceses e dos escritores de língua inglesa. Todo esse repertório pode auxiliar muito em monografias do curso de Letras e nesse ponto eu gostaria de ter terminado de ler esse livro enquanto ainda cursava a faculdade, falha minha.

Este é um livro que deve ser relido mais e mais vezes e com propósito - atividade que pretendo fazer em seu idioma original - no sentido de irmos até aquilo que nos interessa, até porque os capítulos são completamente independentes entre si (um dos pontos em que no início da leitura eu me perdi com relação ao propósito do livro). O que Calvino faz é dizer, pondo eu palavras em sua boca: "deveríamos ler os clássicos por isso e por aquilo e aqui vai uma seleção de comentários que eu redigi sobre alguns clássicos". Devemos tomar o livro como um guia, como instruções, exemplos. Exemplos esses que, eu devo admitir, despertaram meu interesse para algumas obras clássicas de que sempre ouvi falar, mas que nunca havia me interessado antes (e digo que terminado este livro corri à biblioteca em busca de alguns títulos) e que para mim foram descobertas literárias.

Com relação à edição (Cia. das Letras, 1993, 1ª edição) devo dizer que fiquei um pouco incomodada com alguns erros de digitação e mesmo com a tradução. Eu não possuo o original para fazer as devidas comparações, mas me pareceu que a tradução em nota de rodapé de alguns trechos de obras que o autor cita não são tão precisas e me pareceu ter visto aqui ou ali um engano com falsos cognatos (e aqui peço desculpas antecipadas se eu estiver sendo "cricri" demais).
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Natalie Lagedo 20/10/2016

Meu hábito de leitura foi principalmente incentivado e influenciado por meu pai e avô. Este, porque apesar de nunca ter frequentado uma escola e ter sido alfabetizado em casa pelo irmão mais velho, tem uma biblioteca relativamente grande para os padrões locais e foi autodidata em diversos assuntos, como História, Geografia e Literatura; aquele, pelo grande apreço pelos livros e por sempre inculcar em mim o dever de ler os clássicos desde que eu tinha seis anos.

Ítalo Calvino, em "Por que ler os clássicos?" trata no primeiro capítulo sobre o problema de definir quais as obras consideradas clássicas e quais os critérios de escolha. Ele fica bastante preocupado em criar um conceito ao mesmo tempo em que fala sobre a leitura na juventude e a releitura na maturidade e as impressões causadas em cada época. Como ainda estou na fase de descoberta dos grandes livros, achei bem acertada a sua colocação de que as escolas e universidades deveriam indicar o próprio livro, ao invés de livros que falam sobre outros. Chama atenção à necessidade de ler obras contemporâneas intercaladas aos consagrados para nos situarmos e, quem sabe, até percebermos características que possam torná-lo atemporal.

Ainda que somente o primeiro capítulo fale acerca da problemática de classificação, os outros, ao lidar especificamente sobre uma obra ou autor, nos mostram os motivos pelos quais são aclamados e enfatiza as principais características, inserindo-os no contexto histórico e social em que foram escritos.

É interessante perceber que o livro foi organizado de modo de os capítulos evoluem cronologicamente e que alguns autores sofreram grande influência dos predecessores. Passamos pela Grécia e Roma Antigas, Pérsia, primeiros séculos da Idade Média e as histórias de cavalaria... Já quando chega ao século XX vemos claramente a preferência pelos autores italianos, compatriotas do escritor. Porém, é perdoável, pois são aparentemente bons. A única parte que me deixou triste é saber que vários dos livros aconselhados não foram traduzidos para o português.

"Por que ler os clássicos?" é uma boa conversa sobre livros e a forma positiva que eles, de alguma forma, causaram no curso da História e na vida dos leitores.
Cy 20/10/2016minha estante
Resenha mara! =)


Natalie Lagedo 20/10/2016minha estante
Obrigada :)


Márcio_MX 20/10/2016minha estante
Muito legal sua resenha.


Antonio.Neto 12/11/2016minha estante
Li recentemente este capítulo. Muito bom!


Izyta 14/01/2017minha estante
Ótima resenha.




Leonardo 15/05/2016

Somente o primeiro artigo discute efetivamente a leitura de clássicos, o restante o autor critica algumas obras selecionadas.
Natalie Lagedo 16/05/2016minha estante
'-'


Leonardo 16/05/2016minha estante
Gostei só do primeiro artigo, Natalie..onde ele escreve sobre os clássicos.


Natalie Lagedo 17/05/2016minha estante
Que pena.




Leandro 21/04/2013

Clássicos
“Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.”

Eu acho que esse livro não deve ser lido por aqueles que não conhecem a obra de Calvino. Pelo simples motivo de ser muito “denso”. Não quero com isso desanimar aqueles que queiram, de algum modo, ficarem estimulados a ler os clássicos por essa obra do autor. Só quero dizer que Calvino nos proporciona uma prosa simples e fácil (mas não medíocre) e que esse livro é um pouco mais do que isso.
O primeiro artigo “Porque ler os clássicos” (que dá nome a obra) é bem a cara dele. Humor refinado, simplicidade de idéias etc.... tudo colabora para o prazer da leitura. Os outros artigos do livro cumprem (às vezes) sua missão de gerar interesse futuro por determinada obra do autor. Mas o importante é que sempre algo de bom saí de tudo isso....
sinha 01/05/2013minha estante
boa colocação




Israel145 07/09/2012

O livro é um apanhado geral da crítica literária do autor referente aos chamados “clássicos” da literatura universal. Neste apanhado, há artigos para revistas, jornais, prefácios de livros e várias outras contribuições do autor sobre grandes autores e obras que foram reunidos nesse livro.
Crítica literária, prefácio e artigos podem ser até ruins de ser lido pelo leigo, tornando a leitura difícil, já que Calvino é um intelectual com uma considerável bagagem literária, mas tem um elo que une o leitor comum com a maioria dos leitores, seja em formação, seja os já formados: o amor pela literatura. E é esse amor que faz com que Calvino chame a atenção dos leitores e lance uma nova luz aos grandes escritores, mas o mais legal é que ele foge das obras “óbvias”.
Todos eles estão lá. Desde as obras do início do milênio até as do século passado e algumas poucas atuais, podemos ver, por exemplo, um Flaubert além de Madame Bovary, que seria sua obra mais conhecida, um Dickens além de Grandes Esperanças, um Melville além de Moby Dick, Um Tolstói além de Anna Karenina. Essa diversificação fugindo do óbvio valoriza a bibliografia dos grandes escritores criando mais alternativas para o leitor comum cair de cabeça e se aprofundar nas obras citadas.
A bagagem intelectual que Calvino carrega em linhas e mais linhas de referências e análises comparadas, torna a leitura leve por que a maioria (nem todos) os artigos aqui tratam dos livros citados como se tivessem sidos escritos no auge da empolgação por uma pessoa que tivesse acabado de ler uma grande obra e estivesse ainda extasiado, mas como o próprio autor revela, houveram casos em que algumas obras foram lidas por ele há uns bons 30 anos atrás, contando a data da publicação do artigo.
Mas é bom salientar que o livro não é uma espécie de guia de clássicos. Há algumas obras que servem sim como pilar para quem busca simplesmente ler um bom livro, outras constam do livro por aspectos literários que talvez não agradem o leitor comum. Mas de fato, é um bom livro para se ler e ter à mão na estante, e como o autor sugere logo no início dessa edição, o leitor deve ter sua própria estante de clássicos, que são para eles os livros que devem ser lidos e relidos, e outra com livros para serem conhecidos durante a vida de leitor, sendo que os da segunda estante podem migrar para os da primeira, ou seja, quem escolhe o que é clássico e o leitor, mas o autor dá uma belo direcionamento para a montagem da primeira estante.
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