A Morte de Virgílio

A Morte de Virgílio Hermann Broch




Resenhas - A Morte de Virgílio


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Marcos606 03/10/2023

O romance, um marco do modernismo, recria com forte imaginação as últimas 18 horas da vida do poeta romano Virgílio enquanto ele é levado para Brundisium com febre. Seu autor, Hermann Broch, um refugiado judeu austríaco da Europa da era nazista de Hitler, preocupa-se aqui com o lugar da literatura numa cultura em crise.

Escrito em rica linguagem poética e frases rítmicas, o romance possui quatro movimentos “sinfônicos”. No primeiro, o poeta que glorificou Roma confronta a sua vil vida nas ruas. Tendo decidido que a sua escrita, que exclui o feio, é falsa e sem sentido, Virgílio, na segunda parte do romance, decide queimar o manuscrito da Eneida. Na terceira parte, o imperador Augusto convence Virgílio a entregar o manuscrito para guarda em troca da libertação dos escravos do imperador. O quarto movimento completa os três primeiros, à medida que o poeta moribundo consegue conciliar os opostos da vida e da morte, da beleza e da feiura. Naquela que é considerada uma das passagens mais notáveis ​​da literatura moderna, Virgílio tem uma visão moribunda de si mesmo em uma viagem marítima arrebatadora.
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Peter.Molina 15/10/2023

A grandeza de um poeta
Este livro narra as últimas horas de vida do grande escritor Virgílio,autor de Eneida e de outras obras. Durante uma viagem , Virgílio quer destruir sua obra prima e, doente e confuso, trava embates com amigos e com o próprio César Otaviano, que tentam tirar essa ideia de sua mente. Entre alucinação e realidade, o autor vai descrevendo todos esses momentos , num livro extremamente difícil, numa espécie de fluxo de consciência, com parágrafos que se estedem às vezes por mais de 10 páginas. Uma obra de fôlego, carregada de poesia, leveza,sonho e grandiosidade. Mas é difícil captar tudo que é descrito, possivelmente numa releitura. Um livro complexo, exige esforço do leitor, mas compensa por toda a sua beleza.
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Sílvia 01/01/2018

Difícil mas super incrível
Nota 5 para o livro e nota 3,5 para a minha leitura
O livro e sua história, tanta a narrada como a de sua escrita são incríveis! Pesquisei muita coisa na internet durante a leitura. E apesar de não me considerar uma leitora inexperiente, confesso que li a maior parte com um dicionário aberto.
A história imaginada pelo autor nos relata as últimas 18 horas de vida do poeta Virgílio, compositor da Eneida, a grande epopeia do império romano. A narração é dividida em quatro partes:
1- água, quando o poeta chega de barco após ser convocado para participar da festa de aniversário do César.
2- fogo. o poeta passa a noite febril, entre delírios e insônia (a parte mais difícil do livro sem dúvida nenhuma).
3- terra, o dia do poeta que se passa entre a visita de dois amigos e a discussão com o César, cuja maior parte se trata de o que é a arte, a quem ela pertence, quem dela pode dispor. Confesso que minha nota baixa vem dessa parte, pois assumo que não tenho bagagem filosófica o suficiente.
4- éter, essa parte é simplesmente incrível. Mostra o que ocorre com o poeta após seu falecimento. É divino. Estranho como o autor conseguiu chegar a isso tendo em conta que começou a escrever essa peça maravilhosa da grande literatura de dentro de um campo de concentração nazista.
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Ana Ponce 25/01/2023

We are the champions, my friends... ao conseguir terminar essa leitura
Esse foi, com certeza, o livro mais trabalhoso que conclui até o momento. Isso se deve ao estilo narrativo da obra: o autor opta por usar o monólogo interior, narrado em 3º pessoa, com parágrafos GIGANTESCOS, alguns com 9 páginas. Além disso, o autor opta por uma linguagem poética, digna de uma epopeia: complexa e riquíssima em figuras de linguagem, o que dificultou MUITO a imersão na história. Era como se eu tivesse de abrir caminho à força toda vez que retomava a leitura, caminho esse que não ficava mais fácil com o avanço da leitura. O que ajudou foi ler em voz alta, devido a musicalidade da escrita, facilitando a compreensão. Acabei recorrendo à leitura de análises acadêmicas disponíveis na internet, além do posfácio de Marcelo Backes presente no livro, o que me ajudou muito na compreensão da obra e todo simbolismo por trás da narrativa. Então é isso, espero que vocês tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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Filipe 11/04/2023

A leitura é densa e profunda, não estranhamente Thomas Mann elogiou tanto esta obra e o trabalho nela desenvolvido por Broch. É o estilo dele, de certa forma. Não é um livro qualquer, exige tempo e força de vontade.

Achei interessante os trechos em que Virgílio e César Augusto discutem sobre o Império Romano. Ter um recorte histórico reconhecível certamente ajuda na identificação com a narrativa.

Por fim, o apêndice é, para mim, de longe o trecho mais prazeroso de se ler nesta obra. Nele estão as lendas e mitos que cercam a figura de Virgílio e suas vivências.
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Gabriel.Tesser 23/04/2020

Um obra perfeita
Hoje é dia do livro
Por sorte, acabei de ler a melhor coisa da minha vida.
Não li nada tão condensado em emoções, tão denso em palavras de pura poesia.
Acho que não vou ler algo assim tão cedo, que pena.

Pelo o que dizem, não há nada igual.
Nada que se compare.
É como a vida, incomparável.

?Quase parecia impossível, e ainda mais, quase ilícito o fato de nossa realidade mais real, a última a ser alcançada por nós, contentar-se em ser mera imagem recordada!?
Hermann Broch - A morte de Virgílio
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Marcio 15/02/2023

O Virgílio morre no final.
Livro com uma escrita muito difícil, uma prosa poética que parece tornar o texto fechado ao entendimento (hermético). Temos aqui a narração das últimas horas de vida de Virgílio. A primeira e a terceira parte (que são as menores) são escritas em prosa mais linear e possuem grandes momentos e discussões: sobre o papel da arte na  sociedade, a autoria de uma obra e como ela é tratada depois de vir a público, o papel do Estado em relação a cultura e a manipulação das massas, tudo dentro de uma tensa conversa entre o poeta Virgílio e César Augusto.
No entanto a segunda e quarta parte do livro (as maiores) temos a prosa poética, beirando o simbolismo puro que torna o entendimento quase impossível. Das várias resenhas que vi a respeito do livro, ele é sempre muito elogiado, mas quase ninguém comenta de forma concreta essa parte poética do livro.
Com certeza precisarei voltar a essa leitura no futuro.
Dan 15/02/2023minha estante
Acredito que a maioria dos que elogiaram não entenderam quase nada dessas partes mais complexas. O mesmo se aplica a Clarice Lispector: muita gente lê, pouca gente "entende".




DaniK 29/06/2022

Não é um livro fácil de ler, mas é de uma poesia tremenda.
Recomendo para leitores mais experientes.
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