spoiler visualizarLarissa 22/04/2024
Uma leitura marcante
?Somos tanto o fogo quando a água que o extingue. Somos o narrador, o protagonista e o coadjuvante. O contador de história e a história em si. Somos alguma coisa de alguém, mas também o nosso eu.?
Fazia bastante tempo que eu não lia alguma coisa do John Green. Pra ser sincera, não faço isso desde o tempo de escola (E isso tem uns bons anos viu!) e achava que o tempo de ler os livros dele já tinham passado. Ainda bem que eu decidi ler e provar pra mim mesma que eu estava errada.
Ler esse livro me fez lembrar de uns dos motivos de eu ser apaixonada por ?A culpa é das estrelas?. A escrita do John é muito boa e fluída. Você vai devorando o livro mesmo sem perceber e quando se dá conta, já está quase acabando a leitura.
Nesse livro vamos conhecer a Aza Holmes que está na escola e tem uma melhor amiga chamada Daisy. Também vamos ver que Aza tem TOC e que isso faz com que ela tenha batalhas intermináveis com sua própria mente. Os pensamentos mais recorrentes são sobre seu microbioma e como qualquer coisa que ela faça, pode fazer com que ela contraia C.diff que é uma bactéria mortal.
Mas mesmo com todos esses pensamentos, Aza e Daisy acabam se envolvendo uma investigação sobre o desaparecimento do bilionário Russel Picket. E com isso, ela acaba indo atrás do filho do Russel, Davis Picket que foi um amigo de infância.
Tartarugas até lá embaixo tem muitas camadas, muitas coisas interessantes que eu queria citar aqui mas vou acabar escrevendo um livro pra contar sobre o livro kkkk
Ele fala sobre a luta da Aza com sua condição, e seus pensamentos, sobre como tudo isso afeta não só a ela, como também seus relacionamentos em geral.
Em paralelo também temos a dor do Davis de não saber onde o pai está e ter que cuidar do irmão mais novo que sofre com a ausência do mesmo.
John Green consegue fazer o balanceamento perfeito dessa história. Não é um livro sobre o desaparecimento, ou sobre a condição. É sobre a vida e como as coisas acontecem. Como num dia está tudo bem e no outro talvez não esteja.
Você consegue sentir a dor de todos os personagens ou pelo menos, se colocar no lugar deles pra tentar entender um pouco o que se passa.
Você consegue sentir como é difícil ter alguma doença mental, mas que também é possível tratá-la.
No final, quando Aza e Daisy estão na exposição de arte no Esgoto e descobrem que ali pode ser o lugar onde o pai do Davis possa estar, me quebrou de um jeito.
Depois ela contando pro Davis, eles contando pra Polícia e agente descobre que realmente o pai deles morreu?
É um livro com muitos pontos e Green conseguiu equilibrar tudo isso de uma forma incrível.
Comecei a ler sem expectativas e me surpreendi muito.
Que leitura boa.