Thiago Valença 28/07/2023
Sobre atar e desatar
O livro serve como um estudo de caso sobre a mediunidade, mas não é uma leitura exclusiva para médiuns. Nossa sociedade vive como uma massa única de pensamento, sem se aperceber dos laços que estabelecemos, das origens das sensações diárias que experimentamos. Ele alerta nossas responsabilidades para que não caiamos mais uma vez na invigilância de não conhecermos as leis divinas e a nós mesmos.
Acompanhamos o caso da família Soares e os vínculos estabelecidos energeticamente entre entes encarnados e desencarnados. O espírito Manoel Philomeno de Miranda através de Divaldo Franco nos matricula em um curso sobre os diversos tipos de obsessão. Curso bastante denso de teoria e didaticamente eficiente ao narrar esse caso tão bem escolhido que abrange muitas vertentes sobre o tema obsessão. Confesso que não tinha muita experiência no assunto, a não ser as diretrizes iniciais de Kardec, mas aqui o assunto é analisado de maneira prática e in loco.
A obsessão é uma árvore que possui muitas raízes não visíveis. Investigamos as obsessões da família Soares do caule às ramificações mais profundas. Cabendo um destaque especial e importantíssimo sobre uma visita dos benfeitores a uma região do Abismo (primeira e menos evoluída das sete esferas da Terra). Um anfiteatro enorme com diversos espíritos que se afinizam energeticamente. Um verdadeiro coliseu romano de atrocidades e humilhações comandado em pompa por uma entidade ridiculamente divinizada de grande conhecimento de magnetismo e hipnose. Encenação ridícula (palavras do livro) sobre uma falsa realeza e falso moralismo.
Não há região alguma que não tenha supervisão divina, mal que perdure ou reinado que não seja o do Amor. Deus é o único que detém conhecimento absoluto, justificando assim o seu título e posição. A espiritualidade superior nada teme, não fere e não impõe a luz a ninguém, tampouco possui lugares inacessíveis. Obsessor e obsediado possuem responsabilidades mútuas. Lembro de Divaldo quando pediram para ele tirar o obsessor de uma pessoa, ?Tá. Eu tiro e coloco onde?!?
Preciso também comentar o caso de Marta, uma das filhas do casal que associou sua mediunidade às entidades menos evoluídas, monetizando todo tipo menos digno de trabalho espiritual. Isso não só nos mostra a energia asfixiante que se sentia no lar da família como os vínculos que foram feitos da médium com esses seres.
Há apenas uma lei que rege a todos nós, onde quer que estejamos. Cedo ou tarde nossos desamores serão cúmplices conosco na construção da obra divina, quanto mais cedo nos atentarmos disto mais cedo livraremos a nós e aos outros de feridas profundas. O amor de Deus, que ainda estamos aprendendo a conhecer, não desatará nenhum laço, pois todos temos responsabilidades entre nós; eles apenas serão refeitos em luz pela lei do amor.