Kath 01/12/2018
Bem, o livro é apenas um conto curtíssimo que, não fosse o trabalho e nanowrimo, teria lido de uma vez em meia hora numa tarde qualquer. E a história é bem simples, havia um fazendeiro rabugento chamado Aegidius Ahenobarbus Julius Agrícola de Hammo, ou só mestre Gil que é muito mais prático, que vivia tranquilo em sua vididnha no vilarejo com seu cachorro covarde (não, não é o Coragem) Garm e a esposa.
Certa noite, um gigante perdido e muito pouco inteligente (além de surdo e meio cego) acabou entrando nas terras de Gil que, furioso, conseguiu enganá-lo e atirar nele com seu bacamarte que tinha uma boca enorme o bastante para ele colocar de bolas a panelas. Depois disso, graças a Garm que acordou a cidade inteira pra ver seu mestre lutando contra o "temível gigante", mestre Gil passou a receber um tratamento de heroi na cidade e os boatos a seu respeito eram de tal forma que chegaram aos ouvidos do rei fazendo com que seu feito fosse reconhecido com uma espada velha que havia no arsenal (e de cuja existência o monarca sequer lembrava) junto a uma carta com todos os dez nomes do rei em tinta vermelha.
Quando mestre Gil estava com a bola cheia, eis que surge o obstáculo para pôr a prova sua valentia e esse obstáculo vem na forma do dragão Chrysophylax, o mais rico de sua espécime que, enganado pelo gigante, foi em busca de terras com comida em abundância e sem nenhum caçador. Logo que as notícias a respeito do dragão começam a se espalhar, tal qual os detalhes de sua destruição, todo o povo começa a ficar apavorado e apelam a mestre Gil que os salve. O próprio rei ordena que o fazendeiro vá caçar o dragão uma vez que este aparecera no meio de festividades importantes e seus cavaleiros estão impossibilitados de deixar suas atividades.
É claro que de início o fazendeiro se recusa, pelo menos até descobrir que a espada que recebera do rei era a lendária morde-cauda, uma matadora exímia de dragões. Com uma armadura improvisada, o cachorro e sua égua, Gil parte em busca de Chrysophylax, mas, ao encontrá-lo as coisas não saem bem com planejando e usando a espada e sua pouca sagacidade, Gil consegue entrar em um acordo com o dragão, ele deve trazer à cidade todo o seu tesouro e dividi-lo entre os habitantes do contrário o fazendeiro iria matá-lo. Contudo, ao descobrir a façanha, o rei reivindica o tesouro que o dragão não está disposto a dar a ninguém e a partir daí um desfecho interessante segue.
Esse foi meu primeiro contato com Tolkien e confesso que se por um lado me surpreendi com o tom infantil e até simpático de sua escrita, por outro foi um pouco desapontador não poder ter um pouco mais do requinte que tanto falam em O Senhor dos Anéis, embora saiba que esse é um conto infantil. O livrinho é divertido até, a gente se entretém com as peripécias do fazendeiro que, por sua pura sorte, consegue grandes feitos e até mesmo uma amizade improvável. Gostei e fica aí minha recomendação de leitura leve e rápida.