Resenhas - Mestre Gil de Ham

Andreia Santana 24/07/2012

Tolkien para ler antes de dormir (como incentivo aos bons sonhos)
Roverandom e Mestre Gil de Ham, duas das obras juvenis de J.R.R. Tolkien, não diferem dos livros mais famosos do autor - O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion -, apenas porque nesses dois casos ele deixa de lado a mitologia da Terra Média. A diferença principal está numa mudança de atmosfera, nitidamente mais leve e ensolarada, menos sombria ou dramática. Criadas inicialmente para distrair os filhos do escritor, assim como também O Hobbit (que não deixa de ser o mais leve de todos os livros sobre a Terra Média), as duas histórias revelam um Tolkien mais preocupado em fazer rir e entreter sua pequena plateia doméstica.

Essa familiaridade dos dois livrinhos, que lembram tardes de contação em um gramado verde no jardim, ou mesmo noites diante da lareira, faz com que as obras cativem também os adultos, principalmente aqueles que tiveram a sorte de crescer com contadores de história na família. Roverandom e Mestre Gil de Ham trazem uma nostalgia gostosa de hora do recreio, bolo e chocolate quente.

Roverandom, o mais lúdico dos dois, ressalta esse aconchego de história de ninar ainda mais que Mestre Gil, pois este último guarda uma dose de ironia refinada que nem sempre é tão óbvia para um leitor mais jovem, embora como o próprio autor dizia: nada impede que crianças leiam e gostem. Mas a história do cãozinho transformado em brinquedo, inspirada em um fato doméstico acontecido durante as férias da família Tolkien na praia em 1927, é mais cândida, mais infantil e delicada. Roverandom é essencialmente puro.

O livro conta a história do cãozinho de estimação Rover, que um dia, brincando no jardim de casa, irrita um velho mago em férias e é transformado por este em um brinquedo, indo esbarrar em uma loja de souvenires. Dali, ele é comprado pela mãe de uma família com três crianças. O menino Dois (ou seja, o filho do meio, inspirado em Michael Tolkien) passa a ser o dono do cãozinho de brinquedo, até que o perde na praia. O animalzinho então vive diversas aventuras, em uma longa jornada que inclui visitas à lua e ao fundo do mar, a troca de seu nome temporariamente de Rover para Roverandom (em um jogo de palavras que se eu contar aqui perde a graça) até finalmente voltar para casa.

A jornada de Rover/Roverandom tem um toque de absurdo e até de nonsense que para os adultos soa muito engraçado e desajuizado, enquanto para as crianças, perfeitamente plausível, visto que elas sempre são propensas a deixar a imaginação ditar as regras.

Os três magos que cruzam o caminho do animal de estimação encantado, Artaxerxes, Psamatos e o Homem da Lua até já foram confundidos com um esboço pré-Gandalf. Pessoalmente, acho que os três bem poderiam ser aspectos distintos do exótico e carismático Tom Bombadill. Existe uma peraltice sedutora em Roverandom, que funciona quase como um elixir de rejuvenescimento para quem lê.

Já Mestre Gil de Ham narra a inusitada aventura do fazendeiro Aegidius, que por pura sorte ou acaso, acaba espantando um gigante de suas terras e ganha fama de bravo entre os moradores da aldeia. Mestre Gil recebe uma carta e uma espada de presente do rei, como agradecimento pelo enorme serviço prestado, e vive sua vidinha pacata, gozando da fama instantânea. Até que surge um dragão dono de um imenso tesouro e de uma fome insaciável. Daí, todos na aldeia, além do próprio rei, esse de olho no tesouro do lagarto, incentivam o “bravo” mestre Gil a lutar contra a terrível criatura.

Esperteza, jogos de astúcia, pessoas de caráter duvidoso e certa dose de intriga política fazem parte da essência de Mestre Gil de Ham, que tem outro tempo de humor, muito menos inocente, mais quixotesco e, como diria Quaderna (personagem de Romance D´A Pedra do Reino, de Suassuna) “mais embandeirado e cavalariano”.

O livro é uma deliciosa sátira, no melhor estilo das cantigas de escárnio medievais. Mestre Gil é uma mistura perfeita de Dom Quixote (nesse caso um cavaleiro não de triste, mas de cômica figura) com Sancho Pança (principalmente pelo caráter bonachão e a circunferência de sua cintura). Como aliados e “escudeiros”, esse fazendeiro alçado a posição de herói tem uma égua cinzenta dotada de admirável senso crítico e um cachorro covarde e contador de vantagem, que sabe sempre sumir nos momentos de maior perigo.

Os dois livros estão recomendadíssimos para quem ainda não leu e são diversão garantida para crianças de oito aos 80.

@_leandropaixao 02/12/2022

Tolkien sendo Tolkien?
Um conto pra lá de divertido e rápido de ser lindo, emalem de encontrarmos aqui duas versões da história, a mais recente e a mais antiga respectivamente, vamos lidar com um fantasia bem a cara do Tolkien, onde animais falam e dragões marcam presença com o seu brilhante sarcasmo.
Não irei relatar tanto sobre a história porque por ser tão pequeno seria muito provável de eu dar algum spoiler ou algo do tipo, mas basicamente Gil se torna um herói de forma despretensiosa, onde através de um presente ele acaba conhecendo o dragão que por sua vez não deixa de ser esperto, Gil claro que não fica atrás.

Pra quem gosta de fantasia, é um prato cheio principalmente ao fãs de Tolkien

nanahxis 19/09/2022

História divertida
E muito bem amarrada que agrada não só crianças como adultos.

É uma história (com jeito de lenda) sobre um fazendeiro, um Rei e um dragão.

Alberto 10/07/2022

Tolkien para crianças e adultos
Nem só da Terra Média vivia J. R. R. Tolkien. Ele também tinha uma ótima linha de livros infantis, que receberam uma edição de bolso muito bem feita pela Harper Collins. Apesar de o livro seguir uma linha de histórias infantis, ele também agrada ao pessoal mais velho, pois é cheio de humor sofisticado e perspicácia satírica. É fácil gostar dos personagens e ainda dar algumas boas risadas com a aventura, principalmente na interação com o cachorro e com o dragão.

Reccanello 06/10/2022

Um espírito livre contra um sistema autoritário!
Aegidius Ahenobardus Julius Agricola de Hammo (Mestre Giles d’Aldeia para os íntimos) vive tranquilamente no pacato vilarejo de Aldeia, com sua esposa e seu falante cachorro Ganido. Um dia, um gigante invade suas terras e, menos por coragem que por sorte, Giles espanta o invasor e se torna o grande herói da região (para desgosto do moleiro, seu eterno rival). Rapidamente acostumado à fama, de repente o fazendeiro se vê enredado em uma nova aventura quando o temível dragão Chrysophylax resolve atacar o reino e a tarefa de enfrentar a criatura acaba sobrando para ele, a contragosto.
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Ainda que não faça parte da mitologia oficial da Terra Média, "Mestre Giles d'Aldeia" é uma empolgante fantasia medieval e as semelhanças com os adoráveis Hobbits são bastante óbvias - e muito bem vindas. Assim como Bilbo, Frodo e seus antepassados Tûk, nosso bonachão protagonista é um pacato fazendeiro que só quer sossego e boa vida (diferentemente dos hobbits, que preferem um cachimbo recheado com Fumo da Quarta Sul, Giles adora uma boa e farta caneca de cerveja - até exagerando um pouco, às vezes), mas sua filosofia de vida hobbitiana - "Não faça hoje o que pode fazer amanhã" - é profundamente modificada pela necessidade de, heroicamente, enfrentar o destino e as adversidades que ameaçam destruir seu mundo pacífico. Após derrotar um gigante, luta que travou por contingências do destino e na qual teve mais sorte que juízo, ele assume o papel de herói local, inclusive com direito a condecoração do próprio rei. Entretanto, como nada nas obras dos grandes gênios é casual, Tolkien nos lança uma provocação: e você, amigo leitor, renunciaria à fama, aos presentes e ao reconhecimento público em nome da verdade dolorosa? Bonito, rico e valente, é fama que se desmente? Para alguns, Mestre Giles se corrompeu e, graças à soberba de seu falso mas autorreconhecido heroísmo, terminou por se transformar no valentão local. Para outros, ele representa a vontade daqueles que, ao descobrirem a própria força, não mais aceitam se submeter às vontades de um soberano injusto cuja única legitimidade é a coroa que usa e que, sem outro mérito, herdou de seus antepassados.

site: https://www.instagram.com/p/CiBRZlDApNn/

André Hausmann 04/09/2021

Uma divertida aventura escrita pelo criador de Senhor dos Anéis para seu filho quando mais jovem.
Aqui temos a história do Mestre Gil, um fazendeiro que por graça do destino acaba se tornado herói da sua comunidade e o levando para outros eventos e proezas. Numa linha leve e bem-humorada, acompanhamos o herói relutante, seu cachorro falante e sua égua cinzenta contra gigantes, dragões e um rei ambicioso.
O livro ainda possui a versão original, que apesar de ser mais curta e direta nos detalhes, mantém o brilho. Um excelente conto que recomendo para todas as idades.

RafaelM 01/03/2022

O que se encontra, se guarda; e o que se guarda, se tem.
Deliciosa leitura dessa obra que Tolkien inicialmente criou para entreter seus filhos, mas que cresceu e se tornou mais "sofisticada".
Leitura rápida (de uma sentada), mas mágica, improvável e engraçada..
A história narra a trajetória de AEgidius, mais conhecido como mestre Gil, e de como acontecimentos improváveis transforma sua vida em situações onde é preciso "agir com rapidez e bravura".
Ótima leitura, e valeu a pena conhecer esse "outro lado" de Tolkien... Fiquei ainda mais fã!

Eloisa 01/05/2021

Um conto delicioso e divertido, como não poderia deixar de ser já que estamos falando de Tolkien.
Mestre Gil é um fazendeiro de uma pequena aldeia que acaba se vendo obrigado a enfrentar um dragão para manter uma certa e indesejada reputação.
É o tipo de livro que você quer guardar para ler para seus filhos.

Montenegro, J. A. 31/05/2023

Um belo conto
Um excelente conto para crianças e, principalmente, para adultos que gostam de Tolkien. Assim como todo conto, este carrega uma boa mensagem: nem toda sorte é o bastante para ter uma boa vida, todavia, quando ela lhe aparece, precisa saber aproveitá-la bem. E, então, tanto a sorte como a esperteza o acompanharão até o resto da sua vida.

"Quem encontra, guarda, e quem guarda, tem" Mestre Giles d'Aldeia, pág 114, J.R.R. Tolkien.

Taki 27/06/2022

É sempre um prazer ler um livro do Tolkien, e esta nova tradução foi bem divertida de ler! Mestre Giles só queria viver sua vida tranquilamente, mas parece que o universo não quer... Recomendo!!

Dayse.Ariane 29/01/2024

Um fazendeiro corajoso e um cachorro falante.
Este livro é uma graça! Conta a história de como um fazendeiro se envolve num confronto com um famoso dragão e as peripécias do seu cachorro falante, Ganido. Dei muitas boas risadas e me diverti bastante. Recomendo a leitura! Sobre o autor, dispensa comentários. Só leiam! ???.

Larissa.Ohana 05/12/2022

Targaryen para crianças
O fazendeiro Giles com uma vida tranquila se vê atacado por um gigante em suas terras e por sorte consegue espanta-lo para longe e sua vida segue tranquila novamente até que um dragão começa a atacar a vila vizinha e o povo obriga Giles a matar a fera, já que recebeu uma espada mágica do rei como mérito de ter salvado o gigante do povo.
Esse livro foi melhor que o ferreiro do bosque maior, mas sei perfeitamente que não sou o público alvo, mas é engraçadinho em algumas partes com uma edição muito bonita.

@livroseresenha 08/08/2022

Leitura boa!
- De início, é um livro juvenil, onde a escrita e o entendimento geral é fácil. Com várias ilustrações que melhoram a compreensão. É um livro bom pra vc ter na sua estante.
- Aegidius é um fazendeiro que é colocado à prova de sua valentia, onde tem que defender suas terras de temíveis invasores - um gigante e depois um dragão.
- Por sorte ou destino, Aegidius consegue afugentar o gigante, e logo fica famoso pela sua ?valentia?. Quando o rei fica sabendo do ocorrido, este dá de presente uma espada encantada (sem saber) a Aegidius.
- Logo essa espada é encantada para matar dragões, Mordedora de Caudas, e que Aegidius consegue duelar e domesticar um dragão, ficando com boa parte de seus tesouros e construindo um reinado para sim.

Sandro.Menoncin 20/09/2022

Mestre Giles d'Aldeia
Nesse livro temos uma escrita do Tolkien muito mais leve e divertida sendo um conto muito rápido e gostoso de se ler, nele temos um cão medroso e falante que te faz dar boas risadas, um mestre digamos que muito sortudo e um tanto quanto esperto, um dragão inexperiente e um rei ambicioso, para quem gostou do o Hobbit vai adorar esse livro.